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História Falling in love for the last time. - Deleite.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


O segundo de hoje. ♥

Capítulo 32 - Deleite.


 

8 de Outubro.

 Lauren POV.

 Eu estava sorrindo tanto que não me reconhecia, minha mandíbula até doía. Estava feliz, sabe? Voltaria para Los Angeles no dia seguinte e nada poderia me deixar mais vibrante. O som do carro de meu pai estava ligado, eu estava cantando acompanhando a letra enquanto batia minhas mãos sobre minhas coxas descobertas. Vestia um short jeans, uma blusa branca de mangas escrito “Coldplay” bem no centro, coturnos pretos e uma touca da mesma cor nos cabelos soltos. Não fazia calor e nem frio, o clima era fresco em Miami aquela noite. Meu pai estava indo me deixar na casa de Vero, ela ordenou que eu fosse até lá antes de ir embora.

 Cantarolei uma frase da música e deixei um sorriso de canto escapar, aquilo era tão... Camila que eu precisava twittar. Que ironia aquela música estar tocando, tão ironia que comecei a rir. Saquei o celular no bolso direito e abri o app para digitar.

 Lauren Jauregui @LaurenJauregui

Oh, she’s only 17.  It's the rolling of her Spanish tongue that makes me want to stay.

 Enviei o Tweet e sabia que minhas mentions ficaria lotada por conta daquele trecho, mas estava pouco me importando, queria é que eles surtassem mesmo. Você ai pode pensar que eu jogava algumas indiretas no Twitter sem consciência do que iriam pensar, não é? Está enganada, pois eu sabia muito bem a reação que todos teriam, lerda é algo que só pareço, mas não sou. Guardei o celular depois de reler a frase e neguei com a cabeça, mordendo o lábio inferior.

 : - Você está igual a um pinto no lixo, Lauren.

 Meu pai comentou sorrindo ao meu lado, me encarando com o canto dos olhos.

 : - Estou feliz. Só quero dormir e acordar em Los Angeles.

 Comentei encostando minha cabeça no banco.

 : - Eu imagino. Fico contente por saber que está alegre, mas triste porque vou ter que lhe deixar ir para longe. Vai demorar um pouco até que eu possa ir para L.A ver você.

 Suspiramos incomodados ao mesmo tempo. Toda a parte ruim de ir embora era exatamente aquela, abandoná-los. Deixa meu pai, Tay e Chris seria mais difícil do que nunca, não que eu não fosse sentir saudades da minha mãe, deixando claro. Da minha mãe eu sentiria, mas daquela mulher que estava no lugar dela... Não.

 : - Eu sinto muito, pai, por um lado eu não queria ir e deixar vocês, mas eu preciso.

 : - Eu sei, filha, não se preocupe com isso, são só lamentações. – Ele sorriu triste ao estacionar em frente a casa de Vero, abaixando a cabeça para olhar as luzes da sacada todas acesas. – Mas agora vai, aproveite sua última noite em Miami.

 Sorri de canto e me debrucei sobre o banco, puxando meu pai para um abraço. Ficamos ali por longos segundos, e eu jamais cansaria de lembrar a quem quer que fosse que aquele homem era e sempre seria meu herói.

 : - Eu te amo, nos vemos mais tarde.

 : - Eu também te amo, filha. Ligue-me quando quiser ir embora.

 Beijou minha testa e acariciou meu rosto. O olhei por mais alguns instantes antes de me virar e abrir a porta do carro, saindo. Estava a dois passos de distância quando ouvi a voz de meu pai um pouco mais alta.

 : - Lauren?

 Me chamou de dentro do carro, o corpo curvado sobre o banco que antes eu estava sentada.

 : - Diga, pai.

 : - Não beba muito.

 Me deu uma piscadela sorrindo e eu ri enquanto negava com a cabeça, fazendo um sinal para que ele fosse embora com a mão direita. Ele devolveu a risada e consertou-se em seu banco, dando partida no carro e dobrando a esquina da rua de Vero alguns segundos depois. Respirei fundo e me virei, estava louca para ver Verônica novamente.

 Fiquei parada na porta esperando aquela vadia abrir por longos cinco minutos. Que caralho ela estava fazendo que demorava tanto? Já estava impaciente e sacudindo as pernas quando ela finalmente abriu, a cara mais deslavada do mundo, os lábios vermelhos, o cabelo bagunçado, a roupa toda errada e um sorriso de quem estava fazendo merda. Estreitei meus olhos para ela.

 : - Você estava fodendo. - Eu disse sem rodeios. Vero apenas gargalhou e se jogou em meus braços, cambaleamos as duas três passos para trás. Eu não aguentei e acabei rindo junto com ela, rodeando seu corpo com os braços de forma apertada. Não importava quantas vezes eu visse Vero no meu ano, a saudade nunca passaria. – Você já foi mais hospitaleira.

 : - E você menos chata. Não... Nunca menos chata.

 Ela disse entre uma risada quando nos separamos um pouco, já estava me arrastando para dentro com os dedos entrelaçados nos meus. Eu já estive naquela casa tantas vezes, mas nunca iria me acostumar com todo aquele luxo. A casa de Verônica era sensacional, é tudo o que posso dizer.

 Sorri me lembrando das festinhas que demos ali, muitas festinhas. Festinhas regadas a álcool e... Garotas. Se arrependimento matasse eu estaria morta. Se aquelas festas acontecessem de novo e eu estivesse solteira, te digo com todas as letras que não ia sobrar ninguém. Sim, eu era daquelas que ficavam secando com os olhos, babando em cima, quase arrancando a roupa, mas não tinha coragem de pegar. Já Vero... Quando eu digo que todas as nossas amigas já rodaram na mão dela, não estou mentindo. Ela só não me pegou porque eu fugi no dia, no mesmo dia da brincadeira em que tivemos que beijar o pescoço uma da outra. Fiquei tão, você sabe, que sai para respirar ar puro perto da piscina e não voltei mais, se tivesse voltado tinha iniciado a vida boa há muito mais tempo. É a realidade.

 Sacudi a cabeça para me livrar dos pensamentos assim que ela abriu a porta de seu quarto, a fechando atrás de nós assim que entramos. Estava uma bagunça, tinha roupas para tudo quanto é lado. Eu iria perguntar que merda era aquela, mas me calei quando vi quem estava saindo do banheiro de Verônica, vestindo um roupão branco, cabelos molhados e aquele sorriso impecável no rosto.

 : - Pensei que fosse embora sem me ver, Jauregui.

 : - Lucy.

 Eu disse mordendo o lábio inferior antes de andar até ela em passos largos, a abraçando com força. Que saudades eu sentia. Se eu não via Vero há longos meses, Lucy eu não via há quase um ano. Ficamos naquele abraço por um longo tempo enquanto Vero recolhia de forma engraçada as roupas jogadas no chão.

 : - Você não mudou nada, só está mais gostosa que antes. Bem que Verônica me disse.

 : - Verônica é uma idiota.

 Eu disse rindo sem graça e corri rapidamente para perto de Vero que estava curvada, largando um pequeno chute em sua bunda.

 : - Eu vou enfiar teu pé tu sabe onde se fizer isso de novo.

 Ela me ameaçou com o controle da televisão, fazendo as gargalhadas de Lucy aumentarem atrás de mim.

: - Que merda que eu interrompi a foda de vocês, se quiserem que eu saia e volte depois...

 Eu disse sorrindo apontando para porta.

 : - Isso é uma ótima idéia, Jauregui, você poderia dar uma voltinha no jardim. Sabe, eu ainda não tinha gozado.

 : - Vero!

 Lucy chamou a atenção dela corando nas bochechas e foi a minha vez de cair em uma gargalhada.

 : - O que, amor? É a verdade.

 : - Pera, eu ouvi “amor”? – Perguntei encarando as duas parando de rir no mesmo momento. – Foi “amor” que eu escutei? Verônica, você disse mesmo a palavra “amor”?

 : - Olha, Lauren, eu acho sinceramente que a tua volta precisa ser prolongada por duas horas, depois dessa eu não quero ver a tua cara por um bom tempo.

 : - Peraí, você chamou a Lucy de "amor". Ai meu coração Vercy shipper, pera que fiquei até fraca, preciso me sentar. – Eu disse fazendo aquela cara de drama e levei a mão ao peito, sentando-me na beirada da cama. Levei a outra mão até minha testa enquanto Lucy ria e Vero me encarava com uma cara de “Cala a boca e para de me envergonhar, desgraçada.” – Eu preciso Twittar isso.

 : - Você não vai Twittar nada, você vai é ficar bem quietinha ou eu quebro os teus dedos. E você sabe que lésbica de respeito precisa dos dedos intactos.

 Pera, quebrar os meus dedos? Arregalei os olhos e a olhei.

 : - Eu não gostei disso.

 : - Eu não sei quem é mais idiota de vocês duas, sinceramente. Vai passar vinte anos e eu não vou descobrir.

 Lucy se jogou de costas na cama atrás de mim fazendo o colchão afundar.

 : - Eu vou tomar um banho frio.

 Vero disse rindo quando passou por mim, ela estava corada. Pela primeira vez na minha vida eu vi Verônica corada. Ganhei um empurrão no ombro e balancei para trás. Assim que ela entrou no banheiro eu peguei meu Iphone no bolso e entrei rápido no Twitter, precisava postar aquilo e ver Vero se roer.

 Lauren Jauregui @LaurenJauregui

#Vercyfeels

 Enviei o tweet e olhei para Lucy que me encarava com um sorriso enorme no rosto, os olhos brilhando.

: - Você não sabe de nada.

 Eu disse me deitando ao lado dela, onde começamos a rir juntas sem vontade de parar.

 Já era pra lá de 2:00 da manhã quando o álcool começou a fazer efeito no meu organismo. Vero, Lucy e eu estávamos na beira da piscina, quer dizer, eu estava na beira da piscina, Vero e Lucy estavam dentro da água contra uma das laterais. Dou-te uma bala se adivinhar o que elas estavam fazendo. Acertou quem disse  ‘se agarrando’ ou ‘quase fodendo’.

Soltei uma risada pelo nariz observando a cena um tanto ousada enquanto bebia, no gargalo, mais um pouco de vinho. Minha roupa estava molhada, minha camisa branca do Coldplay naquele momento completamente transparente em meu corpo, deixando a visão do meu sutiã vermelho bem nítida. Limpei a boca com as costas da mão direita e suspirei, uma inveja eterna instalada no meu corpo.

 : - Será que vocês poderiam parar com a agarração e me dar atenção?

 Eu gritei entre uma risada quando Vero, finalmente, descolou sua boca da boca de Lucy. Ela me olhou por cima do ombro, um sorriso safado no canto dos lábios.

 : - Você está com inveja.

 Ela disse rindo virando-se de frente.

 : - É claro que estou. Vocês ai quase fodendo e eu tendo que assistir a isso sozinha.

 Comentei bebendo mais um pouco, minha voz bastante embolada. Vero e Lucy não estavam muito atrás na questão da embriaguez.

 : - Desculpe, Laur, imagino que tua situação esteja complicada.

 Lucy comentou rindo e logo elas estavam apoiadas na lateral que eu estava com os pés dentro da água. Vero roubou a garrafa da minha mão e bebeu um gole, passando para Lucy.

 : - Minha situação está péssima. – Soltei uma risada frustrada.

 : - Falando em situação péssima, Camila já está cem por cento de novo?

 Vero perguntou e abraçou Lucy por trás, largando o queixo no ombro dela, a água criando pequenas ondas ao redor de seus corpos unidos. Suspirei ao deixar meus pensamentos correrem por Camila. A semana dela foi difícil, a minha do mesmo jeito por saber que ela havia ficado doente por minha culpa. Afinal, se eu não tivesse ido para Miami ela continuaria saudável.

 : - Agora sim, está se recuperando, mas já não tem mais febre e nem nada. – Suspirei com os ombros erguidos, minha visão turva me fazendo balançar para frente quando apoiei a mão em falso. – Merda!

 Ri fechando os olhos com força.

 : - Acho melhor pararmos de beber, Camila não vai gostar nada de saber disso.

 Lucy comentou com uma risada alta.

 : - Eu queria que ela estivesse bêbada comigo dentro dessa piscina agora. Ficar bêbada longe da namorada é a pior coisa que pode acontecer, afinal, quem é que vai cuidar da minha ressaca?

 Eu disse enquanto corria uma das mãos pelo meu cabelo molhado, o jogando para trás. Era como se estivesse ventando muito, eu me sentia balançar. Estava um pouco bêbada, mas feliz. Pela primeira vez em todos aqueles dias eu estava feliz de verdade, voltaria para casa, voltaria para Camila, nada melhor do que um porre para comemorar.

 : - Confessa que você queria que ela estivesse bêbada dentro da piscina porque você quer transar dentro da mesma. Confessa, Lauren.

 Por que Vero tinha que ser tão safada? E por que tinha que me conhecer tanto? Abri os olhos e a olhei, mordendo o lábio inferior.

 : - Não vou mentir, eu queria. – Elas riram da cara de frustrada que fiz. Joguei a cabeça para trás rindo rapidamente antes de pular dentro da água, minha blusa inflando por conta da pressão. Estava quente, uma delícia. A água batia dois dedos em cima dos meus seios. – Eu queria e vou, temos uma piscina enorme em casa, não vou mesmo passar vontade.

 Dei uma piscadela com o olho direito para as duas e tudo o que ouvi antes de afundar na água quente foi a seguinte frase de Vero.

 : - I’m so proud. That’s my baby.

 Eu iria rir se não estivesse sob a água, meu corpo sendo levado para baixo sem dificuldade. Era como se eu estivesse lavando a alma, limpando todos os danos que aquela estadia em Miami me casou. Limpando a alma e o corpo para encontrar Camila. Queria estar revigorada de todas as formas, queria estar nova em folha para ela por ela.

 

9 de Outubro.

 Camila POV.

 Olhei-me no espelho pela milésima vez em menos de dez minutos, o lápis de olho entre os meus dedos deslizando suavemente em torno dos meus olhos, marcando a área desejada em um tom bem forte. Larguei o lápis sobre a pia do banheiro e peguei o batom vermelho, separando os lábios para marcá-los com a cor de forma desejada. Espirrei um pouco de perfume no pescoço e nas costas das mãos. Quando acabei, passei a mão pelo cabelo os jogando para o lado e sorri enquanto me fitava. Depois de longos dias passando mal e colocando até as tripas para fora, finalmente eu estava de pé de novo, bonita e ansiosa.

Voltei para o quarto de Lauren e parei em frente ao grande espelho embutido em uma das paredes laterais. Virei-me de lado e alisei minha barriga. Estava vestida naquele meu vestidinho de mangas compridas, coladinho no corpo com listras grossas em vermelho e azul marinho. Aquele que usei naquela ida ao The X Factor no final do ano anterior. Será que Lauren iria gostar? Sorri suspirando. É claro que ela iria, ela amava me ver naquele vestido. Esqueci de comentar, não é? Ela estava voltando para casa, consegue imaginar a minha felicidade? Eu estava saltando sobre os dois pés o dia inteiro, quase não dormi de noite.

Meus pais foram embora logo pela manhã com Sofia, ela tinha que voltar para o colégio, exames finais. Foi um sacrifício me separar dela, choramos por longos minutos, ela foi embora praticamente gritando nos braços do meu pai. Metade do meu coração foi junto, não suportava vê-la chorar, iria sentir tanta saudade. Mama prometeu que voltaria assim que pudesse, coisa de um mês mais ou menos, e foi embora sob aquela promessa insegura. Disse que por ela ficaria para cuidar de mim, ainda estava preocupada, mas como Lauren estava voltando para casa, ela ficaria mais tranquila. Lauren voltando. Repeti aquilo mil vezes, um frio na barriga me fazendo sorrir incansavelmente.

 Andei até o DVD e coloquei um CD de músicas aleatórias, a primeira música que começou a tocar me fez sorrir. Era inevitável não lembrar da minha namorada. Seria muita audácia se eu postasse aquela frase no Twitter? Não, não é? Corri até a cama e peguei meu celular, abrindo o app. Antes de postar qualquer coisa eu fui fuxicar o dela, como de costume. O que li lá me fez sorrir mais ainda, tínhamos uma conexão tão forte que eu havia pensado em postar algo para ela sem nem ao mesmo imaginar que ela havia postado pra mim.

 camEEla cabeYo @camilacabello97

beauty queen of only eighteen

 Enviei o Tweet e esperei por uma chuva de mentions que veio acompanhada de uma risada minha, alegre e alta. Aposto que eles estavam fazendo aquelas montagens hilárias, colocando um tweet em cima do outro para encaixar as vírgulas e o raciocínio. Era lógico que o meu tweet e o de Lauren estavam interligados, esfregando na cara de quem quisesse ler que estávamos pensando uma na outra. E do que estava valendo o pedido de Simon naquele momento, não é verdade? Ainda não havíamos voltado para o trabalho, então pouco me importava. Fiquei tanto tempo lendo as mentions que me assustei quando a foto de Lauren apareceu no visor, indicando que ela estava me ligando. Meu coração acelerou e eu me levantei, atendendo.

: - Oi, amor.

 Eu disse enquanto andava para fora do quarto, ganhando o corredor.

 : - Ei.

 Sua voz estava... Estranha. Ergui a sobrancelha enquanto descia as escadas. Dinah estava no quarto falando com Siope no celular desde muito tempo, acho que estavam tendo uma pequena DR. Normani no computador lendo alguma coisa, também no quarto e Ally, bom, Ally eu não sabia. Aquela anã poderia se esconder fácil em qualquer lugar.

 : - Você já está chegando?

 Perguntei atravessando a sala em direção a cozinha, estava com sede. Ouvi Lauren suspirar do outro lado da linha.

 : - Amor... Preciso dizer uma coisa.

 Ela disse com a voz abafada e eu parei no mesmo instante.

 : - O que aconteceu?

 Levei a mão livre até a cintura e pressionei os lábios enquanto passava meus olhos pela cozinha.

 : - Não vou poder ir hoje, só amanhã.

 : - Como é que é?

 Quase gritei, ela só podia estar brincando.

 : - Amor, desculpa, mas prometi a Taylor que iria ajudá-la com uma coisa antes de ir embora e só tivemos tempo para isso hoje.

 : - Lauren, você tem que voltar hoje, não é justo. Você não tem consideração comigo?

 Perguntei chateada e puxei um dos bancos altos para me sentar.

 : - Camz, não seja dramática, nós já ficamos longe todos esses dias, mais um não vai fazer diferença.

 Quê? Eu estava mesmo ouvindo aquilo?

 : - Como não vai fazer diferença? Não acredito que você está me dizendo isso. – Deslizei os dedos pelo cabelo completamente exasperada. – Poxa, eu me arrumei toda pra você, estava aqui completamente ansiosa e sorrindo igual a uma babaca pra você me ligar e dizer que não vem?

 Comentei mordendo o canto da boca. Estava chateada mesmo, muito. Aquilo era injusto, como ela podia dizer que não faria diferença? Todos os dias sem ela pareciam um ano, ao menos pra mim.

 : - Desculpe.

 Suspirou. Como desculpa? Bufei irritada.

 : - Temos uma reunião com o Simon amanhã no começo da tarde para saber qual será o novo país a receber a Tour, você não pode simplesmente faltar, Lauren.

 : - Eu estarei lá na hora, amor, não se preocupe.

 : - Eu odeio você.

 Esbravejei com vontade de socar a cara dela.

 : - Odeia nada, amanhã eu estarei ai, ok? Agora preciso desligar, Taylor está me chamando, te ligo mais tarde. Beijos, amor.

 E desligou. Ela desligou na minha cara e nem disse que me amava, desligou a porra do telefone na cara da namorada dela. Olhei para o visor aceso incrédula, e neguei com a cabeça soltando uma risada irônica. Que merda eu fiz para merecer aquilo? Larguei o Iphone sobre a bancada de mármore de qualquer jeito e apoiei a cabeça nas mãos, fechando meus olhos. Eu não estava acreditando que me arrumei à toa, que fiquei ansiosa à toa. Eu era mesmo uma idiota, uma imbecil de marca maior.

 : - Você precisa parar de ser idiota, Camila, isso é nojento.

 Eu disse brava para mim mesma mantendo meus dedos entre meus cabelos, meu corpo tremendo de raiva. Queria levantar e correr para o quarto, me trancar lá até o dia seguinte, mas estava tão pasma que permaneci sentada. Ergui a cabeça e fitei e geladeira prateada na minha frente, tremi da cabeça aos pés quando observei um reflexo borrado atrás de mim pela porta da mesma.

 : - Você é a idiota mais bonita que eu já vi na vida, amor. Mais bonita e mais cheirosa também.

 E aquela voz, aquela que me enlouquecia, aquela rouca em nível máximo, aquela voz quente e sedutora sussurrando no meu ouvido a frase que me fez fechar os olhos. Meu coração bateu acelerado dentro do meu peito, batidas tão fortes que cheguei a perder o ar. Aquele cheiro maravilhoso inundando o meu nariz, meus sentidos respondendo imediatamente a ele. Inalei com força quando senti lábios quentes tocarem o meu pescoço, me arrepiei gostosamente. Um sorriso enorme surgindo no meu rosto.

 : - Lauren.

 Eu disse sob uma respiração alterada sem me virar. Ela me enganou, ela estava ali, esteve ali aquele tempo todo enquanto nos falávamos no telefone, ela não voltaria no dia seguinte, não me deixaria nenhum dia a mais longe dela. Ela estava ali atrás de mim, os lábios quentes contra a curva do meu pescoço, sua presença maravilhosa me fazendo perder o chão. Eu estava em deleite, minha garota estava de volta em casa, na nossa casa.  



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