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História Falling in love for the last time. - HappyNewYear


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Boa noite, meninas. Senti saudades, e não me precisam me xingar, eu sei que demorei a vida. ): UHASUHSUHSAHSAU Mas escrevi um capítulo enoooorme para me desculpar, eu espero que vocês gostem. Vocês podem ouvir "West Coast - Lana Del Rey" quando a música for citada no capítulo. É só isso, o resto eu deixo por conta de vocês. Qualquer erro eu conserto depois, como sempre. ♥

Capítulo 49 - HappyNewYear


Fanfic / Fanfiction Falling in love for the last time. - HappyNewYear

 

Lauren POV.

A semana correu, logo o dia 31 de Dezembro amanhecia pelo lado de fora da minha janela. A primeira coisa que fiz assim que acordei foi correr para tomar um banho, estava suada e incomodada, o calor de Miami estava ultrapassando todos os limites. Com a mania que eu tinha de desligar o ar condicionado assim que o quarto gelava, acordei completamente molhada, a merda é que não era molhada da melhor forma. Tirei o baby doll que vestia com pressa e entrei embaixo da água gelada, gemendo baixinho de alívio.

Nos dias que correram até aquela véspera de ano novo, Camila e eu nos vimos quase sempre. Eu passava a maior parte do meu tempo na casa dela, retornava apenas ao cair da noite. Nós não tocávamos no assunto proibido, mantínhamos conversas aleatórias e distantes da corda que amarrava a questão. Estava sendo difícil, difícil como nunca antes, mas estávamos dando tudo de nós para seguir em frente e sem olhar para trás.

Continuando os meus pensamentos embaixo da água que caía com força em meus ombros, peguei o sabonete entre as mãos e fiz um pouco de espuma, deslizando por meus seios em uma massagem gostosa logo depois. Desejei Camila fazendo aquilo pra mim, era tão mais prático e proveitoso quando suas mãos faziam todo o processo no meu lugar.

: - Lauren?

Estava deslizando as mãos com a espuma pelas coxas quando ouvi alguém me chamar, me fazendo sorrir.

: - Aqui no banheiro, Tay.

Gritei para ela enquanto entrava embaixo da ducha de novo, retirando o sabonete. Não demorou muito e eu ouvi a porta do banheiro abrindo, a imagem de Taylor embaçada por trás do vidro que rodeava o meu box.

: - Tomando banho a essa hora da manhã. Algum motivo especial?

Ela perguntou risonha e eu vi quando se sentou na tampa do vaso. Acompanhei sua risada e passei a mão pelo rosto, retirando o excesso de água.

: - O calor é um bom motivo. Mas eu estou adiantando o trabalho, vou pra casa de Camila daqui a pouco.

: - Sexo matinal?

A voz de Taylor saiu em um tom mais grave, um pequeno charme no jeito de pronunciar as palavras. Eu gargalhei negando com a cabeça, desligando a ducha.

: - Quem foi que disse pra você que Camila e eu já estamos fazendo sexo? – Perguntei ao correr o vidro para o lado, torcendo o cabelo encharcado enquanto Taylor me encarava com olhos estreitos. – Pega essa toalha ai pra mim.

: - E alguém precisa dizer? Vocês se olham como se estivessem transando mentalmente. É até constrangedor ficar ao lado das duas, é quase possível sentir o orgasmo.

Taylor me estendeu a toalha vermelha, a mesma cor que as minhas bochechas vibravam naquele momento.

: - Eu não esperava por essa resposta. – Peguei a toalha da mão dela e soltei uma risada, começando a secar os cabelos. – Você precisa parar de avaliar as pessoas dessa forma tão direta.

: - E você precisa parar de ser cínica comigo. – Taylor revirou os olhos e cruzou os braços embaixo dos seios, aquele sorriso que eu tanto gostava em seu rosto. – Sou tua irmã e te conheço o bastante para saber que você e Camila transam há séculos. Então, me poupe.

: - Ok, mocinha. Sem mais cinismo por aqui. – Terminei de secar o cabelo e comecei a secar o meu corpo, aqueles pingos de água escorrendo por minhas costas me agoniavam. – Mas respondendo a sua pergunta, não é sexo matinal. Eu vou almoçar com os Cabello’s hoje e prometi passar a manhã com Sofi. Você sabe como a pequena é, se eu não for ela vai ligar chorando até que eu apareça no portão.

: - Boa sorte, então.

Taylor se levantou do vaso, me acompanhando quando comecei a andar nua para o quarto. A toalha molhada ficou pelo banheiro, eu só precisava de uma calcinha e umas peças de roupa. Mas se eu pudesse, eu juro que iria permanecer pelada.

: - Camila é agressiva.

Taylor resmungou em minhas costas quando me curvei para abrir a gaveta, erguendo uma das sobrancelhas.

: - O quê?

Ela riu divertida e se jogou em minha cama.

: - Sua bunda está toda arranhada, suas costas também. Imagino que ela seja a favor de sexo selvagem. Quem olha pra Camila pensa que ela é santa. Não sabem de nada.

: - Taylor! – Peguei uma blusa qualquer e taquei com toda a minha força na direção dela, fazendo-a agarrar a peça antes mesmo que pudesse bater em seu rosto. Eu ri envergonhada e agitei o cabelo molhado com os dedos, os jogando para o lado. – Sua inconveniente.

: - Você está andando pelada pelo quarto na minha frente e não quer que eu repare nas coisas? Não sou cega.

: - A partir de agora é.

Estreitei meus olhos para ela e me curvei de novo, revirando a gaveta de calcinhas atrás de algo confortável.

: - Merda! Só porque eu iria comentar sobre os seus peitos. Você precisa me ensinar como se faz parar eles crescerem assim...

: - Taylor!

Eu exclamei outra vez a fazendo explodir em uma gargalhada. Minha vontade era de enfiar a minha cara dentro do vaso. Aquela garota que mais parecia a minha irmã mais velha era só o meu bebê. Bem, eu achava que ela ainda era um bebê.

: - Ok, eu parei.

Com o rosto vermelho de tanto rir, ela ergueu as mãos ao ar de forma defensiva.

: - Acho bom. – A dei língua e peguei uma cueca feminina, vestindo rapidamente. Dei um nó no cabelo para conter alguns pingos de água e andei até a parte do meu armário onde ficavam minhas blusas. – Você não veio até aqui apenas para me fazer companhia, não é?

Perguntei passando os olhos por todas as blusas penduradas. Taylor suspirou alto.

: - Não.

: - Sabia. Pode começar a falar.

Ordenei ao pegar uma blusa de alça azul bebê, colocando o sutiã antes de esticar o tecido macio em meu abdômen.

: - É sobre a Ash.

Sorri de canto e me virei para ela, andando na direção da minha cama com a escova de cabelo na mão. Desde a última vez que eu estive em Miami, Taylor não voltou a falar comigo sobre o assunto até aquele momento. Eu esperei a sua vontade de compartilhar comigo qualquer questão que estivesse acontecendo na vida dela. Cedo ou tarde ela sempre me procurava.

: - Hmmm. O que tem a Ash?

Sentei-me de frente para ela sobre a cama e soltei o cabelo, começando a desembaraçar de baixo para cima.

: - Na verdade eu queria um conselho.

Seus ombros estavam baixos, o meu travesseiro no meio de seus braços.

: - Diga-me.

: - Eu não sei como chegar nela. Eu queria que você me desse umas dicas, qualquer coisa. Nós vamos passar o ano novo juntas hoje, eu insisti muito para que nossa mãe me deixasse ir e meio que não quero perder a oportunidade.

Eu a encarei com um meio sorriso, suas bochechas coraram. Eu me sentia um pouco animada por ela estar pedindo ajuda pra mim, mesmo que eu não soubesse muito o que dizer. Meu papel de irmã mais velha era aconselhar sempre da melhor forma, e mesmo que eu temesse onde tudo aquilo poderia parar, eu faria a minha parte.

: - Bom, Tay... Eu acho que nessas horas a enrolação não nos leva a lugar algum. Você precisa ser direta, entende?

: - Direta como?

Suspirei antes de começar a desembaraçar as outras mechas, a observando levemente ansiosa na espera da minha resposta.

: - Vai direto ao ponto. Você quer beijá-la, não quer? Então toma uma atitude e agarra sem pensar duas vezes. Mas não faça isso com afobação demais para não assustá-la. Deixe claro antes de tudo o que você deseja, use olhares, eles normalmente dizem tudo.

: - Olhares como os seus e os de Camila?

Ela sorriu de canto me fazendo rir.

: - Sim. Encare fixamente, sabe? A boca, os olhos, a boca outra vez e deixe que ela saiba que você quer, com isso vai ficar bem óbvio. Se ela te der uma brecha, vai em frente e agarra.

Quando o meu cabelo estava macio outra vez, deixei a escova ao meu lado e ajeitei com os dedos. Taylor parecia pensar um pouco, seu lábio inferior mordido demonstrava tensão.

: - Você agarrou a Camila?

: - Agarrei. – Eu sorri abertamente ao me lembrar da cena, curvando meu corpo para frente e pegando as mãos de Tay entre as minhas. – E acredite, foi a melhor atitude que eu já tomei na minha vida. É por causa disso que nós estamos namorando hoje.

: - Vou criar coragem até a meia noite, eu juro.

Ela riu envergonhada e se curvou para frente, me apertando em um abraço. Eu suspirei naquele calor gostoso e acariciei suas costas, recebendo um beijo na bochecha.

: - Vai dar tudo certo.

Retribui o beijo, afagando seus cabelos quando nos separamos.

: - Obrigada. Se eu conseguir eu te chamo no wpp para contar.

Nós rimos juntas e eu neguei com a cabeça.

: - Quero só ver. Eu vou esperar.

Beijei sua testa e me levantei da cama.

: - Você vai passar o ano novo na casa de Camila?

: - Não, vamos virar o ano em uma festa na casa da Vero. Ela e Lucy exigiram a nossa presença e nós não estamos mesmo com vontade de faltar.

Comentei enquanto pegava a minha mochila em cima da minha poltrona, abrindo para terminar de arrumar o que levaria para a casa de Camila.

: - Já até imagino o nível da festa. Vero nunca economiza dinheiro quando a questão é essa.

Taylor riu despreocupada e abraçou os joelhos enquanto me observava. Eu ri e joguei dentro da mochila alguns acessórios.

: - Economizar pra que quando seus pais transpiram dinheiro? Não é o meu caso, por exemplo.

Dei uma piscadela para ela e andei até o meu armário, voltando com um conjunto branco de calcinha e sutiã. Taylor rolou os olhos.

: - Você mora em uma mansão em Los Angeles que está no seu nome, tem um carro do ano, um closet com mais sapatos da Prada do que a Rihanna, tem o nome da sua girlgroup estampado em todas as revistas de famosos dos Estados Unidos e ainda tem a coragem de me dizer isso? Inacreditável.

: - Humilde.

Guardei as coisas que carregava e corrigi a palavra final que ela havia usado entre uma risada.

: - Até demais. – Ela rolou os olhos enquanto eu vestia um short jeans claro, ajeitando a blusa. – Queria eu ser famosa.

: - Você é, bebê. Você é irmã de Lauren Jauregui, o fandom adora você.

: - Agora isso não foi humilde, mas sim arrogante. “Irmã de Lauren Jauregui”. Metida.

Taylor imitou a minha voz e eu cai na gargalhada, olhando para ela uma última vez antes de caminhar até o banheiro.

: - Mas é a verdade, bebê.

Gritei ao parar de frente para a pia, pronta para fazer minha higiene matinal.

: - Você entendeu o que eu quis dizer. Famosa por conta própria, não por brilho da irmã. Mas essa vontade dá e passa no mesmo segundo, eu agradeço por conseguir sair na rua sem ter paparazzi no meu pé. – Abri a torneira e coloquei a escova na boca, encarando meu rosto pelo espelho. – E PARA DE ME CHAMAR DE BEBÊ, ISSO É TÃO IRRITANTE.

Taylor gritou de volta e eu tirei a escova da boca cheia de espuma, me esforçando para falar sem respingar toda a minha pia.

: - EU TE AMO.

: - VAI SE FODER, BABACA.

Ela estava rindo e eu senti vontade de apertá-la em um abraço. Aquela garota era uma das minhas razões para seguir em frente com todas as minhas forças. Ela sabia de tudo o que estava acontecendo e mesmo assim não me chateava com o assunto, entendia o meu silêncio nessa situação e respeitava, mas sempre deixando claro que eu poderia conversar com ela a hora que quisesse sobre isso.

: - Tenho que ouvir essa boca imunda logo pela manhã? A educação já foi mais usada nessa casa.

Ouvi a voz de Chris invadir o meu quarto quando fechei a torneira, terminando de lavar a boca. Sequei o rosto na toalhinha e fiz meu caminho de volta.

: - Bom dia, insuportável.

Taylor uivou por trás de uma carranca em seu famoso mau humor matinal. Assim como eu, ela era completamente bipolar.

Chris riu despreocupado e enfiou as mãos no bolso do bermudão branco que usava, de pé perto da porta do meu quarto.

: - Reunião de família? – Perguntei com um sorriso.

: - Deus me livre. – Tay bufou.

: - Só vim saber se você quer ir correr comigo na praia. Quero companhia para começar a manhã olhando belas bundas na areia.

Chris abriu seu melhor sorriso galanteador pra mim, me fazendo andar até ele para lhe dar um belo de um tapa na nuca.

: - Você é um mulherengo. – Ele riu despreocupado e alisou o peito por cima da regata preta que vestia. Ele estava bem mais forte desde a última vez que pisei em Miami. – E não, não posso correr na praia com você porque estou indo para a casa de Camila. A única bunda que vou olhar hoje é a dela.

: - Isso de ter uma mulher só é tão broxante. Por isso que eu não quero me apaixonar. – Peguei a minha mochila arrumada e a coloquei no ombro, guardando o Iphone no bolso do short. – Ver a mesma bunda sempre deve ser uma merda.

: - Uma merda é o que sai da sua boca diariamente, idiota.

Taylor alfinetou rindo e pulou da cama.

: - Ver a mesma bunda sempre não é uma merda, muito pelo contrário. Uma merda será você correndo na praia para ver um traseiro, enquanto eu estarei pegando em um que quase possui o meu nome gravado. Eu sou completamente apaixonada por uma garota e tanto. E sabe a melhor parte? É tudo meu.

Terminei de falar e coloquei o meu fiel rayban preto, dando uma bagunçada de leve no cabelo. O meu sorriso naquele momento deveria estar fuzilando o meu irmão, pois a cara de dor que ele fez estava causando uma crise de risos em Taylor.

: - Toma, babaca. Poderia começar o dia sem essa.

Tay passou por ele e o empurrou pelo ombro.

: - Isso doeu, Lauren. – Chris fez uma expressão dramática e levou a mão direita até a barriga, curvando-se um pouco. – Me deu até uma pontada no estômago. Você é um cavalinho mesmo.

: - Selo Jauregui de qualidade, querido. – Fiz um pequeno bico e lhe lancei um beijo, caminhando em sua direção. – Que culpa tenho eu se a minha garota é sensacional?

Fiz um movimento com o dedo indicador para que ela virasse de costas. Eu pisquei e ele girou em seus calcanhares, dobrando um pouco os joelhos e estendendo seus braços para trás. Eu não precisava dizer o que queria, ele sabia exatamente o que precisava fazer.

: - Ok, Você venceu essa. E eu não... Porra! – Chris exclamou quando eu montei em suas costas, abraçando seu pescoço e sentindo suas mãos segurarem embaixo dos meus joelhos. Eu ri e o dei um tapa na cabeça. – Vou retirar o cavalinho e chamar de baleia. Gorda.

: - Cala a boca. – Ele riu divertido e começou a caminhar para fora do quarto, Taylor na nossa frente negando com a cabeça. – Eu sou a mais velha aqui, me deve respeito.

: - E a mais gorda também.

: - Chris!

Soquei seu ombro e ele riu novamente.

: - A Camila gosta né, fazer o quê? A garota é guerreira.

: - Ela me ama.

Eu sorri ansiosa, estava louca para vê-la e a menção de seu nome me deixou agitada.

: - Tem que amar muito mesmo para aguentar esse peso.

: - Vai se foder.

Nós rimos juntos e ganhamos a sala. A minha risada foi embora na mesma hora com a voz que encheu o ambiente.

: - Olha a boca, Lauren.

Minha mãe estava parada do outro lado da sala, uma cesta de pães na mão e uma jarra de suco na outra. Pelo o que pude ver, arrumava a mesa do café. Meu pai provavelmente havia saído cedo. Desci das costas de Chris e suspirei, ajeitando o jeans em meu quadril.

: - Desculpe.

Eu disse um pouco sem graça e Chris riu baixinho.

: - Por que está de óculos dentro de casa e mochila nas costas?

Com calma ela depositou os pães e a jarra sobre a mesa forrada, me encarando logo depois com as mãos na cintura.

: - Eu vou sair.

Respirei fundo para manter o meu controle, não queria iniciar uma briga com ela aquela hora da manhã.

: - Pra onde vai?

: - Você sabe. – Revirei os olhos por trás dos óculos e observei Chris e Taylor se sentarem à mesa. – Eu tenho te falado sobre isso a semana toda.

: - Ainda não são nem 10:00 da manhã, o que vai fazer lá tão cedo? Hoje é véspera de ano. Você fez a mesma coisa no Natal.

Aquela conversa de novo, o mesmo drama de sempre. Deslizei a mão pelo cabelo e ajeitei a mochila nas costas, me aproximando um pouco da porta.

: - Eu virei a noite de Natal em casa, mãe. Eu passei o dia te ajudando com a ceia, eu passei todo o meu tempo com vocês no dia 24 porque passaria o dia 25 com Camila. – Ela bufou irritada e negou com a cabeça. – Eu te falei a semana toda que iria virar o ano com ela e passar o dia 1° com vocês, como sempre fizemos. Por que isso agora? É apenas uma divisão certa do meu tempo.

: - Nós temos que marcar horário na sua agenda agora? Somos sua família. Custa abrir mão de algumas coisas?

: - Camila é minha namorada e faz parte da família. Em nenhum momento eu fui injusta aqui. Eu tenho passado os dias com ela, voltando para casa ao anoitecer e me dedicando a vocês até a hora de dormir, que pelo o que eu saiba só acontece às 3:00 da manhã, quase sempre. Não há sentido nesse seu pedido.  

Ao contrário do meu objetivo, eu comecei a me estressar em um piscar de olhos. Meu tom de voz já estava saindo mais alto e eu recebia a atenção de Taylor e Chris.

: - Você está trocando a sua família por essa garota cada vez mais.

: - Ah, por favor. – Eu ri incrédula e joguei minhas mãos ao ar. – Agora ela é apenas “essa garota” pra você? Antes ela vivia aqui em casa, você fazia questão de que ela dormisse aqui, tratava como se fosse filha e agora a trata como se ela fosse um monstro. E eu vou ignorar o resto de sua frase.

: - Antes ela não havia metido você nessas coisas. – Com dois passos largos ela se aproximou de mim, eu recuei o mesmo número. A merda que ela disse queimou o meu cérebro, era como se eu pudesse sentir o cheiro da fumaça. Será que ela tinha noção do que estava falando? – Você era apenas a minha garotinha antes de sair para aquela maldita viagem. Você era como todas as outras.

: - Eu ainda sou a Lauren, a diferença é que agora existe uma versão muito mais feliz e apaixonada. Você sabe o que é isso? – Eu me aproximei dela e levantei os óculos, os deslizando em meu cabelo. A tensão na sala era visível, a respiração agitada fazia meus seios saltarem dentro da regata que eu vestia. A sensação era de frustração, era como clicar na mesma tecla mil vezes e ainda enxergar a tela completamente branca. – Você sabe o que é estar perdidamente apaixonada por alguém? Sabe o que é sorrir por qualquer coisa que a outra pessoa faça? Você sabe como é sentir o coração batendo com toda a força por estar nos braços de alguém? Por acaso você sabe como é encontrar motivos para seguir em frente com todas as merdas acontecendo, só porque a pessoa que você ama sorriu? Você sabe o que é isso, mãe?

O que eu ganhei depois foi o silêncio, nada mais. Por um momento eu enxerguei um misto de vergonha e raiva em seus olhos, como se algo dentro dela estivesse entrando em confronto. Eu não precisava que ela falasse algo, eu já tinha a minha resposta. Sorri triste e neguei com a cabeça, andando para trás.

: - Eu imaginei. – Coloquei os óculos outra vez e olhei para Taylor e Chris, que encaram a cena com expressões curiosas. – Até amanhã. E Chris, cuidado para não se perder na praia.

Joguei um beijinho para ele e me virei de costas, caminhando para a porta. Ainda o ouvi me xingar um pouco antes de sair, finalmente, finalmente respirando um ar menos pesado. Aqueles pequenos debates com minha mãe me machucavam um pouco mais a cada segundo, saber que ela me considerava uma anormal me deixava perturbada. Eu não sabia dizer o que eu pensava de mim, o que eu achava que era, mas anormal nunca foi algo que se passou pela minha cabeça.

Tentei deixar aquela sensação ruim de lado e entre no carro, sorrindo ao perceber até onde iria dirigir. Será que ela já estava acordada? Fiquei com pena de chamar no wpp e decidi esperar por uma iniciativa de sua parte. Ela gostava de dormir até tarde quando não tinha nada para fazer. Eu avisei que chegaria cedo, mas não disse a hora exatamente. Caso eu a acordasse, com toda a certeza a deixaria de mau humor, então era melhor levar um pequeno agrado para amenizar as patadas. Sorri dando partida no carro, iria passar em uma confeitaria antes de ir para a sua casa, acho que um bom pedaço de bolo de chocolate iria resolver o problema.

Estacionei em frente ao portão de Camila um tempo depois, mochila nas costas e uma sacola da confeitaria mais cara de Miami na mão direita. Queria que ela provasse daquelas guloseimas, eu me derretia por cada uma sempre que tinha a chance de comer. É claro, sem chocolate. Atendi alguns fãs no estabelecimento, desviei de perguntas e tirei poucas fotos. Um medo terrível de ser seguida até a casa de Camila me fez fazer todo o caminho olhando o retrovisor. Respirando aliviada por conseguir chegar em paz, desci do carro e fui recebida por uma Sinu alegre e calorosa. Abraçamos-nos por um momento, era sempre bom sentir aquele carinho da parte dela. Nós fomos entrando em casa enquanto conversávamos, seu braço esquerdo ao redor dos meus ombros. Percebi que Sofia ainda não havia acordado, caso contrário teria ido me receber junto com a mãe. Eu fiquei um pouco animada, queria um tempo com Camila antes de me dedicar a pequena pelo resto da tarde como havíamos combinado. 

: - Lauren, querida, vai acordar a Kaki. – Sinu pediu quando entramos na sala, os óculos de grau quase na ponta de seu nariz a deixavam graciosamente engraçada. Eu sorri para ela e retirei a mochila das costas, colocando as alças no antebraço. – Já era para ela estar de pé, acredite, eu já chamei três vezes. Mas nem dizendo que você logo estaria aqui a fez levantar a bunda daquele colchão.

: - Sua filha hiberna.

Eu disse erguendo as sobrancelhas e ela riu ciente, negando com a cabeça e levando as mãos até a cintura.

: - Quando era bebê e tinha que dormir, não dormia. Camila é toda do contra. – Fazendo um gesto rápido com uma das mãos, Sinu sorria enquanto apontava para a escada. – Mas vá, querida, acorde aquela garota e desçam para tomar café. Você já se alimentou?

: - Não, confesso que estou morrendo de fome.

 Meu estômago roncou no mesmo momento, a ideia de empurrar algo pela garganta parecia ótima.

: - Pois bem, eu vou arrumar a mesa. Não demorem.

Sinu me virou de costas para ela e me empurrou de leve na direção da escada, me dando dois tapinhas na bunda. Eu beijei sua bochecha e subi as escadas correndo. Aquela sensação gostosa de quando somos bem recebidos em algum lugar sempre me fazia sorrir toda vez que eu pisava naquela casa.

Parei em frente a porta do quarto de Camz e girei a maçaneta, passando a sacola que guardava o pequeno bolo para a outra mão. Um formigamento mais do que familiar se fazia presente na minha barriga, aquela ansiedade de todas as vezes em que eu estava perto de vê-la. Empurrei um pouco a porta e espiei pela brecha, a cama estava vazia. Ergui a sobrancelha e entrei devagar, o quarto pouco iluminado estava tão gelado que eu senti os meus mamilos enrijecerem. Fechei a porta atrás de mim sem fazer barulho e coloquei minha mochila no chão, junto com a sacolinha de papel.

: - Camz?

Eu chamei no meu tom de voz normal, ganhando o tapete felpudo que cobria o chão de seu quarto. O que me fez sorrir quando lembranças recentes invadiram a minha cabeça.

: - Estou indo, Lo.

Ela respondeu atrás da porta do banheiro, a voz rouca e preguiçosa. Imaginei que tivesse acabado de levantar. Caminhei até sua cama e me sentei na beirada, o lençol macio que cobria o colchão se embolando entre os meus dedos quando fechei as mãos em torno dele. Pouco tempo depois eu vi Camila sair do banheiro, o cabelo todo bagunçado, o rosto inchado de sono, a camisa de manga que vestia toda amassada e a calcinha... Ah, merda, tudo o que cobria seu sexo delicado era uma bonita calcinha vermelha. Eu sorri e fitei seus olhos quentes quando ela parou na minha frente, um pequeno beicinho enfeitando seu rosto perfeito.

: - Bom dia, linda.

Eu disse a puxando pela cintura, ajeitando seu corpo entre as minhas pernas. Por estar sentada na cama, meu rosto ficava na altura de seus seios, que foi o lugar onde ela acomodou a minha cabeça quando me puxou para um abraço. Eu suspirei de prazer, seu cheiro delicioso fazendo com que eu começasse aquele processo de me apaixonar mais um pouco todos os dias.

: - Bom dia, amor. – Ela resmungou baixinho, seus dedos correndo em uma carícia leve no meu couro cabeludo. – Hmmm, você lavou o cabelo. Por que não deixou para fazer isso aqui? Eu gosto de lavar pra você. Eu estou um pouco chateada.

Eu ri contra a sua blusa e corri minhas mãos por sua cintura quente, tocando a borda de sua calcinha.

: - Eu sabia que você iria reclamar. – Ela bufou contra os fios ainda úmidos, inalando com força. – Mas eu não resisti quando acordei, estava muito quente.

: - Eu gosto desse shampoo. – Ela ignorou a minha resposta e correu as mãos para a minha nuca, seu nariz insaciável ainda deslizando entre as mechas do meu cabelo no topo da minha cabeça. Aquilo estava me arrepiando, qualquer toque que ela dava em mim me fazia queimar, mas aquele gesto de me cheirar como se precisasse para se manter de pé me agitava. - Mas eu iria gostar muito mais se tivesse sido trabalho meu. Você sabe que eu vou falar por um mês se você me privar de fazer isso da próxima vez, não sabe?

: - Eu sei... – Eu murmurei de olhos fechados, meu corpo estava arrepiado e minhas mãos correndo por baixo de sua blusa. Eu não sei em que momento fiquei vidrada em suas palavras, talvez fosse desde o segundo em que ela abriu a boca. – Você vai demorar para me desculpar? Eu não acho que aguente mais do que dez minutos.

Eu entrei em seu jogo e mordi o lábio inferior, sua mão direita agarrando os fios perto da minha nuca. Com um puxão delicado, Camila me fez olhar para ela, seus olhos queimavam em um castanho brilhante. Nosso relacionamento tinha algumas regras, bem, podemos chamar de dependências. O que chamava a atenção era o fato de tudo ter ficado mais intenso depois que recebemos a notícia do nosso destino no grupo. Não era como se eu não pudesse fazer as coisas por incapacidade, mas sim porque eu gostava mais de quando ela fazia por mim. Da mesma forma que ela achava melhor quando eu fazia por ela. Nós cuidávamos uma da outra o tempo todo, lembrando a hora de comer, beber, e dos compromissos. Éramos dependentes e quase nos movíamos em um corpo só. Ela dava um passo para frente, eu dava junto. Quando me ocorria de fazer algo por mim que ela costumava fazer, sua reação se resumia em frustração. No pior dos casos ela ficava brava, não gostava de saber que eu poderia fazer qualquer coisa básica sem ela. Camila gostava da dependência que eu depositava nela, assim como ela depositava em mim. Era um laço que mantínhamos, um cuidado especial que dava um toque a mais no que nutríamos uma pela outra.

: - Eu poderia aguentar até vinte minutos se você fosse menos cheirosa. Mas esse não é o caso. – Um sorriso pequeno brotou no canto de seus lábios, eu automaticamente umedeci os meus. – Talvez você possa me provar que precisa de mim para qualquer coisa. Você acha que pode?

Sem desviar nossos olhares, ela colocou um joelho de cada lado das minhas coxas, sentando-se em meu colo. Eu suspirei encantada, qualquer gesto daquela garota me puxava para fora do mundo real. Eu desviei meus olhos para observá-la rapidamente. Seu cabelo pós-sexo parecia implorar para serem puxados, seus mamilos estavam salientes por trás do tecido da camisa, por conta do ar gelado. A pele exposta de sua bunda pressionando contra as minhas coxas, o que me fez levar as mãos com fome até a carne macia. Eu apertei gostosamente, suspirando junto com ela quando a carícia ficou mais intensa.

: - Eu preciso mesmo te mostrar que preciso de você pra tudo? Não deixei nítido o bastante durante todo esse tempo?

Perguntei correndo meus lábios por sua bochecha, meus olhos fechados, sua respiração doce se agitando no pé do meu ouvido. Arrepiei-me inteira.

: - Você não precisa, eu sei. Mas vai me dizer porque eu gosto de ouvir. Comece o último dia de 2014 da melhor forma. Me diga para o que precisa de mim.

Eu sorri com o coração acelerado e subi uma de minhas mãos por suas costas, deslizando entre as mechas bagunçadas de seu cabelo assim que cheguei lá. Olhei seu rosto a e encontrei perdida no meu, piscar parecia ser quase impossível para ela. Ergui a outra mão e acariciei sua bochecha, seus traços marcantes e latinos se encaixando perfeitamente em meus dedos. Ela era tão bonita, uma beleza única e sufocante. Eu respirei fundo antes de falar.

: - Eu vou te mostrar. – Desci os dedos para o seu pescoço. – Não desvie sua atenção.

Seus olhos confusos fecharam-se no mesmo instante em que eu a beijei. Apertei-a contra mim e afastei seus lábios grossos com a língua, me afundando naquele calor que era meu por direito. Camila suspirou na minha boca, suas mãos um pouco trêmulas subindo por meus braços, envolvendo a minha nuca. Eu a segurei pelo cabelo, beijando-a de uma forma tão profunda que a sentia resfolegar contra mim. Meu corpo todo estava agitado, mostrando para quem quisesse ver que todos os meus sentidos estavam reagindo ao gosto dela, ao cheiro, a língua quente que se embolava na minha sem receio. Ela beijava tão gostoso, tão gostoso que eu já estava quase gemendo e tremendo quando puxei seu lábio inferior entre os dentes, tornando a beijá-la. Suas pequenas unhas arranharam a minha nuca, sua mão livre puxando o meu cabelo. Seu corpo completamente colado no meu. Camila era a minha morte, e a pior parte era que ela sabia disso. Eu separei nossas bocas contra a minha vontade, não conseguia respirar e muito menos ela. Seu corpo estava mole nos meus braços, eu só precisava mostrar a ela o que queria.

: - Toca em mim. – Eu pedi com a voz falhando, estava tão arrepiada por todas os sentimentos que ela fazia crescer em meu peito que era quase incômodo. – Toca na minha pele, sente...

Com calma Camila deslizou as mãos por meus ombros, descendo até a metade dos meus braços. Eu tremia sem pausa, uma mistura de excitação, paixão, devoção, dependência. Era como se eu fosse uma viciada, ela a minha droga favorita. Sua respiração estava feroz, nossos lábios roçando enquanto ela me tocava.

: - Está sentindo como eu estou tremendo e arrepiada? – Sussurrei contra a sua boca, selando seus lábios uma, duas, três vezes. Ela apenas sacudiu a cabeça rapidamente em positivo, eu percebi que estava mole demais para falar. – Eu preciso de você para me deixar assim.

Camila gemeu baixinho quando beijei seu pescoço. Agarrei uma de suas mãos e a empurrei para baixo, a colocando entre nós, exatamente no meio das minhas pernas. Eu estava malditamente molhada, um simples beijo dela me fazia ferver. Era insano, tudo com Camila era demais.

: - Sente como eu estou molhada. – Eu esfreguei sua mão no meu sexo encharcado por cima do jeans. – E quente... Sente.

Beijei sua orelha, gemi contra ela.

: - Porra!

Ela ronronou na pele da minha bochecha, forçando seus dedos contra o meu jeans, ansiando assim como eu por um contato maior. Mas sexo não era o meu plano, não naquele momento.

: - Eu preciso de você pra isso também.

Sussurrei ao grudar nossos lábios outra vez, mordendo o inferior bem de leve. Abri os olhos e fitei os seus cobertos pelas pálpebras, apertados com força. Puxei sua mão de volta para cima, colocando-a sobre o meu seio esquerdo. Com a mão livre eu segurei em sua nuca, colando minha bochecha direita na sua para sussurrar em seu ouvido.

: - Está sentindo o jeito desesperado que o meu coração está batendo? – Eu perguntei com a voz mais melosa do que planejei, minhas emoções estavam me dominando e o caminho perigoso se fazia ainda mais visível na minha frente. – Eu quero que você diga.

: - Estou.

Sua voz era quase um lamento, sobrecarregada pelas mesmas emoções que a minha. Assim como eu, Camila estava arrepiada, suas mãos suavam levemente. Eu sorri contra a sua pele, aquele tipo de sorriso que rasga o seu rosto do nada e você simplesmente não pode controlar.

: - Eu preciso de você para deixá-lo desse jeito. – Eu soltei sua mão e ela não ousou retirá-la do meu peito, parecia gostar muito das batidas insistentes em sua palma aberta. – Esse sorriso na minha boca, essa euforia assustadora, essa vontade de viver intensamente e esquecer tudo o que me magoa, o que me faz chorar, que me puxa para trás...

Quando voltei a fitar seu rosto para terminar o que comecei, Camila tinha seus olhos abertos, um brilho intenso e úmido. Eu enxerguei ali o melhor que havia em mim, e o melhor que havia em mim foi oferecido por ela.

: - Eu preciso de você pra isso. Eu preciso de você para qualquer detalhe, qualquer situação. – Toquei seu rosto com as pontas dos dedos, massageando seu maxilar. – Eu preciso de você para me amar sem prazo, porque eu realmente não sei o que seria de mim se algum dia não pudesse mais precisar de ti.

Em toda a minha vida eu esperei por aquilo, em todos os dias frustrados que eu caminhei sem saber para onde seguir, eu esperei por algo com aquela intensidade. Quando eu me apaixonei e fui machucada, quando eu chorei sozinha, quando eu decidi seguir em frente porque descobri que não valia a pena, quando eu tive recaídas, quando eu sofri por causa de nada, quando eu sofri por causa de tudo. Eu estive esperando por um sentimento como aquele, algo que me permitisse dizer a pessoa o quanto eu a desejava, o quanto a amava. Eu esperei pelo dia que eu pudesse dizer a alguém que seria para sempre, que não duraria apenas algumas semanas. Eu esperei ansiosa pelo dia que a envolveria em um abraço, afagaria seus cabelos, sentiria seu cheiro e me daria conta de que nada mais era preciso na minha vida. Você sabe, eu esperei por ela todo aquele tempo, atrás de medos e confusões, perdida nos meus próprios erros. Eu me sentia nua nos braços de Camila, como se estivesse exposta para ela de corpo e alma, com todos os meus defeitos e inseguranças. Eu estava lá me oferecendo, gritando com todas as minhas forças para que ela me amasse pra sempre, mesmo que o pra sempre algum dia nos separasse, mas ainda sim nos mantivesse ligadas pelo sentimento. Eu só queria ser amada, o resto não me importava.

: - Eu vou te amar pra sempre. – Ela respondeu o que pensei, me arrancando um sorriso maior ainda. Suas mãos agitadas massagearam o meu pescoço, seus olhos úmidos sorriam pra mim mais do que seus lábios. – Eu não me importo se dizem que o pra sempre acaba. Eu me importo com o que eu sinto, e o amor que eu tenho para te dar é pra sempre. Se eu morresse amanhã, a minha alma continua te amando. Ela vem fazendo isso há tanto tempo, eu sei que você sabe disso. Então, o que me impede de acreditar no pra sempre? Nós decidimos isso, e eu decido te amar.

: - Você é perfeita. E a melhor parte é que você é minha.

Corri meus dedos por seus lábios.

: - Toda.

Ela fungou baixinho e me puxou para um abraço apertado, como se quisesse calar as batidas desesperada de seu coração contra o meu peito. Eu me sentia em casa, de algum jeito estranho e insano ela havia me consertado, eu não tinha como agradecê-la.

: - Me beija para brindar o momento.

Eu disse risonha e desci minhas mãos por suas costas, parando com elas em sua bunda. Comecei uma carícia gentil.

: - Só se pedir com jeitinho.

Sua voz melosa enviou uma onda de arrepios por meu corpo.

: - Me beija. – Beijei seu ombro, apertei sua bunda. Subi meus lábios por seu pescoço e mordisquei seu lóbulo. – Me beija bem gostoso... Vai. Me beija, Camila.

: - Deus! Você não pode ser menos sexy nem para implorar?

Ela murmurou no meu ouvido sob um gemido e puxou o meu cabelo, me fazendo rir em sua boca quando voltou a me beijar. Ficamos naquele beijo por um tempo, nenhuma de nós queria parar, mas foi preciso quando o ar fugiu dos pulmões. Continuamos com os lábios próximos e eu a ajeitei em meu colo, suspirando.

: - Eu trouxe uma coisa pra você.

: - O quê?

Sua animação infantil logo deu sinal de vida, a língua indo parar entre os dentes naquele sorriso conhecido. Ela me derretia.

: - Bolo de chocolate.

A dei um tapinha da bunda e selei seus lábios.

: - Mentira?

Camila quase gritou, dando pequenos tapas em meus ombros.

: - Verdade.

Eu estava colocando a minha língua dentro da boca dela de novo quando ouvi um barulho, fazendo meu coração bater na minha cabeça. Meus olhos quase saltaram da minha face quando eu vi quem era. Camila saltou mesmo foi do meu colo.

: - Kaki, você tava beijando a Lolo na boca igual na revista.

Sofia estava parada lá, a mão na maçaneta da porta e um sorriso sapeca no rosto. Eu senti o sangue saindo da minha cara, olhei Camila e ela parecia ter perdido a voz.

: - Sofi! – Eu exclamei completamente sem graça, um sorriso forçado. – O que... ? O que você... Ai, meu Deus!

Eu comecei a rir desesperada e me joguei para trás na cama, cobrindo meu rosto com as mãos.

: - Eu não mereço isso. – Camila bufou completamente envergonhada. – Vem aqui, sua pestinha. O que você veio fazer aqui?

: - Eu vim chamar você e a Lolo para tomar café, a mama mandou. Mas ai eu abri a porta e vocês estavam dando um beijo igual de adulto, eu fiquei olhando.

Acredite, quando uma situação já está uma merda, ela pode ficar muito pior.

: - Santo Cristo!

Eu gargalhei quase rolando na cama, estava rindo de tanto nervoso e desespero. Aquela criança poderia ter presenciado tudo, menos aquilo.

: - Não estou vendo graça, Lauren. – Camila esbravejou, dando um tapa no meu pé. – E Sofi, você tem que prometer que não vai contar isso para mama e nem para o papa. Era pra você ter batido antes de entrar no meu quarto, a irmã já te pediu isso tantas vezes. Por que me desobedeceu?

: - Desculpa, Kaki.

A voz tristonha que ela fez deixou o meu coração apertadinho, fazendo-me sentar na mesma hora. Olhei para Sofi e ela tinha um pequeno beicinho. Troquei um rápido olhar com Camila e suspiramos juntas.

: - Tudo bem, vem cá.

Camz curvou-se um pouco e esperou que a irmã se aproximasse dela, pegando-a no colo. Em poucos segundos ela se sentou ao meu lado na cama e colocou Sofia entre nós.

: - Desfaz esse biquinho, pequena.

Eu disse afagando seus cabelos macios.

: - Não gosto quando a Kaki briga comigo.

Olhei para Camila e estreitei meus olhos, observando-a rir rapidamente.

: - Eu não briguei com você, meu amor, só fiz uma observação. – Camz suspirou e beijou a cabeça de Sofi, a abraçando de lado. – Mas me desculpe mesmo assim. E desfaça esse bico. A Lo veio lá da casa dela só pra passar a tarde com você, não é motivo para ficar alegre?

: - Mas ela veio te beijar antes. Ela nem passou lá no meu quarto pra me acordar.

Sofia cruzou os braços embaixo do peito e bufou, me fazendo rir abertamente. Aquela criança era adorável. As bochechas de Camila estavam coradas.

: - Ela iria até lá te dar um beijo depois, ela veio aqui antes porque eu sou a namorada dela e sinto saudades. Não é, Lo?

Desgraçada, jogando a bomba pra cima de mim. Dei um pequeno beliscão em suas costas e a vi dar um pulo na cama, fazendo uma careta.

: - É sim, eu já estava indo lá, mas ai você chegou antes. – Beijei sua cabeça cheirosa e a abracei de lado também, a apertando em nosso meio. – E eu trouxe uma coisa que você vai amar.

Eu sorri quando Sofia abriu um sorriso maior do que o mundo, mordendo o pequeno lábio inferior em um gesto idêntico ao da irmã mais velha.

: - O quê?

Ela perguntou animada, ficando de joelhos na cama e me encarando com olhinhos brilhantes.

: - Um bolo de chocolate.

: - Meu bolo.

Camila rosnou e devolveu o beliscão na minha coxa, me fazendo dar um tapa em sua mão. Eu comecei a rir e ela estreitou os olhos pra mim.

: - Eu quero comer agora, Lolo, cadê?

: - Tá ali na bolsinha de papel, vamos descer e comer na mesa. – Me levantei da cama e peguei Sofia no colo. – Não é, Camz? Vamos lá dividir o bolo.

: - Vamos, Lo, vamos dividir o meu bolo.

Com a voz banhada em cinismo, Camila sorriu tão forçado que eu gargalhei de sua expressão. Eu sabia o quanto a irritava dividir comida, mas eu não podia fazer nada, afinal, adorava ver aquele sorriso no rosto da pequena. Apesar de ser resmungona, ela também gostava, fazia tudo para ver a irmã alegre e não importava a circunstância.

: - E sem contar para a mama e para o papa o que você viu aqui.

Eu alertei Sofia quando abri a porta, seus braços ao redor do meu pescoço.

: - Pode deixar, Lolo, eu não vou contar nadinha.

: - Muito bem.

Beijei sua bochecha e esperei Camila vestir um short, vindo na nossa direção com um bico maior do que o mundo. Peguei a bolsa de papel no chão e sorri para ela.

: - Você consegue ser mais birrenta que uma criança, Camz.

: - Cala a boca porque eu estou com fome.

Ela rolou os olhos e passou por nós, indo na nossa frente. Eu ri completamente apaixonada e segui seus passos com Sofia no colo grudada em meu pescoço.

: - Não manda a Lolo calar a boca, Kaki.

: - Ai, vão brincar as duas e não torrem o meu saco. Eu só preciso comer.

: - Você não vai brincar com a gente.

Sofia deu língua para ela e bufou. Parar de rir e sorrir era impossível pra mim. Eu tinha duas crianças para cuidar naquela tarde, mas talvez não fosse tão difícil.

: - Quem disse que eu queria brincar? Vocês são duas chatas.

Camila resmungou descendo as escadas, o cheiro do café servido na mesa fazendo meu estômago roncar. Não vi Alejandro, talvez ainda estivesse dormindo.

: - Você que é chata, Kaki. Por isso que a mama diz que você merece levar umas palmadas na bunda igual ela me dá às vezes.

: - Boa, pequena.

Eu beijei o rosto de Sofia e vi Camila girar em seus calcanhares quando ganhamos a sala, se aproximando de nós.

: - Eu vou ser a rainha Camila e vocês as empregadas do meu castelo. Eu vou colocar as duas para lavarem os meus pés na mangueira lá no jardim.

Camila jogou o cabelo para o lado em um gesto esnobe e virou de costas, voltando a andar. Sofia riu animada em meu colo.

: - E ela ainda não queria brincar, né Lolo? – Sofi cochichou no meu ouvido. Eu ri contra o seu pescoço gordinho e a coloquei em cima da cadeira, largando a bolsa com o bolo sobre a mesa. – Essa Kaki é uma mentirosa.

: - E chata. – Eu completei puxando uma cadeira para me sentar, ouvindo Sinu cantarolar na cozinha. – Mas nós a amamos, não é mesmo?

: - Sim. – Sofi se curvou para falar perto de mim, colocando a mãozinha ao lado da boca para abafar sua voz. – Você vai ver quando ela começar a ser a rainha Camila, não vai mais querer parar de brincar. Eu sempre fico cansada e ela não me deixa em paz. A mama sempre diz que ela é mais criança do que eu. Pode isso, Lolo?

: - O que vocês duas estão fofocando ai?

Camila perguntou estreitando os olhos, sentada do outro lado da mesa.

: - Assunto meu e de Sofi.

: - É, Kaki, não se mete.

Sofi se ajeitou na cadeira e revirou os olhinhos. Eu ri encantada e neguei com a cabeça, suspirando. A manhã seria longa, e eu estava adorando a ideia de aproveitar cada segundo com as duas versões da minha Camila.

 

Às 22:00 da noite nós nos encontrávamos dentro do carro de meu pai, que eu dirigia na direção da casa de Verônica. Camila estava em uma animação só, completamente linda em um vestido branco de verão, alças finas, apertadinho embaixo dos seios e caindo solto até o meio de suas coxas. As mechas de seu cabelo cheio de cachos abertos caindo sobre seus ombros, tocando sua cintura. Em seus pés sandálias baixas e com tiras brancas, alguns detalhes em prata. Eu olhei para ela pelo canto dos olhos e sorri, largando minha mão em sua coxa e permanecendo com a outra no volante.

: - Adoro te ver animada desse jeito.

Eu disse deslizando meus dedos em seu joelho.

: - Eu amo a virada do ano, é tão excitante. E saber que vamos virar esse ano juntas e na companhia de Vero e Lucy me deixa mais animada ainda.

: - Seria melhor ainda se as meninas estivessem aqui.

Eu lamentei mantendo meus olhos na estrada. Estava morrendo de saudades delas, e pelo suspiro que Camila soltou, sabia que sentia o mesmo.

: - Sim. Mas falta pouco para nos encontrarmos.

Ela depositou sua mão sobre a minha e apertou, como se me confortasse. Um gesto simples, mas que continha um significado muito grande. Ficamos em silêncio depois, palavras não eram necessárias. Eu senti seus olhos sobre mim o caminho todo, sabia que estava me admirando. Sorri sem olhá-la, minha mão direita não saiu de seu joelho descoberto. Eu usava uma calça jeans branca bem apertada, empinando mais do que o normal a minha bunda. Uma blusa branca que deixava o meu ombro esquerdo completamente descoberto, o tecido fino caindo até a curva do meu antebraço. Um top vermelho que ficava metade à mostra cobria os meus seios, entrando em total acordo com os sapatos Prada que eu tinha nos pés, na mesma cor. Saltos finos e exuberantes, o que rendia à Camila um suspiro longo cada vez que eu pisava no acelerador. O meu cabelo solto e natural estava jogado para o lado, daquele jeito que fazia Camila me dizer o quão sexy era. Eu imaginei que talvez ela quisesse tirar a minha roupa e foder no carro, mas até que eu pudesse achar um lugar para pararmos por um momento e gozar, viraríamos o ano no meio da rua. Eu ri perdida em meus pensamentos, até que não era uma má ideia.

Não demorou muito e eu estacionei no portão de Vero. Atrás do muro uma música alta tocava e um festival de luzes piscando, quase me deixando cega. Aquilo era um social para virar o ano, ou o projeto de uma boate?

: - Isso é uma festa e tanto, e eu achando que seria uma pequena reunião.

Camila resmungou olhando pela janela, um meio sorriso cortando os seus lábios. Eu ri destravando as portas do carro, abrindo a minha e colocando a perna esquerda para fora.

: - Meu amor, se existe uma coisa que você precisa aprender sobre Verônica, é que ela nunca faz uma “pequena reunião”. – Peguei meu Iphone e coloquei no bolso, olhando para ela. – Vamos?

: - Vamos.

Saímos do carro e eu travei as portas, colocando a chave no bolso de trás. Camila e eu andamos lado a lado até o grande portão. Eu não sabia quem estaria lá dentro, então achei melhor manter certa distância entre nós e evitar problemas. Toquei o interfone e falei com alguém, dando o meu nome quando foi solicitado. Eu ergui a sobrancelha, desde quando eu tinha que dar o meu nome para entrar na casa de Vero? Esperamos poucos minutos e logo o portão se abriu, eu nem mesmo pisquei e havia alguém se chocando contra mim, me fazendo dar três passos para trás.

: - Vadia.

Vero praticamente berrou no meu ouvido. Eu a abracei com força e ri em seu ombro, desde que cheguei em Miami para as festas de final de ano, estávamos nos encontrando pela primeira vez.

: - Adoro essa tua recepção.

Dei um pequeno tapa em sua bunda e ela me soltou, segurando meu rosto com as mãos e beijando minhas bochechas.

: - Só porque é você.

Eu ri e procurei Camila com os olhos. Ela nos observava com um sorriso, como se não quisesse atrapalhar o que via. Mas Vero não estava disposta a prolongar o seu tempo comigo, pois me soltou imediatamente e puxou a minha garota para um abraço caloroso.

: - Que bom que veio, Camila. – Elas se abraçavam com força, sorrisos no rosto e uma áurea tão gostosa que fez com que eu me sentisse bem. Eu confesso que morria de ciúmes de Camila com Vero, mas naquele momento, ver a minha melhor amiga abraçando com carinho a minha namorada me deixou feliz. Quando as pessoas mais importantes da sua vida se dão bem, as coisas funcionam de uma forma melhor. – É maravilhoso te reencontrar. Estive com saudades desde a última vez que nos vimos.

: - Faz muito tempo, não é? – Camila sorriu e beijou as bochechas de Vero, mantendo suas mãos nos ombros dela quando se afastaram. – Também senti saudades, estou feliz por estar aqui. E obrigada pelo convite.

: - Não posso isso. Se Lauren vem, você é obrigada a vir junto. Sua presença é indispensável.

As bochechas de Camila coraram, nós trocamos um olhar rápido e eu não conseguia parar de sorrir. Com sua famosa euforia, Vero passou seu braço esquerdo ao redor dos ombros de Camz.

: - Mas vamos entrar.

Nós passamos do portão e meu queixo quase caiu quando eu vi o que tinha lá dentro. Era uma verdadeira festa de virada de ano, o jardim estava todo enfeitado por balões brancos e cinzas. Ao lado da piscina havia uma pista de dança armada, a mesa do DJ atrás e uma tenda branca por cima. Por todo o gramado haviam puffs brancos, uma grande mesa em um canto oferecia todo o tipo de bebida e comida que você possa imaginar. A varanda superior da casa sustentava grandes fitas de cetim branco, alguns lances de luzes piscavam por toda a cobertura e um grande globo prata girava no teto. Eu me perguntei se eu estava mesmo na casa de Vero, ou havia ido parar em alguma festa paga de gente rica.

: - Nossa!

Camila exclamou passando seus olhos ao redor.

: - Verônica, preciso dizer que você se supera um pouco mais todos os dias.

Eu comentei deslumbrada e a ouvi rir, parando ao meu lado e apertando o meu ombro.

: - Você sabe que eu odeio coisa de menos.

Eu observei as pessoas presentes, conhecia quase todo mundo que estava no jardim. As mesmas pessoas que frequentavam as festinhas audaciosas que fazíamos ali mesmo, na casa de Vero. Aos poucos elas foram me cumprimentar, e é claro, cumprimentar Camila. Algumas falaram o quanto amavam o grupo, perguntaram sobre as outras meninas e tudo mais, mas não nos deixaram desconfortáveis. Talvez ficar perto de Camila ali não me causaria problemas, afinal, eu conhecia todos eles e estava nítido de que sabiam que nós ainda estávamos namorando.

Fiquei conversando com um pequeno grupo até que vi Lucy chegar, chamando a minha atenção para ela. Nós nos abraçamos com saudades, era bom estar com ela de novo. Lucy abraçou Camila da mesma forma quente, para logo depois selar os lábios de Vero. Eu derreti vendo aquela cena, elas estavam mesmo dando certo daquela vez, eu esperava que durasse muito, muito tempo. Nós quatro nos sentamos em dois puffs no canto do jardim, Vero no colo de Lucy, Camila sentada na minha coxa direita. Aquilo me parecia mais programa de casal do que outra coisa, o que me fez sorrir abertamente.

: - Vocês não querem beber nada? Não fiquem esperando que eu sirva, sintam-se em casa.

Vero disse sorrindo para nós, e novamente eu senti falta do aparelho enfeitando o seu sorriso.

: - Eu quero beber algo. – Camila suspirou no meu colo, virando a cabeça para me olhar. – Eu vou pegar algo pra mim, amor, você quer?

: - Não, estou bem assim. Tenho que dirigir para casa mais tarde e se eu começar a beber, não vou mais parar.

Avisei acariciando sua coxa rapidamente.

: - Certo. – Ela deu um tapinha na minha perna e se levantou. – Já volto.

Eu a observei se afastar, meus olhos subindo desde suas pernas até os ombros nus. Eu deveria estar com uma cara bem idiota, porque Vero e Lucy começaram a rir escandalosamente.

: - O quê?

Perguntei olhando para elas, ajeitando o meu cabelo em cima do meu ombro esquerdo.

: - Você está muito apaixonada. – Vero riu negando com a cabeça, os dedos entrelaçados com os de Lucy. – Quem diria que um dia eu iria ver Lauren Jauregui completamente babaca por alguém.

Eu ri sem graça e mordi o lábio inferior.

: - Às vezes nem eu acredito, com toda a sinceridade. Não é estranho sentir que sua vida está nas mãos de outra pessoa?

: - É assustador. – Lucy disse séria, parecia pensar um pouco. Por causa da música que tocava, nós estávamos falando mais alto. – Mas é revigorante ao mesmo tempo. Você se apaixonar, sorrir por qualquer coisa, se sentir idiota de uma forma gostosa. Isso meio que não tem preço, é único.

Seus olhos brilhavam, um pequeno sorriso cortou os seus lábios.

: - Bem, não é apenas Lauren Jauregui que está muito apaixonada. Lucy Vives está igualmente babaca.

Eu comentei dando uma piscadela, fazendo-a corar intensamente. Vero riu jogando a cabeça para trás.

: - Acho que eu e Camila podemos comemorar essa vitória.

: - O que tem eu?

Camila perguntou quando se aproximou de nós, um copo na mão com um pequeno canudo verde pendurado, umm líquido vermelho dentro. Com calma ela sentou-se na minha coxa, meu braço envolvendo sua cintura.

: - Vero estava comentando que você e ela podem comemorar a vitória, por terem deixado Lauren e eu completamente de joelhos.

Lucy rolou os olhos e ganhou um tapa no braço. Eu ri e cheirei as costas de Camila rapidamente, que soltou uma risada gostosa depois de beber um pouco de sua bebida.

: - É verdade. Eu mereço um prêmio por todo o trabalho duro que fiz. Não foi nada fácil colocar Lauren aos meus pés. – Eu ergui a sobrancelha.

: - Eu não diria isso, Camila. Lauren está aos seus pés desde que te viu pela primeira vez, ela só era idiota demais para assumir isso.

: - Vero!

Eu exclamei estreitando os meus olhos para ela.

: - Gostei de saber.

Camila disse bebendo mais um pouco.

: - O quê? Camila precisa saber que você ficava enchendo o meu saco. Era “Camz é linda” pra cá, “Camz é tão cheirosa” pra lá, “Camz é tão fofa” para o lado esquerdo, “Camz me deixa nervosa” para o lado direito. Qual é, Jauregui? Assuma.

: - Traidora.

Eu disse esticando a mão para bater em seu braço, arrancando uma risada alta das meninas.

: - É verdade, Camila, ela ficava assim mesmo. Enchia tanto o saco que às vezes eu a deixava falando sozinha por telefone, ou pessoalmente.

Lucy completou divertida, abraçando a cintura de Vero. Porra! Com amigas como aquelas duas, quem é que precisava de inimigas?

: - Amor, isso é tão fofo. – Camila sentou-se de lado em meu colo para me olhar melhor. Eu senti minhas bochechas arderem quando ela apertou o meu nariz. Que vergonha eu estava sentindo, meu Deus. Uma coisa era eu ser ciente de que enchia o saco falando sobre ela para as minhas amigas, outra coisa era ela saber disso. – Acho que me apaixonei mais um pouco por você depois de saber disso.

: - Eu não estou achando graça.

Eu comentei envergonhada e dei o dedo do meio para Vero e Lucy, que decidiram rir da minha cara sem pausa.

: - Desculpa, amiga, mas eu não me aguentei.

Camila riu encantada e beijou a minha testa, colocando o canudinho na minha boca para que eu pudesse sugar um pouco da bebida. Aquilo era bom, parecia morango e menta.

: - Isso porque você é minha melhor amiga, em? Eu estou fodida mesmo.

 Rolei os olhos e ri, largando o braço direito sobre as coxas de Camz.

: - Você sabe que eu te amo.

Vero me mandou um beijinho.

: - Vocês são duas implicantes. – Lucy negou com a cabeça e deu um tapinha na bunda de Vero, para que ela levantasse. – Eu vou pegar algo para beber, e quando eu voltar nós vamos dançar. Vamos fazer valer a pena a última noite de 2014, por favor.

: - Com certeza.

Vero e Camila disseram juntas e animadas, eu só tive que concordar, não havia mais nada que eu quisesse de qualquer forma.

Lucy saiu para pegar sua bebida, e quando ela voltou nós fomos começar a nossa noite. A pista de dança no jardim da mansão de Vero ficou pequena para nós, era como se não existissem problemas e preocupações, dançávamos qualquer coisa que tocava e ríamos o tempo todo. Eu estava me sentindo suave, o coração batendo de forma confortável. Eu havia esquecido qualquer coisa que pudesse perturbar a minha cabeça, só me lembrava de me divertir com a minha namorada e minhas amigas. Existem certas coisas na vida que precisamos ignorar para seguir em frente. Quando você aprende a deixar de lado algo que te incomoda, tudo começa a funcionar de um jeito mais claro. Os dias passam rápidos, tudo muda e tudo passa, dar valor a algo que só te machuca é completamente desnecessário. A questão é viver independente de qualquer obstáculo, fazer valer a pena cada dia para que possa ser lembrado lá na frente com um sorriso. A vida é fácil, nós que complicamos tudo a maior parte do tempo.

Quando eu não aguentei mais os saltos em meus pés, decidi que era hora de parar um pouco. Estava suada e ofegante, fazia tempo que não dançava daquele jeito. Lucy havia acabado de acender um cigarro, o que me fez roubá-lo automaticamente de sua mão. Eu não sei o momento certo que isso aconteceu, mas eu praticamente salivei quando senti o cheiro da fumaça invadir a minha respiração. Ela me xingou por baixo do som alto, me empurrando pelo ombro. As três já estavam levemente alteradas pelo álcool, eu era a única sóbria e aquilo me irritou um pouco. Mas eu estava com Camila, teria que dirigir para casa e não a colocaria em risco por nada nesse mundo.

Pedi licença entre uma risada e avisei Camila que iria descansar um pouco. Ela perguntou se eu queria que ela fosse comigo, mas eu neguei e a incentivei a continuar dançando. Queria que ela aproveitasse ao máximo, distrair a cabeça era a melhor coisa. Mas confesso também que não queria que ela me visse fumando. Caminhei até um canto afastado do jardim e encostei-me ao muro, dobrando o joelho direito para apoiar meu salto na parede atrás de mim. Enquanto observava todas aquelas pessoas dançarem como se não houvesse o amanhã, levei o cigarro até entre os lábios e dei uma tragada longa, fechando meus olhos para sentir a nicotina sacudir o meu corpo. Porra! Eu havia esquecido como relaxava ao fazer aquilo. Abri a boca um pouco para que a fumaça pudesse sair, observando-a subir pesadamente. Enfiei a mão livre no bolso detrás da minha calça e traguei de novo, liberando a fumaça pelo nariz. Era como ter um orgasmo, imagina só fumar depois de gozar? Eu ainda faria aquilo, com certeza.

: - Você está me devendo um cigarro.

Ouvi a voz de Lucy ao meu lado e levei um pequeno susto.

: - Você e essa sua mania de chegar sem chamar a atenção.

Comentei rindo e ela levou o copo que segurava a boca.

: - E você ainda continua fresca.

Ela riu descontraída e se apoiou na parede ao meu lado, levando seus olhos para o lugar onde Camila e Vero ainda dançavam.

: - Me arrume uma cartela desses cigarros, eu sei que você tem mais por ai.

 Pedi mantendo um sorriso, tragando novamente.

: - Pelo o que eu saiba você não tinha o hábito de fumar, fazia raramente.

: - Não tenho, mas estou pensando em mudar isso.

 Lucy me olhou e sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

: - Péssima ideia.

: - Nem tudo pode ser bom sempre, amiga.

Eu comentei a observando tirar a cartela que continha os cigarros de seu bolso, me oferecendo. Apaguei o resto do que eu fumava e joguei na grama, pegando outro novo em folha. Coloquei entre os lábios e Lucy ergueu um isqueiro prata na altura do meu rosto, acendendo para mim rapidamente.

: - Você ainda é boa nisso.

: - É como andar de bicicleta, por mais que você passe um longo tempo sem andar, nunca esquece.

Ela riu abertamente e guardou o isqueiro junto com a cartela, bebendo o resto do que havia em seu copo.

: - Tem razão.

: - Eu preciso relaxar ultimamente. Vou fumar um cigarro sempre que não puder foder.

Soltei a fumaça pelo nariz e ergui a cabeça, sorrindo de canto.

: - Vero tem uma mania irritante de fumar sempre quando acabamos de transar. Ela mal goza e já está sentada na varanda acendendo um cigarro.

Eu ri imaginando a cena e neguei com a cabeça, deslizando a mão livre pelo cabelo.

: - Acho que vou seguir os passos dela.

: - Aprendiz de Verônica Iglesias. Era só o que me faltava.

Lucy riu um pouco alto, sua voz levemente embriagada a deixava engraçada.

: - Eu senti a sua falta.

Comentei sem tirar meus olhos da pista de dança, a pequena chama vermelha comendo a ponta do cigarro enquanto eu tragava. Senti os olhos de Lucy sobre mim, não estava vendo, mas sabia que ela sorria.

: - Eu também senti a tua. Eu não consigo me acostumar com a tua ausência. É estranho não te ver mais todos os dias.

Eu sorri triste e me lembrei vagamente que logo ela voltaria a me ver todos os dias. Mas ela não precisava saber disso, não é mesmo? Não naquele momento.

: - Eu sinto muito. – Olhei para ela e mordi o lábio inferior. – Mas nós estamos aqui agora, e eu te amo.

: - Jauregui melosa é a melhor Jauregui.

 Lucy se aproximou de mim e beijou a minha bochecha, me fazendo corar.

: - Idiota!

: - Idiota, mas não vela. – Eu fiquei confusa com suas palavras e ergui a sobrancelha para ela. – Sua mulher está vindo ai. Vou me retirar e ir atrás da minha. Com licença.

Lucy sorriu e me deu as costas. Eu olhei para frente e vi Camila andando na minha direção, perdi completamente a noção do meu espaço. Por que ela tinha que ser tão sexy? Seu quadril coberto por aquele tecido fino movia-se graciosamente conforme ela andava, parecia proposital. Seus cabelos estavam revoltos, suas bochechas coradas. Eu tentei esconder o cigarro atrás do meu corpo, mas seus olhos capturaram o movimento da minha mão imediatamente. Eu praguejei baixinho quando ela chegou perto o bastante, me fitando por baixo dos cílios longos e sensuais.

: - Fumando.

Ela acusou cruzando os braços embaixo dos seios, as sobrancelhas erguidas. Eu cocei a nuca e concordei com a cabeça.

: - Só um, eu juro.

: - Mentira, esse é o segundo. Eu estou um pouco tonta, mas não sou cega.

Camila estreitou seus olhos para mim, se aproximando mais um pouco. Eu envolvi a sua cintura com o braço esquerdo, erguendo a mão direita para tragar mais um pouco do cigarro. Soltei a fumaça entre um riso de quem havia sido pega no flagra e olhei para ela.

: - Ok, eu confesso.

: - Me deixe provar.

A fitei surpresa, o sorriso no canto de seus lábios indicando sua ansiedade. Grudei mais seu corpo no meu e descansei a mão com o cigarro ao lado de meu corpo.

: - Nem pensar.

Eu disse negando com a cabeça lentamente. Camila subiu suas mãos por meus braços e envolveu minha nuca. Arrepiei-me levemente.

: - Por quê?

Seus olhos castanhos me avaliavam.

: - Porque eu não quero você fumando.

Ela rolou os olhos e suspirou, o cheiro do álcool saindo de sua boca me fez salivar um pouco.

: - Mas você está.

Ela disse o óbvio e tentou pegar o cigarro da minha mão, o que me fez colocá-lo atrás de meu corpo.

: - Eu sou eu. Você eu não quero.

: - Isso é um “não” definitivo?

Seu sorriso se estendeu mais um pouco, aquilo não me pareceu boa coisa.

: - É.

Eu umedeci meus lábios quando ela roçou os seus no canto da minha boca.

: - Ok.

Eu pisquei e ela me beijou, empurrando meu corpo com mais força contra o muro, enfiando sua língua na minha boca com pressa. Eu resfoleguei de surpresa, adorava quando ela tomava aquele tipo de atitude. Começamos a nos beijar com fome, parecia que não fazíamos aquilo há muito tempo. Segurei em seus cabelos com a mão livre e aumentei mais ainda o contato de nossas línguas, ganhando um pequeno gemido como resposta. Eu reconheci a música que começou a tocar no grande jardim. West Coast – Lana Del Rey. Era incrível como as músicas daquela mulher sempre embalavam os meus momentos com Camila. Eu comecei a ficar agitada, seu beijo estava cheio de segundas intenções e a forma que ela movia a língua enviou pontadas para a minha virilha.

Eu mordi seu lábio inferior e ela desceu as mãos por meus braços, tocando a mão que eu havia deixado ao lado do meu corpo. Cravei minhas unhas em sua nuca e ela deslizou a língua por meus lábios, lambeu a minha boca. O gosto do álcool me deixando tonta, na verdade ela estava me deixando insana. Aquela música tocando de fundo atiçando a minha imaginação, o meu desejo era fodê-la naquele jardim ao som de West Coast. Eu gemi frustrada quando ela separou nossas bocas, abri os olhos para encará-la e a encontrei com um sorriso sexy no canto dos lábios vermelhos. Camila então ergueu a mão esquerda na altura de seu rosto, o que eu encontrei lá me fez piscar lentamente. Ela estava com o meu cigarro entre os dedos, eu amaldiçoei o inferno por não ter me dado conta do momento em que ela o pegou da minha mão. Maldita! Havia me beijado daquela forma para conseguir o que queria. Por que eu ainda duvidava das habilidades dela para fazer qualquer coisa? Sonsa. Minha. Sonsa. Minha. E mais sonsa, pode colocar muito mais que cabe.

: - Filha da puta.

Eu rosnei por trás dos dentes travados quando ela sensualmente tragou o meu cigarro, fechando os olhos e erguendo a cabeça para soltar a fumaça. Eu gemi fraca, me sentia impotente na frente dela, incapaz de mover a mão para dar na cara dela e fazê-la engolir aquela merda. A cena era tão sexy que eu xinguei de novo quando ela tragou outra vez.

: - Nada de interessante.

Ela disse quando colocou seus olhos sobre mim, apagando o que sobrou do cigarro ao lado da minha cabeça no muro, o jogando no chão.

: - Você não vale nada. – Eu envolvi meus dois braços em sua cintura, praticamente a esfregando em mim. – E eu gosto tanto disso.

Camila jogou a cabeça para trás no topo de sua leve embriaguez e riu de um jeito delicioso, aproximando a boca do meu ouvido para sussurrar o que terminou de mandar a minha calcinha para o inferno.

: - She’s crazy y cubana como yo, my love…

O trecho da música que tocava saiu de sua boca como um tapa, eu tremi sobre os meus saltos e subi minha mão por suas costas. Deslizei meus lábios em sua orelha e sussurrei de volta, completando a letra.

: - On the balcony and I'm singing. Move baby, move baby, I'm in love.

(E na varanda eu estou cantando. Mexa-se, querida, mexa-se querida, eu estou apaixonada)

Mordisquei o lóbulo de sua orelha e senti seu corpo tremer, seu quadril colado ao meu movendo-se graciosamente no ritmo da batida. Que porra de garota, ela fazia poeira do meu controle.

: - Down on the west coast... (Lá na costa oeste) – Camila continuou cantando enquanto rebolava na minha frente, os lábios cheios acariciando a minha bochecha. – Me diga que nós vamos foder ao som dessa música qualquer dia desses.

Eu respirei fundo para tentar focar na sanidade que me sobrava e fechei meus olhos.

: - Eu poderia fazer isso aqui agora mesmo. – Ela riu e me olhou, deslizando a língua pelos lábios. – Eu estou morrendo de tesão. E te odeio bastante por isso.

: - Gostosa.

Seus lábios estavam nos meus novamente, suas mãos puxando o meu cabelo. Eu iria abrir a boca para recebê-la, se Vero não tivesse brotado do nada e grudado seu peito nas costas de Camila, a imprensando entre nós. Uma risada alta escapou da garganta da minha namorada, acompanhando a da minha melhor amiga. Lucy estava logo atrás com seu sorriso divertido, mais um copo em sua mão.

: - Vocês podem transar lá em cima se quiserem. – Vero disse por cima do ombro de Camila, um sorriso safado no rosto. – Na verdade eu acho que nós poderíamos transar em grupo. O que você acha, Camila? Vamos foder as quatro.

Lucy explodiu em uma gargalhada, Camila fez a mesma coisa, Vero sorria divertida e eu rosnei como um cão raivoso.

: - Mas nem em pensamento.

Eu puxei Camila para o meu lado e grudei em sua cintura de forma possessiva, afastando-a de Vero.

: - Vamos, amor, parece divertido. Nós podemos tentar.

Ela estava brincando, mas aquilo estava fazendo o meu sangue ferver nas minhas veias. Brincar com o meu ciúme era perigoso demais.

: - Para de ser egoísta, Lauren. Vamos dividir nossas mulheres como boas melhores amigas.

Eu amava Verônica, mas eu senti vontade de agarrar o pescoço dela.

: - Você quer começar 2015 sentindo dor? Porque se quiser, me avisa que eu lhe dou uma surra agora mesmo. Tire os seus olhos da minha garota.

Eu rosnei novamente e estreitei meus olhos, arrancando uma risada alta de sua garganta. Vero negou com a cabeça e me abraçou, me fazendo cambalear para trás.

: - Você é uma idiota, sabia? – Ela ainda ria quando eu comecei a sorrir, a apertando contra mim. Eu sabia que ela não estava falando sério, mas aquele tipo de brincadeira realmente me fazia surtar. – É bom saber que eu ainda posso te irritar sempre que quiser.

: - Coloca irritar nisso.

Ela beijou a minha bochecha e se afastou, pegando na mão de Lucy. Olhei para Camila e ela sorriu pra mim, entrelaçando os nossos dedos.

: - Vamos subir para a varanda do meu quarto, falta vinte minutos para a meia noite. Vamos assistir aos fogos lá de cima, nós quatro.

: - Vamos, eu preciso mesmo me sentar um pouco.

Nós trocamos olhares rápidos e começamos a sair do jardim, deixando todas as pessoas que ainda dançavam para trás. Entramos no quarto de Vero e fomos para a varanda, o céu de Miami estava limpo, daria para ver os fogos nitidamente. Eu observei Lucy colocar uma garrafa de champanhe sobre a mesa, colocando as quatro taças ao lado. Olhei no Iphone e faltavam apenas cinco minutos para a virada do ano, o que fez o meu estômago tremer em ansiedade.

Olhei para Camila e ela tinha seus olhos no céu, algumas mechas de seu cabelo voando em seu rosto por conta da brisa fresca que batia. Eu admirei a sua beleza mais uma vez naquela noite, na minha cabeça começou a rodar um filme de tudo o que vivemos naquele ano. Meus olhos encheram-se de lágrimas quando eu constatei com felicidade e tristeza todas as nossas perdas e todos os nossos ganhos. Eu relembrei cada momento que passamos juntas, cada momento que passamos separadas. Cada tristeza, cada alegria, cada lágrima, cada sorriso. Eu autorizei os meus pensamentos a voarem por todo o ano de 2014, os piores e os melhores meses da minha vida. Eu deixei que uma lágrima caísse quando ela me olhou, os olhos úmidos e os lábios torcidos em um sorriso. Eu soube naquele momento que ela se permitiu fazer o mesmo que eu. Nós nos encaramos pela última vez naquele ano, a contagem regressiva para 2015 havia começado e suas lágrimas rolavam a todo vapor. Um misto de dois sentimentos banhando os seus olhos, o meu coração acelerado e as pessoas lá embaixo gritando me indicavam que mais um ano começaria. E lá estávamos nós, uma de frente para a outra, aquela linha invisível que nos ligava mais forte do que nunca, seus dedos delicados discretamente se entrelaçando nos meus. Quando os fogos explodiram no céu, eu a puxei para os meus braços, segurando ali tudo o que eu tinha de mais valioso na minha vida.

: - Feliz Ano Novo, amor.

Eu desejei baixinho no pé de seu ouvido, Vero e Lucy também se abraçavam atrás de nós.

: - Feliz Ano Novo.

Ela sussurrou de volta, fungando sobre o meu ombro. Os fogos no céu refletiam suas luzes em seu rosto, uma explosão de cores enfeitando os seus olhos castanhos. Eu ergui minha mão e acariciei sua bochecha, descansando meus lábios sobre os seus para depositar ali um beijo doce.

: - Eu te amo.

Sussurrei ao colar nossas testas, envolvendo sua cintura com os braços. Camila sorriu e fechou seus olhos, rodeando os seus braços em meu pescoço.

: - Eu também te amo.

Aquele foi o primeiro “eu te amo” que trocamos em 2015, a primeira noite do ano em que eu, novamente, me apaixonei por Camila.

: - Feliz Ano Novo, casal.

Nós rimos quando Vero e Lucy nos abraçaram juntas, onde nos apertamos as quatro em uma emoção sem tamanho. Os fogos não paravam, as pessoas lá embaixo no jardim comemoraram a chegada do ano novo de suas maneiras. Lucy abriu a garrafa de champanhe e colocou em nossas taças. Fizemos uma pequena rodinha e nos olhamos.

: - Eu quero fazer um brinde a 2015. – Vero começou com um pequeno sorriso, os olhos brilhando. – Um brinde a vida, um brinde ao amor, um brinde a Fifth Harmony, um brinde a Lauren e a Camila, um brinde a Lucy e eu. Que esse ano seja diferente para nós, que o destino se encarregue de fazer tudo dar certo. Que nossos sonhos se realizem e que Deus nos ofereça o melhor sempre. Eu estou feliz demais por deixar 2014 para trás com as pessoas que eu amo. Eu quero agradecer por estarem aqui. Obrigada por terem me dado um belo início de ano.

Lucy estava chorando com um sorriso no rosto quando ergueu sua taça. Os meus olhos ardiam por conta das lágrimas, a mão livre de Camila segurava a minha com força. Assim como eu, ela desejava intensamente que as palavras de Vero fossem exaltadas no final.

: - Então, um brinde ao destino.

Eu disse ao erguer minha taça, abrindo um sorriso entre lágrimas quando brindamos. Nós rimos perdidas em nossa bolha aconchegante e bebemos nosso champanhe.

: - Vamos tirar uma selfie.

Camila pediu animada, pegando o meu Iphone em meu bolso e destravando o visor.

: - Vocês querem matar o fandom? – Vero perguntou soltando uma risada. – Vercy e Camren na mesma foto é demais para a cabeça deles.

: - Nada melhor do que começar o ano sofrendo de feels. Eu espero que eles fiquem vivos.

Se eu estava ligando para a repercussão que aquela foto teria? Porra nenhuma, eu queria é ligar o foda-se e começar a viver a minha vida da melhor maneira possível.

: - Você realmente ama os seus fãs.

Lucy gargalhou e se juntou a nós, abraçando Vero por trás.

: - Mais do que você imagina.

Eu sorri para ela e passei meu braço ao redor dos ombros de Camila. Ela me entregou o Iphone e eu o ergui um pouco, onde nos apertamos para aparecermos no foco na câmera. Contei até três e abrimos sorrisos, capturando a imagem.

Nos separamos ainda rindo e eu joguei a foto no IG, sem enviar.

: - Hora da morte do fandom. Anotem essa data, 1° de Janeiro de 2015.

Vero disse animada em seu lugar, abraçando Camila. Eu sorri mordendo o lábio inferior e troquei um rápido olhar com Lucy, que se aproximou de mim e descansou o braço em meu ombro.

: - Coloca fogo, Jauregui.

Eu ganhei um beijo na bochecha e olhei ao meu redor. A minha vida havia dado um giro de 360 graus naquele ano, mas eu não poderia reclamar, afinal, estava onde queria estar. Abaixei meus olhos para o visor e digitei algumas coisas, enviando.

O que eu escrevi na legenda da foto no IG foi apenas um desejo, eu esperava que ele se concretizasse: Bem-vindo 2015. Que seja um ano diferente para todos nós. #HappyNewYear

 Naquela noite de ano novo mais um capítulo da nossa história começou a ser escrito. O que esperar dele? Eu não sabia, mas eu realmente guardava esperanças de que tudo valasse a pena. 


Notas Finais




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