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História Falling in love for the last time. - Honor to love you.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Demorei, não é? Eu sei. Peço desculpas, tive uma crise de rinite horrível e não consegui escrever. O cap está ai, acho que ficou grande, mas tudo bem. Espero que gostem, prometo não demorar para postar o outro, já estou melhor. Boa leitura. <3

Capítulo 24 - Honor to love you.


 

Aeroporto de Los Angeles.

 

Estávamos em solo americano novamente e eu nunca desejei tanto estar em outro lugar. Já era noite em Los Angeles quando o avião pousou, Lauren segurou minha mão com força quando nos levantamos para descer. Fizemos todo o caminho até o saguão em silêncio, Dinah vinha logo atrás falando no celular. Meus passos eram lentos, quase arrastados, além de sonolenta eu estava amedrontada, um frio ruim na barriga enquanto minha cabeça era invadida por pensamentos e perguntas sem respostas.

Entramos em uma área isolada, um cubo de vidro com alguns bancos pretos e uma mesa no canto, era como uma sala de espera. Simon ligou para Lauren e pediu para que esperássemos ali, que logo a pessoa que mandou nos buscar chegaria. Sentei-me cansada em um dos bancos e suspirei.

: - Quer comer alguma coisa?

Lauren me perguntou ao colocar aquele ray-ban preto que eu tanto amava em seu rosto. Se me permitem uma brecha em todo esse nosso drama, ela ficava maravilhosamente sexy quando o usava.

: - Por favor.

Disse fraca, meu corpo estava mole. Camila Cabello com fome não era ninguém. Ela sorriu doce e se abaixou para colocar sua bolsa em meu colo, abrindo-a logo depois.

: - Acho que aqui do lado tem uma lanchonete. O que quer comer?

: - Qualquer coisa, amor, apenas traga algo.

Encostei as costas no banco e ouvi rir. Aquele riso... Meu coração errou as batidas arduamente. Era tão bom ouvir aquela risada no meio de toda aquela confusão. Pegou uma nota em sua carteira e colou seus lábios em minha testa em um pequeno beijinho.

: - Eu volto já.

Sorri de canto antes que ela virasse as costas para se afastar, o que não fez mais de um metro. Ela parou imediatamente quando um negão alto e forte entrou em sua frente.

: - Lauren Jauregui?

Perguntou com sua voz grossa e alta. Dinah e eu nos olhamos ao mesmo tempo, onde ela rapidamente desligou o celular para prestar atenção na cena.

: - Sim.

Lauren respondeu baixo, e por um momento eu quis rir da diferença de tamanho entre eles. Ele era tão alto que...

: - Sou John, Simon pediu para que eu viesse buscá-las.

Ah sim, aquele era o tal homem de confiança do Simon. Suspirei aliviada.

: - Ah, Oi. – O rosto de Lauren virou-se rapidamente em minha direção antes de tornar a encarar aquele homem, digo, John. – Eu só quero comprar algo para comer antes de irmos, aqui do lado tem uma lanchonete e...

: - Não, não, nem pensar nisso. – Ele disse sério enquanto passava seus olhos por dois homens atrás dele, todos de terno preto e gravata. – Tem mais fotógrafos lá fora do que em noite de premiação do Oscar. Simon deixou claro que quer o menos de contato possível entre vocês e eles, então...

Levantei-me pegando a bolsa de Lauren e agarrei o travesseiro que roubei do hotel. Dinah parou ao meu lado toda desajeitada com suas bolsas e a mala. Lauren concordou com a cabeça e veio em minha direção, pegando sua bolsa e entrelaçando nossos dedos logo depois.

A olhei em pânico, meu medo se resumia em paparazzi. Esse era o lado ruim de ser famosa, você não pode arrotar em paz que já tem foto de você abrindo a boca até para o papa ver. Ficamos famosas rápido de uma hora para outra, chegamos ao topo das paradas mais rápido ainda e desde então viver sem ser espionada era chance 0. E é claro que aquele momento de Lauren e eu voltando da nossa viagem alá lua de mel em Paris era um prato cheio para eles.

 

Lauren POV.

 Coloquei meu braço em torno dos ombros de Camila de forma protetora quando começamos a andar em direção a saída. John e seus homens de preto – como assim decidi chamar – nos cercaram. Camz estava apavorada, podia ver em seu rosto a expressão de medo por toda a pressão que viria. Dinah estava de braços dado com um dos seguranças, ele carregava uma de suas malas facilmente com uma das mãos. Eram muitos, muitos homens de terno, eu nunca havia saído com tantos seguranças em todo aquele tempo de Fifth Harmony.

Quando chegamos do lado de fora eu pude ver o por que de Simon ter mandado todos aqueles caras. Estava um caos, tinha paparazzi em todos os cantos que você possa imaginar. Flash's para todos os lados e eu podia sentir meus olhos ardendo, mesmo cobertos pelo ray-ban. Olhos claros são sensíveis a luz, sabe? Imagina uma explosão de flash's no meio da sua cara? Pois é.

 Depois de minutos que pareceram horas andando, entramos no carro e nossas portas foram trancadas. Joguei a cabeça de encontro ao banco e respirei profundamente. Apertei a mão de Camila em meu colo e perguntei enquanto deslizava os óculos sobre minhas mechas de cabelo.

 : - Você está bem?

 Olhou-me pálida, os olhos pequenos e avermelhados.

 : - Estou, eu acho.

 Suspirei triste e a puxei para mim, abraçando-a com força. Queria escondê-la.

 : - Tudo isso vai acabar logo, eu prometo.

 Nem eu sabia se o que eu disse era mesmo verdade, eu queria e precisava dizer, queria acreditar, tinha que confiar.

 : - Para onde vamos?

 Dinah perguntou a John quando ele sentou no banco do carona, um cara branco e barbudo no volante.

 : - Simon pediu para que eu levasse Camila e Lauren até um flat que ele mantém no centro de Los Angeles, e depois deixar você em casa.

 Não dissemos nada, apenas concordamos, não havia nada para ser dito. Levei a mão até o cabelo de Camila e iniciei uma sequência de carícias quando o carro começou a andar.

 : - Prometo que quando chegarmos em casa eu faço algo bem gostoso pra você comer.

 Beijei sua testa e senti seu sorriso contra a pele do meu pescoço. Sua pequena mão direita apoiada delicadamente em cima do meu seio esquerdo. Queria fazer com que ela pensasse o menos possível no que nos esperava.

 : - Eu vou querer panquecas de chocolate com morango e um copo bem grande de coca-cola.

 Disse toda dengosa se encolhendo mais contra o meu corpo. Que vontade de enchê-la de beijos.

 : - Eu vou fazer as melhores panquecas do mundo. Você vai me dizer depois que nunca comeu coisa tão gostosa.

 Ela riu baixinho antes de beijar meu pescoço, me causando um arrepio delicioso pela coluna.

 : - Você é boa em tudo o que faz, não duvido que eu acabe dizendo isso mesmo.

 : - Eu vou esperar vocês chegarem pra comer, fiquei com vontade dessas panquecas.

 Dinah disse passando a mão por cima da barriga e fechando os olhos. Camila e eu rimos rapidamente, a risada saiu mais nervosa do que deveria. Por trás de toda aquela tentativa de descontrair eu estava pirando. Sabe aquele desconforto na barriga quando você está prestes a fazer algo novo ou quando faz algo de errado e sabe que vai levar esporro da mãe? Pois é, naquele momento esse meu desconforto já havia virado uma cólica. E o pior era, eu não havia recebido nenhuma ligação dos meus pais, nenhuma, estava tudo quieto demais e aquilo estava me desesperando. Eu podia imaginar um pouco a reação do meu pai, mas a da minha mãe... Eu não sabia dizer o que estaria passando pela cabeça dela naquele momento.

 Não demorou muito até que o carro parasse em frente a um grande prédio. Saímos acompanhadas de John e nos despedimos de Dinah com um breve abraço. Pegamos o elevador e paramos um tempinho depois em uma porta de madeira escura, algumas linhas em alto relevo e um brilho invejável, um luxo. Eu nem sabia que Simon mantinha aquele flat alugado, vai saber quantas propriedades ele mantém espalhadas por Los Angeles, não é mesmo?

 : - É mesmo necessário nos trazer até a porta, John?

 Perguntei a ele enquanto esperávamos a boa vontade de Simon para abrir a porta, já que ele sabia que estávamos subindo, pois foi avisado na recepção. Camila bocejou ao meu lado.

 : - Sim, senhorita.

 Senhorita. Rolei meus olhos, por que diabos ele estava usando daquelas formalidades?

 : - Não tem paparazzi aqui, se essa for a preocupação.

 : - Foi um pedido de Simon, senhorita.

 : - Ai, caramba. Apenas Lauren, ok?

 Eu disse irritada erguendo meus olhos para olhá-lo. Ele manteve sua postura ereta, os braços atrás do corpo, os olhos na porta à sua frente.

 : - Tudo bem.

 : - Amor...

 Camila reclamou baixinho em meu ouvido, tocando meu ombro com sua mão esquerda. Respirei fundo.

 : - Desculpe.

 Pedi sem graça pela minha alteração, mas é que eu me estressava com aquele tipo de formalidade desnecessária. Beijei sua testa rapidamente e logo depois a porta se abriu, apresentando um Simon de camisa polo branca e seu indispensável jeans. Ele sorriu para nós, o sorriso de sempre, nada parecia preocupá-lo, quando na verdade...

 : - Simon. – John se pronunciou trocando um breve aperto de mãos com ele. – Estão entregues. Vou levar a outra mocinha para casa e voltarei para buscá-las dentro de uma hora e meia.

 : - Obrigado, John. – Simon chegou para o lado na porta fazendo um breve sinal com a mão para que entrássemos. – Eu aviso assim que acabarmos por aqui.

 : - Como quiser.

 Camila e eu entramos no flat e ficamos paradas uma ao lado da outra, minha mão coçando para tocá-la, abraçá-la. Porra! Eu estava cansada, podia sentir os efeitos de uma longa viagem feita há pouco tempo em todo o meu corpo. Se eu me sentasse naquele sofá e fechasse meus olhos com certeza pegaria no sono. Não demorou muito e Simon fechou a porta, virando-se para nós e se aproximando enquanto esfregava uma mão na outra.

 : - E ai, meninas. – Disse perto o bastante para nos apertar brevemente em um abraço, típico dele. Retribuímos e ele indicou um grande sofá de couro preto atrás de nós com uma das mãos. – Fiquem á vontade.  

 Camila praticamente se jogou, a cabeça erguida, os olhos fechados e os lábios separados para respirar profundamente. Meu coração se apertou ao vê-la tão cansada e abatida, odiava a forma que aquilo havia mexido com ela. Quando chegássemos em casa eu a alimentaria e a colocaria na cama sob uma chuva de mimos e ninadas para dormir.

: - Querem beber alguma coisa? Suco, refrigerante?

: - Não, obrigado.

Camz recusou bocejando de novo, a mão direita deslizando por seu cabelo rapidamente. Desviei meus olhos dela e olhei para Simon.

: - Eu quero vodka. Tem?

Perguntei em um tom sério, mas ele pareceu achar engraçado, pois riu divertido. Sabia que ele não iria me negar álcool naquela situação. Eu precisava beber alguma coisa, qualquer coisa quente que descesse rasgando pela minha garganta e que indicasse que toda aquela merda estava mesmo acontecendo.

: - Com gelo ou sem gelo?

: - Com gelo, por favor.

Simon se virou de costas e andou com calma até uma mesa de tamanho médio, servindo um copo de gelo e vodka.

: - Às vezes eu esqueço que você cresceu, Lauren. Lembro-me como se fosse hoje quando você me disse na sua audição que havia acabado de completar dezesseis anos. Como o tempo passa rápido.

Simon estendeu sua mão com o copo para mim assim que terminou de falar, onde eu logo o peguei, mexendo com o dedo rapidamente para espalhar o gelo.

: - Graças a Deus, Simon, graças a Deus. – Dei um gole na vodka e senti minha boca amargar no mesmo momento, aquilo descia quente de uma maneira que você não pode imaginar. – A melhor coisa que já me aconteceu na vida foi essa curta passagem de tempo.

Ele riu calmo e se sentou em uma poltrona de frente para nós, largando o tornozelo sobre seu joelho esquerdo. Dei mais alguns goles antes dele começar a falar, segurando o copo com a mão direita para segurar na mão de Camz com a esquerda, entrelaçando nossos dedos sob sua coxa.

Simon observou atentamente o meu gesto, seus olhos desviando de nossas mãos unidas para o rosto abatido de Camila e logo o meu rosto inexpressivo. Eu só precisava tocá-la de alguma forma, precisava saber que não estava sozinha, que ela estava ali e que enfrentaríamos tudo juntas. Ele pareceu entender, pois um sorriso pequeno nasceu no canto de seus lábios. Eu sei lá o que Simon pensava sobre isso, mas provavelmente não era algo ruim, sua reação não era nem de perto negativa.

: - Como foi a viagem de volta?

Perguntou batendo os dedos de leve sobre o braço da poltrona. Suspirei e joguei minhas costas para trás.

: - Cansativa. – Camila respondeu desanimada, seus olhos pequenos e vermelhos. – Se eu não responder mais nada é porque dormi.

Ela disse piscando lentamente, o que nos rendeu uma risada rápida. Acariciei sua mão e dei mais um gole na minha bebida.

: - Posso perceber isso no rosto das duas. – Passou a mão pela nuca. – Mas vamos logo ao que interessa para que vocês possam voltar para casa, não quero prendê-las aqui por muito tempo.

Concordei bebendo, eu só queria terminar de beber aquilo e quem sabe me servir de mais um pouco. Queria relaxar de alguma forma e se não podia ser no corpo de Camila, que fosse na vodka. Camz pareceu se preocupar com a intensidade de meus goles naquele líquido, pois me encarou com o canto dos olhos e apertou minha mão com uma força moderada, podia ver uma expressão repreensiva em seu rosto. Eu ignorei, eu sei que fiz errado, mas só Deus sabe o quanto eu precisava relaxar, pirar não podia ser uma opção naquele momento. Eu precisava me manter calma por mim e por ela, mais ainda por ela.

: - Primeiro quero fazer uma perguntar, mas posso apostar que a resposta será não. – Simon deu início. Camila se ajeitou no sofá, passou de uma postura jogada para uma ereta, centrada. Eu? Eu continuei do mesmo jeito.

: - Faça.

Ela disse a ele, sua mão tremia levemente em meu colo. Afaguei com ternura.

: - Vocês sabiam que estavam sendo vigiadas?

A pergunta de Simon caiu como um chumbo em cima de meus ombros. Fiquei estática olhando pra cara dele com a boca do copo tocando meu lábio inferior, não consegui nem ao menos terminar o movimento.

: - Vigiadas? – Camz tinha uma leve alteração da voz

: - Como assim vigiadas?

 Perguntei com a voz engasgada. Como assim vigiadas? Como tinha alguém nos vigiando?  

: - Imaginei que não soubessem. Bom, vou mostrar. – Simon se virou para o lado e pegou em mãos o not que estava sobre a mesinha de centro, o oferecendo à mim. – Vejam.

Camila se adiantou e soltou nossas mãos para pegar o not, o colocando sobre suas coxas. Acho que minha cabeça rodou umas trinta vezes quando fixei meus olhos na tela.

: - O que é isso?

Perguntei apenas por capricho, eu sabia muito bem o que era.

: - Fotos, centenas delas, milhares. – Simon ia falando enquanto Camila abria uma, outra, mais uma, mais outra. Eu podia sentir um desespero vivaz em seus gestos. – Fotografaram vocês em todos os cantos de Paris de todas as formas possíveis.

: - Meu Deus!

Camz exclamou baixinho quando abriu uma foto nossa nos beijando. Fechou para abrir outra do selinho que trocamos em frente ao restaurante que comíamos sempre. Fechou e abriu outra onde eu estava chorando com a mão na boca, ela correndo atrás de mim. Meu coração sacudiu ao lembrar a cena, ao lembrar o dia mais terrível da minha vida, da dor que senti, do que vi. Fechei os olhos e sacudi a cabeça vezes repetidas tentando afastar aqueles pensamentos que nem em meu pior pesadelo poderiam vir a tona. Como não nos demos conta daquilo? Como não percebemos?

: - Como não nos demos conta de que tinha alguém nos observando o tempo todo?

 Camila pareceu retirar a pergunta de meus pensamentos. Sua voz embargada.

 : - Imagino que estavam bastante entretidas para perceber algo a mais ao redor, Camila.

 Simon disse de forma suave, mas pude notar um rubor forte nascer das bochechas de Camz. Bebi o resto da vodka que estava em meu copo e o larguei entre minhas coxas, curvei o corpo para frente e esfreguei meu rosto entre as mãos.

 : - É pior do que eu pensava. – Exclamei.

 : - Muito pior.

 Simon disse suspirando antes de pedir de volta o not a Camila, que o entregou sem hesitar.

 : - Estou me perguntando desde que vi o vídeo por que a pessoa que o gravou demorou tanto para jogá-lo na internet. – Resmunguei.

 : - Fácil, Lauren. – Suspirei. – Com toda a certeza ficou esperando para ver se flagrava mais alguma coisa entre vocês, e acabou flagrando muitas. Depois procurou alguém que pagasse bem pelo o que tinha em mãos. Alguém que pagasse o preço que as fotos realmente valiam, e acreditem, estavam valendo muito. O cara vendeu caro, ganhou uma bolada. Eu entrei em contato com a revista que comprou as fotos e o vídeo, no momento eles estão ganhando com a venda das revistas mais do que perderam na compra dessas fotos.

 : - Que revista?

 Camila perguntou sob um fio de voz, seus olhos arregalados e sua veia do pescoço completamente saliente. Senti vontade de abraçá-la, mas não conseguia mover meus braços.

 : - People. – Porra! Engasguei. – O rosto de vocês está estampado na capa da People e ficará pelo resto de toda a semana.

 Todo bom americano compra a People toda semana, imagina só uma família inteira vendo minhas fotos com Camila enquanto tomam o café da manhã? Imagina a cara das crianças? Dos avós? Das mães? Eu não podia acreditar. Camila respirou fundo e abaixou a cabeça, levou as mãos ao rosto e começou a se balançar lentamente para trás e para frente. Tudo o que fiz foi encarar Simon, uma vontade absurda de pegar o primeiro avião e voltar para Paris.

 : - Você acha que quem que fez as fotos era amador?

 : - Jamais. Pode reparar que as fotos foram tiradas de longe e mesmo assim estão nítidas e bem enquadradas. O cara é bom, com certeza paparazzi consagrado, infelizmente não consegui o nome dele na revista.

 : - Não tem como tirar essas revistas de circulação, Simon?

 Camila perguntou completamente desconfortável.

 : - De forma alguma. Já estão nas bancas e mesmo que conseguíssemos fazer isso, toda Los Angeles já deve ter uma delas em casa agora, americanos são fiéis a revistas de fofocas, ainda mais uma que traga uma bomba como essa.

 : - E agora?

 Foi tudo o que consegui perguntar, eu não sabia o que pensar, o que formular. Por mais que eu tentasse não pensar no que as pessoas achariam, era quase impossível sabendo que poderiam estar passando as páginas da People naquele momento para verificar minhas fotos com Camila, e sabe-se lá quais fotos foram escolhidas para serem publicadas. Eu não queria ver aquela edição nem por todo o dinheiro do mundo. 

 : - É a pergunta que não quer calar. – Simon curvou sua coluna para frente, apoiando seus cotovelos em seus joelhos. – E agora? – Respirou fundo e nos olhou sério. – E agora eu preciso que vocês se afastem completamente. Nada de olhares, nada de sorrisos, nada de toques em cima do palco, nada de nada na frente das câmeras. Vocês sabem que não sou o único que manda nas coisas por aqui e que por mim tanto faz, eu não me importo. Se fosse apenas eu, vocês poderiam manter o que quer que fosse, não vejo nada de errado, mas infelizmente não é assim que funciona. Os produtores da EPIC estão pirando e não estão ligando para o que vocês vão ou não sentir com esse afastamento, mas sim para o dinheiro que eles têm a perder se vocês continuarem a manter essa relação na frente da mídia.

 Pronto, era só o que faltava. O bom é que já havíamos feito aquilo uma vez, não é mesmo? Não seria muito difícil. Ri ironicamente e neguei com a cabeça, nada poderia ser tão ruim que não pudesse piorar. Camila me olhou e suspirou, pegando minha mão sobre minha coxa e entrelaçando nossos dedos. Eu sabia o que ela estava fazendo, eu sabia que me dizia em silêncio que íamos ficar bem, que tudo seria apenas na frente das câmeras. De qualquer forma seria insuportável.

 : - Nos bastidores com toda a certeza colocarão alguém para vigiar vocês, já fui avisado sobre isso. Apenas mantenham a distância, dentro da casa de vocês é outra história, façam o que quiserem por lá, apenas ajam com indiferença na frente das câmeras, como se tivessem terminado e tudo mais.

 : - E isso vai mudar algo?

 Perguntei enojada, tudo aquilo me dava enjoo, toda aquela gente que só pensava em dinheiro me fazia ter vontade de vomitar.

 : - Vai. Uma coisa é vocês estarem namorando dentro do grupo, outra é terem terminado. Vou explicar o por que, prestem bem atenção. – Simon se levantou, andou até a mesinha que antes havia estado, se serviu de uma dose de whisky e voltou. Desejei ter meu copo cheio outra vez. – Venhamos e convenhamos que a comunidade gay dentro e fora dos EUA é enorme. Vocês vão ganhar fãs? Vão. São duas meninas lindas, vozes perfeitas, jovens e a melhor parte para eles é que as duas mantém um relacionamento. Isso é um prato cheio, se já era fácil amar vocês antes, agora ficará mais fácil ainda. Como vocês dizem, nada melhor do que um “shipp” gay para colocar fogo em um determinado grupo.

 Simon ia dizendo enquanto bebia seu drink, andando de um lado para o outro sobre o tapete vermelho. Eu só conseguia acompanhá-lo com os olhos, confesso que estava ficando tonta com aquilo. Os dedos de Camila estavam acariciando a palma de minha mão, sua cabeça em meu ombro, sua respiração afoita. Desejei sumir com ela por alguns minutos.

 : - Agora vamos olhar o outro lado, que onde querendo ou não vocês possuem crianças como fãs, adolescentes de treze e quatorze anos cujo os pais não aprovariam de forma alguma seus filhos adquirindo produtos, ou qualquer coisa de um grupo onde duas das integrantes mantém um relacionamento amoroso. Vamos pensar um pouco, imagina só a cara deles quando os filhos contarem que no grupo preferido deles existe um casal lésbico? É errado pensarem dessa forma? É, mas a sociedade é toda errada, então não podemos julgar a cabeça deles e nem o que pensam. Os produtores da EPIC sabem disso, e sabem mais ainda que se os pais desses adolescentes pararem de comprar os CD’s de Fifth Harmony ou qualquer outra coisa que envolva vocês, eles vão perder um dinheiro que nem em sonho poderiam perder.

 Simon tinha razão, por mais que eu me forçasse a pensar que não estava nem ai para toda essa merda, ele tinha razão. Não poderíamos colocar o grupo em risco, não poderíamos pensar só em nós e esquecer as meninas.

 : - Não queria ter que dizer, mas concordo.

 Coloquei para fora depois de respirar fundo, passando meu braço ao redor do corpo de Camila para mantê-la firme contra mim, meu apoio.

 : - Se agirmos com indiferença, acha que fica mais fácil deles acreditarem que não temos mais nada?

 : - Com certeza, Camila. Um término é o bastante, se não tem mais o casal, se tudo o que resta é a indiferença, então tudo pode seguir normalmente. As coisas na mídia infelizmente funcionam assim.

 : - Certo, então. Se querem assim, é assim que vai ser.

 Eu estava irritada, não sei em qual ponto daquela conversa comecei a me irritar. Simon a tornou se sentar na poltrona, largando seu copo na mesinha ao lado.

 : - Repito que por mim vocês não precisariam fazer isso, mas não sou o único a levar as coisas por aqui. Tenho que cuidar da imagem do grupo, não as lancei na mídia para deixar que o trabalho de vocês vá por água abaixo. – Simon suspirou cansado e esfregou o rosto nas mãos. – Façam isso ao menos até Camila completar dezoito anos, o que não vai demorar muito tempo. Depois disso fica mais fácil lidar com a mídia. Além de tudo ainda poderíamos correr o risco de mais uma encrenca por permitir o envolvimento de vocês duas embaixo de nossos olhos. Se seus pais quisessem fazer algo para interferir, fariam sem nenhum problema, estaríamos errados de qualquer forma. Não assinamos um contrato onde impede os integrantes de se relacionarem, mas aposto que eles levariam o fato da menor idade em conta.

 : - Pelo amor de Deus, Simon, eu tenho dezoito anos e Camila dezessete, não somos tão novas assim. Isso é ridículo.

 : - Mas há uma diferença e duvido que eles iriam pensar se realmente quisessem nos prejudicar e prejudicar vocês. Você ia ter que arcar com as consequências do problema já que é mais velha. Iria cair tudo nas tuas costas. Se formos levar em consideração de que precisam da autorização de seus pais para viajar ou fazer qualquer coisa... Ir à Paris sob sua responsabilidade e se envolver em um relacionamento contigo durante a estadia por lá é um bom motivo para eles.

 : - Meus pais nunca fariam nada.

 Camila disse baixinho, parecia pensar se fariam ou não fariam. Meu corpo tremeu, fechei meus olhos para não pensar em tudo aquilo.

 : - Bom, então vamos evitar uma piora desnecessária e fazer o que combinamos. Nada de contato. Tudo bem?

 : - Ok, Simon.

 Eu disse exausta e me levantei, deslizando a mão por meu cabelo antes de estendê-la para Camila, a puxando para perto de mim.

 : - Não se preocupe, nós vamos fazer conforme combinamos. Só peço um pouco de paciência, ainda faltam duas semanas para voltarmos à ativa. – Camz reclamou exasperada.

 : - Como quiserem, apenas não esqueçam. – Concordamos com a cabeça e suspiramos, os três juntos. – Bom, pelo meu celular vibrando aposto que John já está lá embaixo esperando para deixá-las em casa. Por favor, a casa de vocês tem uma entrada nos fundos por motivos como esses, peçam para John entrar por lá, com toda a certeza têm fotógrafos na porta. Nunca se sabe, eles são uns ratos, entram em qualquer lugar. Podem dar um jeito e entrar no condomínio.

 : - Nós mais que ninguém sabemos disso.

 Rolei os olhos e neguei com a cabeça, umedecendo meus lábios secos. Simon sorriu triste e tirou o telefone do bolso, discando alguns números antes de levá-lo a orelha. Não prestei atenção, apenas me virei para Camila e a abracei, não estava me importando muito se não estávamos sozinhas. Camz suspirou e escondeu seu rosto na curva de meu pescoço, seus braços apertados ao meu redor. Beijei sua cabeça e aspirei com força o cheiro de seus cabelos, todo o meu corpo reagindo instantaneamente com o ato. Era tão bom.

 : - Mal vejo a hora de chegar em casa, deitar na cama com você e me esquecer de tudo isso.

 Sussurrei subindo minha mão por suas costas em uma pequena carícia.

 : - Ainda temos que conversar com Ally e Normani antes de qualquer coisa, Lolo. Não sei se tenho cabeça para isso, estou exausta.

 Ally e Normani, por Deus, eu havia esquecido disso. Suspirei frustrada e a olhei, depositando um beijinho em sua testa.

 : - Vamos fazer isso juntas de novo. Se você estiver ao meu lado, eu converso com o Diabo se preciso for.

 : - Boba. – Ela riu triste e afagou meu rosto.

 : - John está lá embaixo, meninas, vou acompanhá-las até lá.

 Já que nossas malas não estavam mais conosco, apenas demos as mãos e fomos andando sem pressa para a saída. Descemos em silêncio, Simon atrás de nós olhando para todos os lados, acho que ele estava mais preocupado com a presença dos paparazzi’s do que eu e Camila.

 Nos despedimos dele e entramos no carro rapidamente, nos acomodando enquanto John falava alguma coisa com ele. Camila se aproximou e deitou a cabeça em meus seios, aquele bocejo que havia se tornado constante nas últimas horas saindo de sua garganta. Sorri e abaixei a cabeça para lhe dar um rápido selinho, os olhos do motorista barbudo sobre nós pelo retrovisor. Não me importei, não mandei ninguém olhar.

: - Que soninho gostoso. – Sussurrei sorrindo enquanto afagava seus cabelos. – Eu vou te ninar até você dormir essa noite, na minha cama, no meu quarto, no meu travesseiro. O que você acha disso?

Perguntei a vendo sorrir, aquele sorriso doce e sincero que eu não a vi dar desde que todo o nosso pesadelo começou. Camz mordeu o lábio inferior e se acomodou melhor em mim, deslizando seus pequenos dedos por meu pescoço.

: - Proposta tentadora, Jauregui, tentadora e irrecusável.

Ri baixinho e abracei mais forte. Seria a primeira vez que dormiríamos juntas em casa, nunca havíamos nos dado ao luxo antes. John voltou para o carro e falou conosco cordialmente, sempre naquela postura profissional. Suspirei e fechei meus olhos quando o carro começou a andar, queria parar no meio dos meus travesseiros o mais rápido possível.

 

Camila POV.

 Depois de longos minutos no trânsito, estávamos entrando no condomínio escoltadas por alguns seguranças. Como o previsto, haviam fotógrafos na entrada, para ter alguns lá dentro não era preciso mais que um esforço, por isso identifiquei as cortinas centrais fechadas quando passei meus olhos pela sacada.

Nossa casa era bem grande, casa é modo de falar, morávamos em uma mansão mesmo, um condomínio fechado composto apenas por mais quatro mansões como a nossa. Privilégio de ser famosa, não é mesmo? Demoramos um tempo até conseguirmos algo como aquilo, mas quando o sucesso de verdade chegou, uma semana e já estávamos nos mudando. A mansão não era alugada, era comprada e estava no nome de nós cinco, como um pedido de nossos pais. Sua fachada era toda feita em madeira clara e vidro, enormes janelas na parte da frente dava-nos uma vista lá de dentro direto para o jardim, uma piscina retangular não muito grande centralizada. As luzes das varandas estavam acesas, o que acarretava um leve iluminar cor de abobora por conta da madeira presente em quase todos os pontos. Morávamos ali a pouco mais de dois meses e eu ainda não havia me acostumado com todo o luxo que ela nos disponibilizava, era mesmo de uma beleza estonteante.

Abri a porta dos fundos que dava para a cozinha e entrei, Lauren atrás de mim largando o Iphone em cima da grande bancada americana em mármore que cortava o ambiente.

: - John, quer beber alguma coisa? Comer algo, sei lá.

Perguntei doida para me sentar, estava bocejando mais do que o normal. Lauren foi em direção de uma das geladeiras com um copo na mão, tinha certeza que iria caçar coca-cola.

: - Não, senhorita, obrigado. Eu já estou de saída, mas vou deixar alguns de meus homens fazendo a segurança por aqui a pedido de Simon. Só um reforço até esses caras irem embora.

Concordei com a cabeça e sorri para ele, era um bom homem. Lauren sentou-se no banco alto, virando de uma só vez um copo de água. Ué, o que ocorreu com a coca-cola? Perguntei-me mentalmente.

: - Tudo bem, obrigado por isso. – Agradeci.

: - Até mais, Lauren. – John acenou para ela, que retribuiu.

: - Até John, obrigado por tudo e desculpe o estresse. Nos vemos por ai.

: - Nos vemos.

John sorriu de canto, acenou para mim e virou-se de costas, saindo pela porta antes de fechá-la. Enfim em casa, enfim na minha casa, sem pressão, sem tormento, sem olhares tortos. Enfim em paz por algum tempo. Virei de frente para a mulher sentada do outro lado da bancada, olhos verdes cansados e apaixonados me encarando, cabelos bagunçados e volumosos, linda. Sorri.

: - Nem acredito que finalmente chegamos, pensei que fossemos dormir na rua hoje.

Comentei enquanto prendia meus cabelos em um nó frouxo no alto de minha cabeça.

: - Estou tão cansada que não me importaria de dormir em cima de um papelão em qualquer esquina, Camz.

Eu ia me sentar em um banco como ela, mas virei minha cabeça para passar meus olhos por toda a cozinha impecavelmente arrumada. Tínhamos alguém para fazer aquilo por nós, é claro. Mas onde estariam as meninas? Tudo estava em um silêncio incômodo. Olhei para Lauren e suspirei, chamando-a com uma das mãos.

: - Vamos procurar as meninas, amor, quero acabar logo com isso.

Adverti nauseada, minha barriga roncando, meus pés doendo. Estava insuportável.

Lo nada disse, apenas desceu do banco e andou até a mim, segurando meu rosto entre as mãos e depositando um selinho demorado antes de qualquer coisa. Sorri com nossas bocas unidas, que saudades eu sentia de ficar daquele jeito, poderia até me esquecer de tudo se ela colocasse aquela língua quente e macia dentro da minha boca, se me beijasse com ternura, se me apertasse em seus braços de forma louca e inconsequente, mas...

: - Vamos, quero ficar sozinha com você o quanto antes.

Separou nossas bocas e beijou minha testa. Sorri e concordei com a cabeça, entrelaçando nossos dedos quando começamos a andar em direção a sala. Vazia, olhamos em volta e não encontramos nenhuma delas.

Pegamos a escada que dava para o segundo andar e subimos com calma, entrando no corredor onde se encontrava nossos quartos. A primeira porta à esquerda era o de Dinah, a primeira à direita o de Ally, o segundo a esquerda o de Normani, o segundo a direita o meu e o terceiro a esquerda de Lauren. Todos estavam vazios, o que nos fez seguir até o final do corredor, onde uma porta de madeira escura escondia atrás dela um pequeno estúdio feito especialmente para nós, quando quiséssemos gravar cover ou ensaiar. Olhei para Lauren e indiquei com a mão que deveríamos ir até o lá e foi o que fizemos. Suspirei antes de dar três batidas na porta, em nenhum momento soltei a mão da minha namorada. Um silêncio se fez até que a porta foi aberta, a silhueta inesquecível de Normani parada lá. Ela sorriu de orelha à orelha para nós, pulando no nosso pescoço e nos fazendo dar dois passos para trás.

: - Ah, meu Deus! Mila. – Beijou meu rosto. – Lauren.

Continuou nos esmagando enquanto riamos, tivemos que soltar nossas mãos para retribuir o abraço.

: - Mani. – Tentei empurrá-la. – Caramba, Mani, vai nos matar assim.

Ela se soltou sem graça e afastou-se um pouco.

: - Desculpa, é que eu estava literalmente surtando de saudade e preocupação.

 Bom, pelo visto a reação de Normani também não era negativa, se ela estava preocupada e nos abraçando daquele jeito, significava algo bom.

: - Também estávamos morrendo de saudades, ficar longe de vocês é tarefa difícil, confesso.

Lauren disse fazendo um biquinho e Normani pulou no pescoço dela novamente.

: - Graças a Deus que voltaram. Me sinto melhor quando estamos juntas, digo, nós cinco.

Foi só então que reparei na cena atrás de Mani. O sofá de couro preto no canto do estúdio estava ocupado por Dinah e por Ally, que estava com os pés sobre ele e seu queixo apoiado em seus joelhos. Seus olhos levemente vermelhos, acho que ela estava chorando.

Meu coração apertou no mesmo momento, tive que segurar na mão de Lauren de novo em busca de apoio, ela era o meu em todos os momentos. Normani parou seus olhos em nossas mãos unidas e sorriu de forma apaixonada, arrancando da minha Lo um sorriso da mesma forma. Pressionei os lábios e olhei para ela antes de entrar naquela sala isolada, Lauren ao meu lado. Mani fechou a porta atrás de nós e se manteve de pé. Dinah se levantou e disse que esperaria no quarto, que não via motivos para continuar ali se já sabia de tudo. Concordamos e ganhamos um beijinho na cabeça. Ally tinha seus olhos em nós, seu rosto inexpressivo. Suspirei e me aproximei para me sentar ao lado dela, Lauren do outro lado. Encaramos-nos por longos segundos sem dizer nada, eu sabia que Lauren estava sentindo o mesmo que eu: receio.

: - Ally... – Comecei a olhando. – Acho que lhe devemos uma explicação, não é?

: - Não precisam explicar muita coisa, Dinah adiantou um pouco de tudo. Aliás, não tem que explicar nada.

Dinah, eu teria que me lembrar de agradecê-la por tudo.

: - Só queremos saber como foi a conversa com o Simon, estávamos preocupadas. Queremos saber como vocês estão, o resto já sabemos e eu posso dizer por mim que não há coisa na vida que eu ache mais bonito que isso no momento.

Mani disse com um sorriso no rosto que me fez sorrir junto, uma vontade chatinha de chorar me dominando. Que saudades eu sentia dela, daquele animo maravilhoso, da sua cabeça aberta para tudo, de seu sorriso lindo e de sua cor invejável.

: - Você está mesmo de boa com toda essa situação, Mani?

Lauren sorria, Ally continuava da mesma forma.

: - Por que não estaria? A gente, por favor, quem é que nunca percebeu o que se passava entre vocês? Quem nunca se tocou que você fugia da Camila mais que o Diabo foge da cruz, Laur? – Eu ri sem graça e neguei com a cabeça. – É claro que estou do lado de vocês e que vou apoiar a causa com bandeira erguida. Só estou preocupada com tudo, nós vimos as revistas, vimos a repercussão que está tendo e isso está me deixando de cabelos brancos. Vocês viram na porta do condomínio? Está abarrotado de fotógrafos, isso está me assustando.

: - Também estamos assustadas, mais do que isso, estamos sem chão, Mani.

 Eu disse finalmente deixando escorrer as lágrimas que estava segurando, encostando minhas costas no couro no sofá. Lauren suspirou e mordeu o lábio inferior com força. Em questão de segundos Normani estava sentada ao meu lado, me puxando para seus braços. Me deixei ser consolada por ela sem receio, sem medo, precisava. Ally me olhou com olhos molhados, seu rosto naquele momento contorcido em uma expressão quase dolorosa.

: - Vai ficar tudo bem, Mila. – Mani disse beijando meu rosto.

: - Vocês sabem o que eu penso sobre isso, não sabem? – Ally se pronunciou, sua voz baixinha. Não dissemos nada, apenas concordamos com a cabeça para que ela continuasse. É claro que sabíamos o que ela pensava, é claro que sabíamos que para ela aquilo era tão errado quanto se drogar ou qualquer outra coisa. – Sabem que de acordo com o que acredito isso não é certo, não sabem?

: - Sabemos, Ally. – A voz de Lauren era um fio, minha vontade de sair dos braços de Normani e correr para os seus estava me maltratando. – Nós estamos temendo sua opinião sobre tudo desde que recebi tua ligação.

: - Independente do que acredito, Lauren ou do que eu queira pra minha vida, quem sou eu para julgar vocês? – Mal acreditei quando ela disse aquilo, parei de chorar no mesmo instante para olhá-la de perto. – Quem sou eu para dizer o que é certo e o que é errado quando eu estou vendo bem aqui na minha frente o quanto se gostam?

Lauren sorriu sem acreditar, seus olhos se encontraram com os meus e eu desejei que o tempo parasse ali. Ao menos uma coisa boa em meio a aquela confusão.

: - Ally, isso é sério?

Perguntei com animação, os dedos de Normani secando as lágrimas em meu rosto.

: - Como não ser? Eu não posso lutar contra o amor de ninguém, Mila. Estou vendo nos teus olhos e nos de Lauren o quanto se amam, como vou me atrever a ficar contra isso? Por mais que vá contra os meus princípios, eu não posso fingir que não estou vendo o que se passa bem aqui na minha frente.

: - Ah, Ally...

Lauren exclamou antes de puxá-la para um abraço, onde tudo o que fiz com Normani foi me juntar a elas. Nos abraçamos com força, as quatro, só estava faltando Dinah. Ficamos daquele jeito por um bom tempo, pude ouvir com clareza o choro de Lauren sobre o ombro de Ally, ela finalmente estava chorando. Meu coração se apertou no mesmo instante, odiava ouvi-la chorar mesmo sabendo que era necessário, ela precisava, estava se segurando desde que tudo começou.

: - Somos uma família, famílias se apoiam acima de qualquer coisa. E eu vou ficar do lado de vocês para tudo, tudo.

Ally disse secando o rosto de Lauren, beijando sua bochecha e se virando para mim, fazendo o mesmo. A abracei com força, estava me sentindo bem melhor.

: - Ohana quer dizer família, e família quer dizer nunca abandonar.

Normani citou a frase de um dos desenhos que mais gostávamos de assistir e nos fez rir, sem nos separar do abraço gostoso que estávamos envolvidas.

: - Ei, eu quem deveria ter dito essa frase, pelo o que eu saiba eu sou o “Stitch”. – Disse Ally.

: - Para, Ally, não quebra o clima.

Mani disse a dando um tapinha e nos rimos todas juntas, estar em casa e em família novamente era bom demais, eu não tinha palavras para explicar, só podia agradecer a Deus pelo dia que colocou todas elas em minha vida.

Ficamos um bom tempo ali, Lauren e eu contamos sobre toda a conversa com Simon e as meninas prometeram nos ajudar com tudo o que tivesse ao alcance delas. Depois de mais algumas fofocas, sai para atender uma ligação de minha mãe. Tremi dos pés a cabeça ao ver seu nome no visor, contei até dez antes de atender.

: - Mama. – Disse baixo.

: - Oi, kaki.

Kaki? Estava me chamando de Kaki mesmo depois de ter visto fotos minhas com a língua dentro da boca de Lauren?

: - Mama, você esta bem?

Perguntei curiosa seguindo pelo longo corredor, pegando as escadas para tomar a sala.

: - Estou filha. Estou ligando para saber se você está bem, só isso que me interessa. Apenas me diga se você está bem, se não fizeram nada com você, se...

 Ela começou a dizer tudo rápido, tive que interrompê-la enquanto me sentava no sofá em L no meio de nossa sala.

: - Ei mama, calma. – Suspirei. – Eu não sei como estou me sentindo, mas estou tentando ficar bem, me manter bem. E sobre tudo isso que está acontecendo, eu...

: - Não. – Fechei os olhos ao ouvi-la, minha cabeça começando a doer. – Não vamos falar sobre isso por telefone, filha, por favor. Amanhã à tarde estou chegando ai com seu pai, conversaremos pessoalmente. Só liguei para saber se você e Lauren estão bem.

Suspirei de alivio, ao menos ela não estava surtando do outro lado da linha, aquilo era um bom sinal.

: - Vamos ficar, mama, não se preocupe. – Sorri triste. Quem eu estava tentando convencer? – Dê um beijo em Sofi por mim, diga que estou com saudades e que mal posso esperar para vê-la.

: - Claro que digo, filha, claro que digo. – Era tão bom ouvir a voz de minha mãe no meio de todo aquele tormento. Queria tanto abraçá-la. – Eu vou desligar agora, as coisas estão um pouco... Fora do lugar por aqui.

: - Imagino.

Eu disse pensando em meu pai, apostava que a reação dele seria completamente contrária a da minha mãe.

: - Nos vemos amanhã, filha. – Começou a se despedir. – E Camila?

; - Sim, mama?

: - Eu amo você independente de qualquer coisa, a mama te ama, não esquece disso.

Ah, mãe... Meus olhos já estavam banhados em lágrimas novamente. Mas que merda. Senti uma mão tocar meu ombro e me virei para encontrar os olhos de Lauren, preocupados. Sorri para ela e a puxei pela mão, a vendo se sentar em minha frente.

: - Eu também te amo, mama, te amo muito.

: - Durma bem, querida. Mande beijos para Lauren.

: - Mando sim. – Lauren acariciou minha mão, sua expressão curiosa. Fiz um sinal para que ela esperasse. – Até amanhã.

: - Até amanhã, filha.

Desliguei o telefone logo depois, largando ao meu lado no sofá para encarar aquela imensidão verde na minha frente. Nos olhamos por longos segundos sem dizer nada, apenas nos confortando. A aliança no meu anelar direito me dando uma confiança cada vez maior de que iríamos vencer aquilo tudo, de que logo iríamos ficar em paz de novo.

: - Minha mãe disse que amanhã a tarde chega aqui. – Eu disse sorrindo. – Lhe mandou beijos.

: - Me mandou beijos? – A voz de Lauren era surpresa. Eu quis rir de sua expressão. – Tua mãe me mandou beijos? Ela viu as revistas? Será que ela ainda não viu?

: - Lo, ei. – Eu disse sorrindo me aproximando dela para beijar seus lábios, recebendo seus braços em torno de minha cintura e logo estava sentada em seu colo. – Minha mãe está de boa, também fiquei surpresa. Ela disse que não queria conversar por telefone, mas que me ama independente de qualquer coisa, então...

: - Sua mãe é maravilhosa. Vou agradecer a Deus todos os dias pela sogra que tenho. – Eu ri e acariciei seu rosto.

: - E seus pais, ainda não ligaram?

Os lábios de Lauren se torceram para o lado, sua expressão temerosa.

: - Não, nada. Nem um sinal de vida, nenhuma ligação, nada. Eu estou pirando, confesso.

: - Ei, calma. – Passei meus braços ao redor de sua nuca e a puxei para meu peito, onde ela rapidamente escondeu o rosto da curva de meu pescoço. Acariciei seus cabelos. – Não fica pensando nisso, deixa que uma hora ou outra eles vão ligar, apenas espere.

: - Estou com medo.

: - Eu sei, também estou. Mas lembre-se, não vou soltar sua mão, assim como você me prometeu naquele quarto de hotel em Paris.

Lauren suspirou contra a minha pele, sua voz no momento seguinte soou tão triste que meu coração apertou.

: - Paris. Como eu queria estar naquele quarto, sem ninguém, só eu e você na nossa bolha sem nos preocupar com nada.

: - Vamos para o seu quarto agora e fazer de conta que estamos lá, só a gente, o travesseiro que roubei e o que temos na lembrança.

A olhei com carinho, meus dedos correndo uma de suas sobrancelhas, a outra mão acariciando entre seus cabelos. Lauren sorriu para mim subindo sua mão por minhas costas.

: - Vamos. Mas antes vou lhe fazer as panquecas que prometi, tome um banho enquanto isso. As meninas também estão com fome e acho que merecemos um jantar em família depois de tanto tempo.

: - Certo. – Beijei seus lábios uma última vez e me levantei. – Eu não demoro.

Lauren deu um pequeno tapinha na minha bunda antes que eu corresse em direção as escadas, queria tratar de me esquecer do mundo por algum tempo e nada melhor do que fazer aquilo na companhia da minha família.

Depois do banho e do jantar em família, finalmente eu estava entrando no quarto de Lauren com meu travesseiro e meu edredom, baby doll preto com bolinhas brancas e meu celular. Ela estava saindo do banho quando fechei a porta atrás de mim, seu corpo coberto apenas por um shortinho curto e preto, e uma regatinha de algodão azul. Descobri que ela estava sem sutiã quando observei seus mamilos salientes embaixo do tecido da blusa. Poxa vida, Lauren, isso não se faz, não mesmo.

Suspirei entre um sorriso e joguei as coisas sobre a sua cama de casal. Seu quarto em um tom claro de roxo, a parede lateral era pintada fervorosamente na cor preta, onde quadros e mais quadros com fotos dela e do nosso grupo enfeitavam toda a extensão. É de se imaginar, né? Garota quente de cores quentes.

Ela sorriu terna enquanto deslizava a pequena toalha branca pelos cabelos, secando sem pressa. Eu poderia parar e admirar a cena por um longo tempo, mas não estava conseguindo me manter longe, tinha que tocar. Eu estava parecendo aquelas crianças que vão ao shopping e tocam em qualquer coisa que olham na frente, pois é.

: - Você demorou.

Lauren advertiu largando a toalha sobre uma poltrona no cantinho do quarto. Seus olhos naquele momento em um verde intenso, me derreti inteira. Ela estava me dando aquele olhar, sabe? Aquele típico olhar molha calcinha. Aquele olhar de quem se encara o que quer comer. Caramba!

: - Desculpe, fiquei um tempo a mais embaixo do chuveiro, esqueci da vida.

Me defendi soltando um gritinho de surpresa quando ela me pegou pela cintura, colando nossos corpos. Por Deus! Sua pele recém-banhada era digna de Oscar. Estava fresca como a brisa, cheirosa de um jeito que me fez aproximar o nariz de seu pescoço para sentir direto da fonte, não resisti.

: - Você está linda nesse baby doll, Camz.

: - E você cheirosa de um jeito que deveria ser proibido. Que coisa irritante.

Eu disse em um breve momento de exaltação. Era aquilo que ela mais fazia comigo, fazia com que eu me exaltasse com frequência.

: - Acredite, você não está nenhum pouco atrás. – A ponta do nariz de Lauren subiu de forma atrevida por meu pescoço, sua respiração quente me arrepiando. Ergui minhas mãos e afaguei seus cabelos molhados quando a senti depositar um beijinho na minha orelha. Sorri. – Amo esse teu cheiro doce, faz minha boca salivar de um jeito sem controle.

: - Lauren! – Exclamei de olhos fechados com o corpo todo arrepiado, sua risada gostosa no pé do meu ouvido. Esquecer de tudo, era o que estávamos fazendo. Proibi-me de pensar em qualquer coisa que não fosse relacionada a aquele momento, eu não poderia, merecíamos um pouco de paz, um pouco de nós. – Eu sei o que você está tentando fazer. Pare.

Ela riu mais ainda e me virou de costas para ela, suas mãos na minha barriga, sua boca na minha nuca, meus cabelos por cima de meu ombro esquerdo. Fechei os olhos e suspirei.

: - O que, Camila? Estou lhe elogiando, você tem uma mente muito pervertida, sabia?

: - Pervertida? – Perguntei quase ronronando pela forma que seus lábios beijavam minha pele. – Você... Você está me seduzindo e... E-e eu que sou pervertida?

Consegui colocar para forma da melhor forma possível, meus joelhos tocando a beirada da cama. As mãos de Lauren por cima dos meus seios sobre o baby doll.

: - Só quero me acalmar da melhor maneira. – Começou a dizer descendo as mãos para minha barriga novamente, sua boca quente beijando meu ombro. Suspirei e separei os lábios para respirar melhor. Ela me deixava louca, sabe? Uma loucura gostosa e bem-vinda. – Tocando teu corpo, sentindo teu calor, teus arrepios. Não precisamos fazer nada, Camila, apenas quero tocá-la, eu preciso.

Meu coração acelerou ao ouvi-la e eu me virei de frente para ela, passando meus braços em torno de seu pescoço enquanto segurava nossos olhares. Lauren estava perdida e não era de uma maneira ruim, não mesmo. Eu sabia o que ela queria, pois eu queria o mesmo. Queria comprovar que eu era mesmo dela, que tudo iria mesmo ficar bem, que pertencíamos a aquele mundo como qualquer pessoa, que éramos comuns, pessoas comuns como todo mundo. Ela queria que eu a acalmasse e se fosse preciso passar a noite acordada para tê-la serena em meus braços, eu passaria.

: - Eu estou aqui. - Eu disse deslizando nossos narizes. – Eu te amo e nós estamos juntas. – Beijei o cantinho de sua boca, seus olhos verdes – os meus olhos verdes – se fechando. – E eu quero que você me toque a noite inteira, que me faça carinho, que me dê beijos, que cante uma música pra me ninar para que eu possa dormir quando sentir que não posso mais manter meus olhos abertos.

Lauren sorriu encostando nossas testas, seus braços de forma possessiva ao redor do meu corpo.

: - Você me acalma. Teu corpo, tua presença, tudo me faz relaxar de um jeito que você não pode imaginar.

: - Eu não poderia estar em um lugar melhor agora a não ser aqui, Lo, nos teus braços, no teu quarto, teu cheiro em todos os cantinhos me fazendo ficar trêmula. – Sorri ganhando um beijinho no queixo. – Vamos ficar calmas juntas, relaxar juntas, pensar juntas e fazer tudo juntas. Você é minha namorada e tenho certeza que quando acordarmos amanhã, será só mais um dia para enfrentarmos de mãos dadas. Nós temos uma à outra e é isso o que importa, o resto não é nada.

: - Eu te amo, Camila. – Ela disse com um fio de voz, sua mão correu afoita por minhas costas até se enfiar entre meus cabelos. – Não sei como aguentaria tudo sem você, não sei.

Foi tudo o que ela disse antes de juntar nossos lábios, eu agradeci mentalmente pelo meu desejo atendido. Era ali onde eu queria estar, daquele jeito e sentindo tudo o que eu estava sentindo. Lauren me beijava de uma forma que me mostrava mais uma vez o quanto me queria, o quanto ela era minha, o quanto eu era dela. Sua língua aveludada se enroscando na minha de forma que me impedia de pensar, e pensar era a última coisa que eu queria. Eu só me preocupava com ela, em fazer com que se sentisse bem, em me sentir bem.

Lauren e eu passamos a noite daquele jeito, trocando beijos e carícias, nada mais que isso, não era preciso. No final da noite me deitei sobre ela e minha cabeça em seu peito, um de seus braços ao meu redor e sua mão livre me afagando os cabelos. A avisei quando não podia mais aguentar meus olhos abertos, o que a fez começa a mover uma das pernas dobradas levemente sobre a cama, nos balançando bem devagar.

Sorri e me deixei ser ninada por ela, uma sensação gostosa se instalou no meu corpo quando ela começou a cantar bem baixinho. A música? Ah, sim, a música era “Like a Star – Corinne Bailey.” Fechei meus olhos e me perdi em sua voz rouca, na letra da música que descrevia com exatidão tudo o que sentíamos, o que vivemos. Uma das coisas mais lindas que já ouvi na minha vida, a letra maravilhosa de uma canção que Lauren enfeitou perfeitamente com sua voz. A minha voz, a voz preferida em todo o meu mundo.

Ia adormecendo sobre o seu corpo quando a ouvi cantar uma frase da música contra meus cabelos, onde a repeti em um suspiro antes que a inconsciência me dominasse.

: - “Honor to love you.”

 E era, era mesmo uma honra amá-la, uma honra.

 

Feito Estrela.

Como uma estrela pelo meu céu,

Como um anjo fora da página,

Você apareceu na minha vida,

Parece que eu nunca vou ser a mesma,

Como uma canção em meu coração,

Como óleo em minhas mãos,

É uma honra amar você!

 

Ainda me pergunto o por que,

Eu não discuto desse jeito,

Com ninguém a não ser você,

E nós fazemos isso o tempo todo,

Isso esta me deixando louca.

 

Você tem esse jeito que eu não consigo descrever,

Você me faz sentir viva,

Quando tudo só dá errado,

Sem dúvidas você está do meu lado,

O Paraíso estava tão longe,

Não consegui achar palavras pra escrever essa canção

Oh... Seu amor.

 

  Eu já entendi

Como tudo acontece,

Já não é mais segredo,

Porque nós já passamos por isso antes.

A partir desta noite eu sei que você é a única

Eu estava confusa, no escuro,

Mas agora eu entendo.

 

Como uma estrela pelo meu céu,

Como um anjo fora da página,

Você apareceu na minha vida.

Eu sinto que nunca vou ser a mesma,

Como uma canção em meu coração,

Como óleo em minhas mãos.



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