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História Falling in love for the last time. - Perfect imperfections.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Deixe-me pedir desculpa pela demora monstruosa, meus amores, mas eu fiquei sem computador e não tinha como escrever. Mas ele já foi consertado e estou de volta. O capítulo está ai, espero que gostem. Qualquer erro, relevem, estou cheia de dor e sono, conserto depois. Eu amo você e estava com saudades. ♥ ):

Capítulo 50 - Perfect imperfections.


Fanfic / Fanfiction Falling in love for the last time. - Perfect imperfections.

 

Camila POV.

 

O clima em Los Angeles virou rapidamente. Eu me lembro de sentir o sol queimar a minha pele quando sai para almoçar com a Ariana, e no momento em que ganhei o jardim da mansão, senti os grossos pingos de chuva chicoteando o meu corpo. Aquela mudança me deixava tão frustrada, eu nem mesmo pude me certificar de levar um casaco para me proteger do vento forte que batia.

Deixe-me dizer que uma semana se passou desde o ano novo, pisamos em casa novamente há dois dias. Naquela manhã nós retornamos a agenda do grupo, demos entrevistas para algumas revistas e gravamos para um programa de TV. Perto da hora do almoço eu recebi uma ligação de Ariana, perguntando se eu poderia doar um pouco do meu tempo livre para ela. Claro que eu não recusei, estava morrendo de saudades e precisávamos passar algumas horas juntas. Bem, eu perdi quase um ano tentando domar a leoa que eu chamava de namorada. Lauren simplesmente fechou a cara e disse “não” para todas as minhas idéias de mantê-la em casa. Ela rosnou e xingou repetidas vezes, fez drama, disse que eu só iria se ela fosse junto, bateu o pé e só faltou chorar. Meus olhos ficaram doloridos de tanto que eu os rolei para os lados, lutando muito para conseguir um “Okay” mais do que seco quase uma hora da tarde. A deixei em casa com um beijo bem gostoso e a promessa de que voltaria logo. Ciumenta. Lauren Jauregui poderia manter o controle de qualquer coisa, menos de seu, diga-se de passagem, ciúme doentio.

Meu almoço com a Ari foi maravilhoso, compartilhamos as notícias e eu omiti algumas, eu não deveria ficar lembrando do que doía. Tiramos selfies e fizemos a alegria dos dois fandoms naquela tarde. Quando o motorista de Ariana me deixou na porta do condomínio, eu percebi que precisava de mais momentos como aquele, estar em sua presença era sempre delicioso.

Abri a porta e entrei em casa, as roupas molhadas e o cabelo preso em um coque frouxo deixando alguns fios grudarem em meu pescoço. Minhas pernas tremiam com um pouco de frio, o short jeans desfiado não cobria nada da minha pele. Sacudi os braços rapidamente e desci as escadinhas que antecediam a sala, observando Dinah jogada sobre o grande sofá em L, mascando chiclete e concentrada na produção de pequenas bolas avermelhadas. A tela plana estava ligada, mas ela não prestava atenção no que passava.

: - Ei, Cheechee.

Chamei jogando o Iphone sobre o sofá, recebendo seu olhar sobre mim.

: - Nossa, Chancho, achei que tivesse se afogado. – Dinah colocou os pés para baixo e sentou-se, me observando com olhos estreitos. Eu ri um pouco trêmula. – Estava preocupada.

: - Perdi a noção do tempo, quando vi o temporal já eram mais de quatro horas. Ariana me deixou aqui no condomínio, mas fiquei nesse estado correndo do portão até a porta de casa.

: - Vai tomar um banho quente e tirar essas roupas.

O tom maternal estava em sua voz, seu olhar preocupado me indicando que eu deveria correr logo para o banheiro, caso contrário ela me levaria até lá sobre os ombros. Eu sorri ciente e esfreguei os meus braços.

: - Em minutos, antes eu vou falar com a criança que deixei em casa.

Avisei rindo e Dinah me acompanhou, jogando-se de costas no sofá outra vez.

: - Ela está inconsolável, andou pela casa a tarde inteira e agora está na cozinha preparando o jantar. Acho que ela está tentando depositar a atenção em cima de algo, pois nem mesmo deixou que María cozinhasse e a dispensou.

Rolei os olhos e abri um sorriso maior ainda, levando as mãos até o coque em meus cabelos para que pudesse desfazê-lo. Deixei as mechas caírem em minhas costas e as sacudi levemente para o lado.

: - Vou ter um trabalho muito grande para desfazer o bico que ela provavelmente tem nos lábios?

Dinah deixou que a bola do chiclete que mascava estourasse em seus lábios e riu divertidamente, colocando os pés em cima do encosto do sofá e a cabeça para fora.

: - Só lhe desejo boa sorte. Cuidado! Da última vez que fui até lá ela estava com a faca na mão.

Dinah gargalhou e esticou os braços para trás, tocando o tapete. Perguntei-me que porra ela estava fazendo, aquilo era algum tipo de alongamento novo?

: - Se eu não voltar em dez minutos vá até a cozinha, posso estar sangrando. – Avisei quando comecei a andar na direção do outro cômodo, ouvindo a risada de Dinah ecoar na sala ampla. – Cuidado com essa coluna, Cheechee.

: - Não se preocupe, Karla.

Ela gritou de volta e eu neguei com a cabeça. Enquanto atravessava o corredor na direção da cozinha, comecei a sentir um cheiro gostoso de pimenta e bacon. Umedeci os lábios e ouvi minha barriga roncar. Podia escutar o barulho do óleo borbulhando, alguma coisa estava sendo frita e eu mal podia esperar para colocá-la na boca. Vejamos, eu havia almoçado bem, mas a noite já estava caindo e nem mesmo um lanche eu coloquei no estômago. Eu não estava sendo esfomeada demais, estava?

Parei na entrada da cozinha e observei Lauren ao lado da bancada, o quadril coberto por um short jeans branco e os seios apertados em um top sem alças na cor vermelha. A barriga lisa e à mostra me fez suspirar. Seus ombros nus enfeitados mais abaixo por uma clavícula saliente e tentadora. Suas mechas de cabelo estavam presas em um coque, deixando seu pescoço completamente livre para que meus lábios pudessem beijá-lo assim que eu estivesse perto o bastante. Eu mordi o lábio inferior quando ela ergueu seus olhos verdes para mim, as mãos sujas de farinha espalmadas sobre a bancada de mármore, ao lado de um livro de receitas aberto.

: - Oi.

Eu disse suavemente ao me aproximar alguns passos. Lauren me olhou da cabeça aos pés, parecia me avaliar. Ergueu a sobrancelha e abaixou seus olhos para o livro de receitas novamente.

: - Oi.

Seu tom de voz não era rude e nem estressado, apenas frustrado. Eu sorri de canto.

: - O que você está cozinhando? Está um cheiro tão gostoso aqui.

Espiei as panelas no fogão e observei o bacon cortado em cubinhos fritar na frigideira cheia de óleo.

: - Tacos. – Ela suspirou e passou uma das páginas no pequeno livro. – Tacos Mexicanos.

: - Hmmm. – Ronronei com a boca enchendo de saliva, caminhando para trás dela sorrateiramente. Lauren não voltou a me olhar, podia jurar que ela estava lutando para manter sua expressão fechada. Não era como se a cena que vivemos no Brasil fosse ocorrer outra vez, onde brigamos e passamos uma noite longa em claro, ela apenas não podia disfarçar os ciúmes que sentia, mesmo tentando muito. Céus! E acredite, ela estava tentando. – Você escolheu tacos por minha causa, ou foi uma escolha qualquer?

Perguntei com os lábios próximos de sua nuca nua, subindo as pontas das minhas unhas por seus braços até tocar seus ombros com as palmas abertas. Nossos corpos estavam próximos, meu peito quase colado em suas costas. Lauren estremeceu levemente, seus pelos eriçados.

: - Eu gosto de tacos. – Ela suspirou e eu sorri. – Não foi por sua causa.

Eu ri baixinho e aproximei minha boca de sua pele, correndo os lábios por sua nuca para depositar um pequeno beijo. Massageei seus ombros delicadamente.

: - Por que será que eu não acredito? – Coloquei outro beijo na pele arrepiada. Eu não estava vendo, mas sabia que ela havia fechado seus olhos. – Você faz tudo pensando em mim. E quando falamos de comida mexicana...

: - Está tentando me seduzir?

Ela perguntou roucamente, levando a cabeça um pouco para o lado quando eu passei a beijar seu pescoço, me dando espaço.

: - Estou. – Desci as mãos por seus braços e envolvi sua cintura, colando nossos corpos. – Estou tendo sucesso? Ou você prefere manter esse bico lindo e me fazer usar outros métodos?

: - Eu acho que vou continuar irritada, eu posso sentir o perfume dela em você. Eu conheço o teu cheiro a quilômetros de distância e, definitivamente, esse não é o teu.

Eu ri cinicamente em seu ouvido e deslizei minhas mãos por sua barriga, uma carícia leve.

: - Você é uma boa observadora.

: - Eu sou tua mulher, eu sei tudo o que faz parte do teu corpo e o que não faz.

Em um movimento rápido eu a virei de frente pra mim, imprensando o corpo dela entre o meu e a bancada. Seus olhos estavam levemente arregalados, suas mãos sujas de farinha seguraram os meus braços, sujando a minha pele. Eu não me importei, aquela era à última coisa que eu me importaria ao estar com ela daquele jeito. Lauren tinha na testa um brilho causado pelo suor, o cheiro que ela exalava era uma mistura gostosa de sabonete e o aroma da comida que ela cozinhava. Fixei minhas mãos na borda da bancada atrás dela e a prendi entre os meus braços.

: - Respondeu certo. Você é a minha mulher. – Frisei o “você” e corri meus lábios pelos seus entreabertos, colocando um beijinho no canto de sua boca. Suas mãos me apertaram com mais força. – Pra que fica irritada com o tempo que passei com a Ariana se eu sou apenas tua? É a tua boca que eu beijo, é na tua cama que eu durmo... – Colei meus lábios em seu ouvido para sussurrar. – É você quem eu faço gozar.

Lauren gemeu baixinho ao sentir a minha língua envolver o lóbulo de sua orelha, tremendo no meio dos meus braços. Diz pra mim, existe algum jeito de fazer a pessoa esquecer a irritação melhor do que esse? Sorri.

: - Desliga o fogo.

Ela disse sob uma respiração agitada, os seios apertados dentro daquele top roçando nos meus cobertos pela blusa molhada.

: - O quê?

Perguntei um pouco desorientada, beijando seu maxilar. A ouvi engolir a saliva rapidamente.

: - Desliga o fogo, vai queimar o óleo e o bacon. Desligue.

Com calma ela me empurrou para trás, apontando com a cabeça na direção do fogão. Desviei meus olhos dos dela apenas para fazer o que ordenou, andando para trás e desligando o fogo rapidamente. Quando girei em meus calcanhares e me virei de frente para tornar a me aproximar, Lauren encurtou a nossa distância e me puxou com força pela nuca, grudando nossas bocas. Eu gemi de surpresa e aprovação, cambaleando para o lado enquanto ela pedia espaço entre os meus lábios com a língua quase em desespero. Abri a boca e permiti que ela me invadisse, eu permiti que ela fizesse o que queria. Era o que eu queria também, logo estávamos trocando um beijo urgente no meio da cozinha, suas mãos sujas no meu cabelo sem que ela se importasse. E quem disse que eu me importava? Estava morrendo de saudades de beijá-la, adorando aquela marcação de território que ela estava fazendo. Sua língua trabalhava ansiosa, explorando todos os cantos, lambendo deliciosamente o começo do céu da minha boca. Eu desci minhas mãos por suas costas, arranhando pelo caminho. Ela gemeu baixinho e puxou o meu cabelo, me apertando com mais força contra ela quando tornou a se encostar na bancada. Quando eu disse que ela parecia uma leoa, eu não estava brincando. Eu podia ouvir o chiado que subia por seu peito, saía de sua garganta e morria em minha boca. Ela estava inalando com força e acariciando as minhas curvas de forma selvagem, dizendo pra mim com todos aqueles toques a qual território eu pertencia. Quando ela separou nossos lábios e mordeu o meu inferior com força, eu soube que ela pularia no pescoço de quem ousasse me tocar com todos os dentes e garras.

Ofeguei e encostei nossas testas, tentando controlar a minha respiração. Lauren deslizou a língua pelos lábios e segurou meu pescoço com as duas mãos, encarando os meus olhos.

: - Vá para o banho, tira esse maldito perfume de você. Eu quero sentir o teu cheiro quando você entrar nessa cozinha novamente.

: - Mais alguma coisa, Jauregui?

Perguntei sorrindo mais do que o normal, meu corpo mole de satisfação. Estava louca para obedecer qualquer ordem que ela tivesse para me dar, eu faria tudo o que ela mandasse sem nem ao menos pensar. Era fácil como respirar, muito fácil.

: - Coloque um moletom quando terminar, você passou muito tempo molhada e eu não quero que pegue um resfriado. – Ela torceu o nariz, levantando as alças da blusa que eu vestia com as pontas dos dedos em um completo nojo. – Água pelando, entendeu? Eu vou terminar de fazer o jantar enquanto isso. Desça para tomar algo quente depois.

: - Uhum. – Eu sacudi a cabeça em positivo e selei seus lábios uma, duas, três vezes. Ela ainda não sorria, mas eu sabia que havia vencido a batalha. – Sim senhora. 

: - Vai. – Negando com a cabeça, Lauren me virou de costas para ela pelos ombros, empurrando com delicadeza o meu corpo para frente. – Tome banho direito, está toda suja de farinha.

: - Culpa tua.

Lancei uma piscadela e ela me deu um tapa na bunda, me fazendo rir.

: - Vai logo antes que eu perca a minha paciência, Camila.

Vi um sorriso pequeno nascer no canto de seus lábios. Tão linda. Que porra de garota, fazia meu coração pulsar de paixão mesmo quando me dava esporro.

: - Já estou indo. – Comecei a andar na direção da saída da cozinha e olhei para trás, por cima do meu ombro esquerdo. – Faça os meus tacos do jeito que a minha mãe faz, eu só como se estiverem ótimos.

: - Vai pra merda.

Ela rolou os olhos e eu cai na gargalhada.

: - Também te amo.

A mandei um beijo no ar e corri para fora da cozinha, caso contrário ela me tacaria o que tivesse pela frente. Eu cruzei o corredor de volta para à sala entre risadas. Lauren era a alegria da minha vida, fosse irritada ou esbanjando carinho. Eu amava até as suas perfeitas imperfeições, e ser ciumenta demais era uma delas.

: - Lauren resolveu comer “Camila à milanesa” hoje? – Dinah perguntou quando eu passei por ela no sofá, pronta para subir as escadas. Eu ri ao ouvi-la e neguei com a cabeça. – Só faltou cortar em pedaços pra ficar melhor de mastigar.

: - Idiota. Eu tenho uma explicação para isso, mas é desnecessária. – Dei de ombros rindo e comecei a subir as escadas. – Vou para o banho, Cheechee.

: - Vou lhe acompanhar.

Ela disse saltando do sofá, correndo para me alcançar. Ergui as sobrancelhas.

: - Vai tomar banho comigo? Acho que Lauren ainda está com a faca na mão.

 Eu comentei quando chegamos no segundo andar, pegando o corredor dos quartos. Pelo silêncio, Mani e Ally com certeza estavam dormindo.

: - Eu não quero ver a sua boceta de novo, por favor.

: - Dinah!

Eu exclamei quando paramos na porta do meu quarto, onde a empurrei para trás pelos ombros. Ela riu escandalosamente, levando a cabeça para trás e erguendo o queixo.

: - O quê? Eu já vi isso daí muitas vezes, é como ver a da Regina.

: - Meu Deus! – Minhas bochechas coraram e eu neguei com a cabeça, entrando em meu quarto com ela atrás de mim. – Cale a boca, Dinah.

: - Vergonha de abrir as pernas e oferecer de bandeja pra Lauren você não tem. – Ela resmungou e se sentou na minha cama. – Então, me poupe, sou quase tua irmã mais velha.

: - Mais nova.

Eu corrigi rindo e levei as mãos até a borda da blusa que vestia, a passando por minha cabeça.

: - Mais velha porque sou maior e aparento ter mais de vinte anos, Karla Camila Hansen.

: - Ok, Dinah Jane Cabello. – Sorri para ela, abrindo o botão do meu short enquanto andava para o banheiro. – Se não veio tomar banho comigo, suponho que queira me contar alguma fofoca.

: - Você acha que eu estou com cara de grávida?

Eu travei no mesmo instante e me virei de frente para ela, meus olhos arregalados quase saltando da minha face.

: - Você está grávida?

Eu acho que nunca havia ficado tão horrorizada na minha vida. Meu coração estava querendo ultrapassar a minha garganta. Dinah suspirou.

: - Estou com cara?

: - RESPONDE SE SIM OU NÃO.

Eu gritei espantada colocando uma mão na testa e a outra na nuca.

: - Ei, calma, não precisa se alterar.

Dinah riu divertidamente e levou as mãos até o meu short jeans aberto, o descendo por minhas coxas. Como eu não precisava me alterar? Ela me jogava uma bomba daquelas e eu tinha que manter a calma?

: - Dinah...

: - Eu não estou grávida. É que me disseram que eu estou com cara de quem está, ai fiquei intrigada e resolvi perguntar para a pessoa que mais me conhece, além dos meus pais, que no caso é você.

Eu estava tão atordoada que apenas ergui os pés para que Dinah retirasse o short e a calcinha do meu corpo. Pisquei sentindo o sangue voltar a circular e respirei fundo.

: - Porra! – Levei a mão ao peito quando ela me virou de costas para ela, abrindo o fecho do me sutiã e o descendo por meus braços. – Nunca mais faça isso comigo, nem em sonho eu posso ser madrinha agora. Meu Deus! Nem em pesadelo.

: - Você não disse se eu estou com cara ou não, Chancho.

Ela bufou perdendo a paciência e me empurrando para dentro do box, abrindo a ducha e deixando a água bem quente cair no chão.

: - Não, não está.

Olhei para ela e observei seu rosto, continuava a mesma coisa, talvez um pouco mais mulher, mas nem de perto com aparência de grávida. Dinah respirou aliviada, ajeitando o lenço vermelho que tinha no cabelo. Adorava quando ela se vestia como uma dançarina de hip hop.

: - Quem me disse isso deve ter usado uma maconha muito boa.

: - Quem vai usar maconha sou eu se você me aparecer grávida antes dos vinte e cinco anos. – Comuniquei entrando embaixo da água quente, a fazendo soltar uma gargalhada. – Eu corto o pau do Siope.

: - Ultimamente ele anda tão fraco na coisa que eu nem me importaria, desde que você deixasse a língua no lugar.

Dinah rolou os olhos e esticou o braço para o lado, pegando o meu vidro de Shampoo. Eu comecei a rir embaixo da água e quase me engasgo, fugindo do jato para recuperar o fôlego.

: - Pelo visto você não gozou esse tempo que esteve em casa. Estou errada?

Perguntei ao me virar de costas, recebendo suas mãos com o líquido vermelho e cheiroso em meus cabelos.

: - Porra nenhuma. Não sei o que está acontecendo com ele. Você acredita que agora ele goza e dorme? Meu Deus! Por mais que ele ainda faça um trabalho muito bom com a boca, nem assim eu gozei.

Fechei meus olhos enquanto ela esfregava o meu couro cabeludo com a ponta dos dedos, lavando o meu cabelo para retirar a farinha. Coitada! Confesso que comecei a sentir pena e não pude conter a risada.

: - Eu sinto muito, isso é cômico e triste ao mesmo tempo. – Passei as mãos pelo rosto para retirar o excesso de água. – Mas você já falou com ele sobre? Já perguntou qual é o problema?

: - Não. Fiquei tão irritada que deixei pra lá, resolvi sozinha. Você sabe como eu sou, Mila, não vou ficar correndo atrás dele buscando explicações de um erro que não é meu.

Quando Dinah terminou de esfregar as mechas do meu cabelo, me empurrou para debaixo da água outra vez, lavando as mãos em seguida.

: - Se não perguntar, vão ficar assim por tempo indeterminado e você sem gozar. O azar será seu, você sabe. E na verdade, talvez o erro esteja em você, já que não consegue mais gozar com ele. Já parou para pensar nisso? Por acaso existe algo atrapalhando a sua mente de se concentrar completamente na hora do sexo?

: - Não sei. – Enxaguei o cabelo e peguei o sabonete, o deslizando por meus seios e barriga. Dinah secou as mãos em minha toalha, encarando a parede um pouco pensativa. – Ele me excita, ainda me deixa vibrando, mas na hora do vamos ver parece que a coisa esfria, sabe? Sei lá, eu vou meio que perdendo o tesão e não consigo nem chegar perto do orgasmo. Essa semana que passei em casa nós transamos todos os dias, em nenhum deles eu gozei.

A situação era pior do que eu pensava.

: - Talvez tenha caído na rotina, por mais que vocês só se encontrem poucas vezes no mês. Se todas as vezes que se encontrarem fizerem a mesma coisa, vão enjoar. Acho que essa pode ser a explicação.

Guardei o sabonete e deixei a água cair por meu corpo, levando a espuma embora.

: - Você e Lauren transam quase todos os dias e eu duvido que tenham enjoado.

Eu ri de seu comentário enquanto deixava a água quente massagear as minhas costas, minhas mãos espalhando o condicionador pelo meu cabelo.

 : - Mas Lauren e eu não deixamos cair na rotina, o sexo com ela é sempre gostoso e novo, eu não sei. Ela só me deixa mais excitada a cada transa, não dá vontade de parar nunca. Talvez devam fazer algo diferente, novas posições, transar em outros locais. Quem sabe não muda a situação?

: - Tem razão. – Dinah abaixou os ombros e me olhou novamente, soltando uma risadinha nasal ao pegar minha toalha e esticá-la nos antebraços. – Quem diria que eu estaria falando sobre sexo com uma garota que até pouco tempo só havia beijado uma pessoa na vida.

Fechei a ducha depois de terminar e estreitei meus olhos para ela, tirando o excesso de água do cabelo.

: - Também não precisa esfregar isso na minha cara. – Ela riu mais ainda, aproximando-se do box outra vez. – Ridícula.

: - Desculpe, Karla. – Abri um sorriso e ela retribuiu. – Vem, me deixe secar seu cabelo e lhe vestir roupas quentes. Aposto que Lauren ordenou isso quando te viu toda molhada.

: - Exatamente. Às vezes eu acho que vocês compartilham a mesma alma, pois você me mandou fazer o mesmo quando eu cheguei.

Eu sai do box e pisei no tapete lilás, virando de costas para ela. Dinah começou a esfregar as mãos cobertas pela toalha na minha cabeça, secando as mechas.

: - O que nós compartilhamos é a proteção que colocamos em cima de você. Deus me livre você ficar doente outra vez, acho que Lauren e eu nos dobraríamos em três para lhe ver bem de novo.

Eu sorri com o coração aquecido, sentido o tecido macio da toalha contra as minhas orelhas.

: - Eu te amo, Jane.

Ela riu e envolveu a toalha em meus ombros, beijando a minha cabeça.

: - Eu também te amo, Karla.

 

Depois do jantar maravilhoso que Lauren preparou para nós com toda a dedicação, ela insistiu para que assistíssemos a um filme que passaria na TV. Como queríamos passar um tempo todas juntas, forramos uma grande cama no chão da sala, deitamos no meio das almofadas e nos cobrimos com cobertores. A chuva não parava, alguns raios que rasgavam o céu do lado de fora refletiam nos vidros que rodeavam a nossa casa. O problema todo foi que Lauren não avisou que o filme era de terror, o que ocasionou uma gritaria do inferno logo na primeira cena. Eu não suportava filmes de terror, nem Mani e nem Ally. Nem mesmo me preocupei em descobrir o nome, apenas mantinha a minha cabeça quase toda embaixo do cobertor. A sala completamente escura estava me apavorando, apenas a luz da tela plana melhorava a situação. Ally estava agarrada em Mani, as duas juntas não dava uma. Dinah, como sempre, vidrada na TV e se divertindo mais do que se estivesse vendo filme de comédia.

: - Eu não quero mais ver isso.

Eu sussurrei contra o pescoço de Lauren, seu braço esquerdo me mantendo grudada em seu corpo.

: - Eu estou aqui. – Ela sussurrou de volta e beijou a minha testa, se ajeitando de barriga para cima, colocando o meu braço esquerdo sobre a sua barriga. – Não precisa ter medo. É só um filme.

: - Mas eu tenho.

Choraminguei e a ouvi rir baixinho, me abraçando com mais força. Afundei meu rosto na curva de seu pescoço e respirei fundo, inalando seu cheiro delicioso.

: - Eu te protejo.

Aquilo era bom, ao menos eu teria alguém para me proteger caso algo daquele filme resolvesse brotar naquela mansão. O medo nos faz pensar em cada coisa que sinceramente, se fosse em outro momento eu estaria rindo.

: - Eu disse que não queria ver esse filme. – Ally resmungou ao lado de Mani. – Isso atrai energias negativas. Tudo coisa do Diabo.

: - Para de ser frouxa, Ally. É só um filminho.

Dinah riu e Lauren a acompanhou, o som de sua risada subindo por sua garganta fez a pele contra o meu nariz tremer.

: - Isso não é de De... AAAAAAAAAH!

Ally e Normani gritaram juntas quando um barulho enorme invadiu a sala, alguma coisa aparecendo na tela da TV. Eu estremeci contra o corpo de Lauren sem nem ao menos ter visto.

: - PORRA, GENTE. POR FAVOR, VAMOS PARAR DE VER ISSO.

Mani choramingou ao meu lado, puxando o cobertor. Dinah ria tanto que mais um pouco se engasgaria com a própria saliva.

: - Eu quero o Troy. Eu quero sair daqui.

: - E olha que não está nem na metade do filme.

Lauren avisou acariciando as minhas costas, beijando a minha testa outra vez.

: - Lauren e eu somos as únicas adultas dessa casa. Não é possível que vocês estão se cagando por causa disso. Já vi piores.

: - Você é uma ogra.

Mani sussurrou debaixo do cobertor, me fazendo rir.

: - Que Deus nos proteja.

: - Amém!

Eu disse suspirando, querendo colocar algodão nos ouvidos para não escutar. Eu passaria uma semana sem dormir depois daquela sessão de tortura.

: - Você está tremendo.

Lauren disse baixinho, deitando-se de lado, de frente pra mim. Ela puxou mais o cobertor para cima e quase cobriu nossas cabeças completamente.

: - Eu já disse que estou com medo.

Encarei seus olhos com a pouca iluminação que me era fornecida e vi que eles brilhavam, afetuosos e cheios daquela admiração que me fazia corar nas bochechas.

: - Não fique... – Ela sorriu de canto e tocou a minha cintura com a mão direita, me puxando para ela. – Chega mais perto.

A obedeci mais do que rápido, ficando tão perto que nossas respirações se misturaram. Lauren subiu sua mão por minhas costas, deslizando-a por cima da blusa de mangas compridas que eu vestia, até tê-la em minha nuca. Ela iniciou uma carícia gostosa, as pontas de suas unhas me deixando arrepiada.

: - Não tem como não sentir medo com todo esse barulho. Por mais que eu não esteja vendo, eu estou ouvindo, Lo.

Resmunguei sem desviar os meus olhos dos seus, me deixavam um pouco mais aliviada.

: - Presta atenção só em mim, esquece o filme. – Ela suspirou, seus dedos invadindo as minhas mechas de cabelo para acariciar o meu couro cabeludo, seu hálito cheiroso me fazendo separar os lábios. – Tem tantas coisas para te distrair aqui. Não consegue ver?

: - O quê?

Sussurrei de volta já perdendo o foco dos meus pensamentos, seus simples gestos me deixavam mole e aquelas passadas de unhas na minha cabeça estavam me desconcentrando. Eu fechei os olhos quando seus lábios tocaram os meus bem de leve, um pequeno deslize.

: - Tem a minha boca. – Sussurrou contra os meus lábios, a ponta da língua saltando para fora, lambendo a região. – Tem a minha língua...

Eu separei mais ainda os lábios quando ela se afastou, chegando a cabeça para frente na procura do contato que eu perdi. Qual era a dela? Eu estava salivando.

: - Tem as minhas mãos. – Usando de discrição, ela retirou a mão do meu cabelo e a colocou por baixo do meu casaco, tocando a pele das minhas costas. Eu arrepiei com diferença de temperatura. – E tem o meu corpo.

: - Hmmm, você é ótima em arrumar distrações.

Segurei em seu pescoço com a mão esquerda e coloquei minha coxa entre as suas, nos colando o máximo que podia. Lauren riu baixinho e umedeceu os lábios, traçando a minha coluna com a ponta do dedo indicador.

: - Melhor do que isso, eu sou a própria distração.

Ah, com certeza, com certeza ela era. Eu a beijei logo depois, tentando me mover o menos possível para não chamar a atenção das meninas. Nossas línguas se acariciavam arduamente, o cobertor sobre nós impedindo olhares em nossos corpos grudados. O filme rolava, Mani e Ally gritavam o tempo todo, Dinah ria enquanto Lauren e eu nos beijávamos sem vontade de parar embaixo da coberta. Alguns minutos mais tarde, minha mão esquerda estava embaixo da blusa de manga que ela vestia, tocando sua barriga, suas costelas, subindo para acariciar os seios livres do sutiã. Lauren gemeu baixinho na minha boca quando eu esfreguei a palma da minha mão contra seu mamilo rígido, fazendo movimentos circulares. Tocá-la daquela forma era sempre delicioso, mas fazer aquilo correndo perigo era melhor ainda. Separei nossos lábios e beijei seu queixo, movimentos lentos e discretos. Lauren ergueu a camisa que usava acima dos seios, os deixando livres para as minhas mãos. Agradeci mentalmente, estava considerando a opção de descer mais um pouco e colocar uma de seus mamilos na boca, mas chamaria a atenção demais. Suas unhas arranharam minhas costas com força, meus lábios sugavam o seu inferior sem pausa enquanto meus dedos instigavam seus mamilos rosados. Porra! Que vontade eu estava de chupá-los. Estava excitada, minha calcinha molhada e meu moletom me incomodando, o clima era tão abafado embaixo daquela coberta que comecei a suar.

: - Camila... – Lauren resfolegou, pegando a minha mão que estava em seu seio e empurrando para baixo. Eu prendi a respiração quando ela a colocou dentro do short preto que usava, por baixo da calcinha. Se eu pudesse gritar um palavrão naquele momento, eu juro que gritava. – Me toca. Por favor, eu preciso gozar.

O jeito que ela implorou me deixou tão nervosa que eu tirei o cobertor da minha cabeça com a outra mão, respirando fundo. Com calma ela se virou de barriga para cima, mantendo a cabeça virada pra mim, para que pudesse beijar a minha boca. Ajeitei-me discretamente e apoiei a cabeça no braço livre, agradecendo a Deus pela escuridão naquela sala. Corri o dedo do meio pra baixo para verificar a umidade, encontrando uma entrada quente, pulsante e molhada. Mordi o lábio inferior, Lauren fez o mesmo, fechando os olhos.

: - Sem gemer. – Sussurrei em seu ouvido com um sorriso de canto, chupando o lóbulo. – Abra seus olhos e finja que está assistindo ao filme. Eu vou te fazer gozar bem rápido.

: - Okay...

Aquela palavra foi pronunciada de uma forma tão falhada que quase não saiu. Vê-la mole daquela forma era a minha perdição. Sem querer perder tempo, comecei a massagear seu clitóris inchado com dois de meus dedos, melados pelo líquido quente que vazava da fenda que eu estava morrendo para lamber. Lauren abriu seus olhos e os fixou na televisão, sem realmente prestar atenção no que passava lá. Seus lábios foram pressionados, seu peito subindo e descendo em uma respiração pesada enquanto ela se segurava para não gemer. Aquele jogo perigoso estava me excitando como nunca, vê-la tentando manter o controle era sensacional. Meus dedos trabalhando embaixo do cobertor para deixá-la insana, massageando o pequeno nervo endurecido sem pausa, na horizontal, na vertical, descendo para capturar a umidade e voltando para cima. Seu joelho direito dobrado elevava o edredom, impedindo que os movimentos que eu fazia pudessem ser notados.

: - Quando esse filme vai acabar, Laur?

Ally perguntou choramingando, me fazendo sorrir e aumentar o ritmo de meus dedos. Lauren engoliu a saliva rapidamente e respirou fundo, separando os lábios.

: - Daqui a pouco a-acaba... Ally.

O começo de um gemido morreu em sua garganta, seus dentes sendo travados, seus olhos verdes levemente marejados fixos na TV.

: - Por Deus! Eu não agüento mais.

: - Eu não vou dormir por um mês.

Mani se mexeu ao meu lado, a voz falhada. Aproximei a minha cabeça do ouvido de Lauren discretamente e coloquei a língua para fora, traçando o contorno de sua orelha. Senti seu corpo tremer em um arrepio. O volume alto da TV me deixando ainda mais excitada. Desci o dedo do meio por seu sexo e penetrei apenas a pontinha, tirando logo depois. Lambi toda a região de sua orelha e penetrei outra vez, tornando a tirar.

: - Porra. – Lauren xingou o mais baixo que pode, suas narinas dilatando enquanto sua respiração acelerava. – Merda, Camila...

: - Que vontade de te chupar. – Comecei a sussurrar enquanto a masturbava rapidamente, roçando os lábios em sua orelha e instigando com a língua. Suas expressões de prazer estavam me deixando louca. Ela estava cortando um dobrado para manter os olhos abertos. – De te lamber inteira. Você consegue imaginar o quanto eu estou molhada pra você?

Resfoleguei quando Lauren cravou as unhas na minha coxa, eu sabia que ela gozaria a seguir. Eu estava esfregando os meus dedos em seu clitóris não deveria ter nem seis minutos. Eu disse que a faria gozar rápido, levei menos tempo do que imaginei. Uma música de suspense começou a tocar no filme, a respiração de Lauren acelerando e acompanhando o ritmo da batida. Os gritos de Normani e Ally invadindo a sala, a risada de Dinah irritando as duas, a minha cabeça girando de tanto tesão.

: - Oh!

Lauren gemeu baixinho e curvou um pouco a coluna, apertando nervosamente a minha coxa.

: - Isso, goza pra mim. – Deslizei a língua atrás de sua orelha e depositei um pequeno chupão. – Gostosa... Porra, Lauren.

Foi necessário apenas mais dois movimentos circulares em seu clitóris para que ela tremesse. Eu ergui a cabeça para observar sua expressão, sentindo seu nervo inchar mais ainda em meus dedos que se moviam sem parar. Lauren fechou os olhos com força, o lábio inferior mordido, a cabeça afundada na almofada e o corpo tremendo intensamente. Ela estava tentando se manter imóvel ao meu lado, mas foi em vão. Minha coxa ardia com suas unhas cravadas na minha pele, uma pressão tão latejante em meu sexo que me segurei para não gozar junto. Eu morri ao vê-la engolir os gemidos, quase sufocando enquanto gozava deliciosamente pra mim. Suas bochechas coradas sinalizando o orgasmo, o queixo erguido e a respiração descontrolada me fazendo sorrir abertamente. Eu desci os meus dedos e acariciei a fenda encharcada, sem penetrá-la. Era tão boa aquela sensação, ter o seu gozo na minha mão me deixava convulsionando. Quando ela virou a cabeça para o lado, eu beijei seus lábios suavemente, sem interromper a carícia dentro de sua calcinha.

: - Você é... Foda. – Seu sussurro saiu exausto, falhado. Eu ri baixinho e a beijei novamente. Seus olhos estavam mais claros, a cor indicando o alívio da tensão. – E eu te amo.

: - Uhum... Ama muito, muito. Eu também te amo.

Trocamos outro selinho e eu aconcheguei novamente o rosto em seu pescoço, ouvindo os resmungos de Ally e Mani por conta da cena que rolava no filme. Lauren envolveu seus braços ao meu redor e me puxou mais para ela, fechando as coxas e me impedindo de tirar a mão. Sorri e mordi o lábio inferior, deslizando o dedo entre os lábios de seu sexo molhado para cima e para baixo de forma preguiçosa. E não é que ela era mesmo a distração em pessoa? Eu nem mesmo lembrava que um filme de terror rolava na tela plana.

Eu iria suspirar e tentar cochilar quando vi a luz da sala se acender, o meu pescoço girando no mesmo momento para verificar quem havia levantado.

: - Mostra as mãos, Karla.

Dinah estava parada nos pés da grande cama que forramos no chão, Ally e Mani a encarando com alívio pelo fato dela ter acendido a luz, Lauren e eu com os olhos arregalados.

: - Quê?

Perguntei completamente travada.

: - Mostre as suas mãos.

Dinah ergueu a sobrancelha e cruzou os braços embaixo dos seios. No filme alguém gritou, fazendo o meu corpo estremecer e Ally voltar a se encolher. Mas a minha preocupação era outra.

: - Por quê?

Perguntei ouvindo Lauren prender o riso na garganta. Minhas bochechas arderam. Como eu poderia mostrar as minhas mãos se uma delas estava dentro da calcinha da garota ao meu lado?

: - Eu quero vê-las. Eu sei muito bem o que você estava fazendo com elas agora pouco, eu não sou burra.

Senti vontade de enfiar a cabeça embaixo do sofá.

: - O que você estava fazendo, Mila?

Ally perguntou com um tom acusatório, Mani caiu na gargalhada, Lauren fechou as coxas com mais força. Sorri amarelo.

: - Eu nã...

: - Estava fodendo essa passiva da namorada dela, isso que ela estava fazendo.

Dinah soltou com um sorriso de canto, terminando de estapear a minha cara.

: - Meu Jesus Cristo, Camila. – Ally quase gritou.

: - Porra, me respeita. Nem um minuto de paz eu posso ter.

Lauren resmungou mais vermelha que um tomate, puxando o cobertor até cobrir a boca. Eu estava incapaz de me mover de tanta vergonha.

: - Vocês não perdem a chance, meu Deus! – Mani ria alto ao meu lado, dando um tapa na minha bunda por baixo do cobertor. – Posso dizer que estou com inveja.

: - Eu também estou, por isso quero que Karla mostre as mãos para passar vergonha. Não admito ver alguém gozando e não poder gozar também.

: - Misericórdia, Dinah.

Ally repreendeu e levantou do chão. Eu não aguentei e cai na gargalhada junto com elas, deixando a minha cabeça afundar na almofada.

: - Você não perdoa uma. – Lauren fuzilou Dinah com os olhos. – Ainda bem que você acendeu essa luz depois de eu ter gozado, caso contrário rolaria morte.

: - Gente, por favor... – Eu gemi envergonhada.

: - Agora que você vai mostrar as mãos mesmo, Camila. Mostre para nós o estado vergonhoso que deixou a sua namoradinha. Mostre.

: - Eu não quero ver isso. – Ally comentou.

: - Eu quero.

Mani riu puxando o cobertor para o lado, quase descobrindo o corpo de Lauren.

: - CARALHO, NORMANI.

Ela gritou rindo e afastou as coxas, me permitindo retirar a mão de dentro de sua calcinha. Eu estava considerando dar um tiro na minha cabeça.

: - Camila, eu vou pegar a sua mão a...

Dinah não conseguiu terminar a frase, parou imediatamente quando um trovão alto estremeceu a mansão e deu fim na energia.

: - AAAAAAAAAAAAAH!

Nós gritamos as cinco juntas, um amontoado de corpos praticamente caindo em cima de mim.

: - Eu não acredito nisso, meu Deus, eu não acredito.

Ally começou a falar com Cristo enquanto nos embolávamos no chão da sala, uma escuridão tão grande que nem mesmo conseguia enxergá-las. Era só o que me faltava.

: - Gente, isso não pode estar acontecendo. Nós estávamos vendo um filme de terror e falta luz em seguida. Eu não estou sã. Isso é sinal do treco ruim.

 Eu sabia que era Normani nas minhas costas, sua voz estava alta em meu ouvido. Tinha alguém em cima de mim e pelo corpo pequeno, sabia que era Ally. Lauren estava ao meu lado rindo tanto quanto Dinah, na outra ponta.

: - Estava bom demais pra ser verdade.

Eu disse caçando a mão de Lauren no escuro, recebendo seus dedos nos meus logo depois.

: - Nós nem temos velas, nem lanternas. Será que vai demorar muito para voltar?

Dinah perguntou, me fazendo suspirar.

: - Pelo visto não vai voltar tão cedo, não para de chover.

Lauren respondeu me puxando para o seu peito, me acomodando melhor.

: - Eu estou com medo.

Ally resmungou já deitada em algum lugar. Eu fechei meus olhos e respirei fundo, um pouco amedrontada, os dedos de Lauren acariciando minha mão sobre sua barriga, subindo para o meu braço, descendo novamente.

: - Nós estamos aqui, Ally, nada vai puxar o teu pé. Em nome de Jesus.

Dinah riu e ganhou um tapa no braço, pois ouvi o estalo.

: - Não fala essas coisas. Jesus! Não posso acreditar que isso aconteceu. Estão vendo só o que dá esses filmes de vocês? Eu disse que atraia energias negativas.

: - Está assustada?

Ouvi sua pergunta pairar acima da minha cabeça, seu queixo encostado em minha testa. Seu braço esquerdo ao meu redor me segurava como se quisesse me proteger de algo, me confortando sempre que eu estremecia por conta de um trovão.

: - Sim, e um pouco sonolenta também.

Confessei respirando fundo para inalar seu cheiro.

: - Durma. Eu estou aqui e não vou sair. – Ganhei um beijo na cabeça. – Não fique assustada. Lembre-se que filmes são apenas filmes.

: - Eu sei, mas é que...

: - Shiu! – Ela me interrompeu e me abraçou com mais força. – Não precisar temer, você está nos meus braços. Isso soa romântico, não é? Só quero que durma com esse pensamento.

Eu sorri abertamente e senti meu coração acelerar. Por que ela tinha que ser tão perfeita? Por que eu tinha que amá-la mais do que qualquer coisa que eu julgasse minha?

: - Eu te amo, Lo.

Sussurrei depois de um bocejo, relaxando o meu corpo contra o dela, todo o meu medo correndo para longe de mim com o rabo entre as pernas. Como ela disse, eu estava em seus braços, o que eu poderia temer?

: - Eu te amo, Camz.

Lauren suspirou e descansou a bochecha na minha testa. Mais um trovão vibrou acima da mansão, fazendo as meninas interromperem seu diálogo. Senti Mani grudar em minhas costas, abraçando a minha cintura e descansando a mão sobre a minha, na barriga de Lauren. Não podia ver, mas tinha certeza que Ally havia abraçado Mani da mesma forma, e Dinah a Ally. Nós nos apertamos no chão daquela sala do melhor jeito, nós cinco, grudadas e praticamente de conchinha, com exceção de Lauren que mantinha a minha cabeça em seu peito.

Era em momentos como aquele que eu sentia vontade de chorar por tê-las comigo, eu não sei te dizer qual rumo a minha vida teria tomado sem elas. Estávamos juntas nas horas das brincadeiras, estávamos juntas nas horas sérias e estávamos mais juntas ainda na hora do medo. Naquela noite o mundo parecia desabar em água sobre Los Angeles, mas nossos corpos unidos faziam o frio e o pavor cederem lugar a proteção e ao calor. Não havia medo e insegurança que a nossa família não pudesse passar por cima, mesmo que a situação tivesse surgido de uma tempestade, malditamente enfeitada por um filme de terror. 


Notas Finais


Twitter: @gilylas


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