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História Falling in love for the last time. - Fuck you, Lauren.


Escrita por: gimavis

Notas do Autor


Meninas, deixe-me avisá-las uma coisa. A partir desse cap em diante eu vou dividir as narrativas entre a Camila e a Lauren. Um Pov da C, um Pov da L e assim vai. Quero descrever certinho o que cada uma pensa e o que cada uma senti na mesma situação. Preciso colocar assim porque vocês vão precisar sabe os sentimentos de cada uma nos próximos capítulos, estou avisando só para não ficar confuso. ;*

Capítulo 16 - Fuck you, Lauren.


 

Dinah estava demorando a voltar, o que me rendia tempo o suficiente para dar os beijos em Camila que eu não poderia dar aquela tarde, por conta de uma terceira presença. Ela estava no meu colo, seus braços em torno do meu pescoço e suas mãos bagunçando os meus cabelos de todas as formas possíveis. Minhas mãos espalmadas em sua bunda enquanto puxava sua língua quente entre meus lábios. Estávamos envolvidas em uma bolha tão pegajosa que mal conseguia escutar as batidas que davam na porta.

: - Amor, acho que tem alguém batendo na porta.

Camila disse alheia enquanto puxava meu cabelo, minhas mãos passaram a apertar a carne de sua cintura por cima da roupa.

: - Uhum, acho que tem.

Foi o máximo que consegui dizer quando senti seus lábios em meu pescoço. Fechei os olhos com força e comecei a praguejar quando as batidas ficaram mais altas, se fosse Dinah ela já estaria me gritando, então...

: - Camz, espera, deve ser o nosso almoço.

: - Manda-o deixar na porta, depois a gente pega.

Eu ri baixinho do desespero dela a dando um pequeno tapa na coxa.

: - Acredite, também não queria ter que parar, mas não podemos deixar a pessoa arrombar a porta. – Selei seus lábios, me levantando com ela no colo a fazendo ficar de pé no chão. – Vou atender rapidinho.

Ajeitei minha blusa e passei a mão pelo cabelo, tentando arrumar em vão o que eu sabia que não iria disfarçar em nada a minha cara de “Oi, estava dando uns beijos e você interrompeu.” Abri a porta e vi um jovem uniformizado parado lá com as mãos atrás do corpo, o carrinho do nosso almoço á sua frente. Dei o meu melhor sorriso cínico e cocei a nuca.

: - Seu almoço, senhorita Jauregui.

Pronunciou-se formalmente enquanto me analisava de cima até embaixo, seus olhos se fixando em um local. Comecei a me perguntar o que diabos ele estava olhando. Acompanhei seu olhar por meu corpo e observei um marca avermelhada bem em cima do meio seio direito, um chupão quase fluorescente chamando a atenção dos olhos praticamente famintos daquele... Argh, Camila! Segurei o riso pela cara que ele fazia e puxei o carrinho de comida em minha direção, corando.

: - Obrigada e com licença. Pode deixar que eu carrego.

Eu disse tudo rápido sem parar para respirar, puxando o carrinho para dentro do quarto e me movendo da mesma forma rápida para fechar a porta.

: - Até mais ver, senhorita. Qualquer coisa é só chamar, qualquer coisa mesmo.

Soltou uma piscadela me fazendo rolar os olhos por conta do olhar indiscreto que recebia. Fechei a porta encontrando Camila com os braços cruzados embaixo dos seios. Bom, por sua expressão mortífera ela viu a cena, eu só podia rezar para o ciúme dela não ter a mesma validade longa que o meu.

Enfiei as mãos nos bolsos do jeans que eu usava e ergui meus olhos para ela, mordendo o canto da boca.

: - O quanto estou encrencada? – Perguntei com a sobrancelha erguida.

: - Se formos levar em consideração o fato de você ter flertado na minha frente, a porcentagem está bastante alta. – Estreitou os olhos.

: - Ei, eu não estava flertando com ele, ele quem estava me comendo com os olhos. – Comentei jogando as mãos ao ar enquanto ria. – Que por sinal, a culpa é da senhorita por ter deixado esse chupão bem aqui...

Deslizei a ponta do dedo indicador pela marca vermelha e a vi sorrir, muito contragosto, mas sorriu.

: - Você precisa olhar para baixo e verificar se está inteira antes de sair abrindo a porta, Lauren, dá próxima vez pode causar um estrago bem maior em quem estiver do outro lado dela.

Suspire encantada com o sorriso que ela abriu, branco e reluzente. Seus cabelos estavam jogados para o lado, seu rosto livre de qualquer maquiagem e seus lábios levemente inchados pelos beijos apaixonados que trocamos. Tinha como ela ser mais bonita? Encurtei a distância que havia entre nós e a enlacei pela cintura.

: - Pouco ciúme ou muito ciúme?

Perguntei divertida e ela enrugou a testa como se parasse para pensar. Olhou-me com os olhos semicerrados e negou com a cabeça.

: - Não gostei do jeito de cobiça que ele te olhou, fiquei com vontade de tacar a primeira coisa que tivesse em mãos em cima dele. Não gosto que desejem o que é meu, e deixo dito que... – Sua voz era séria e possessiva. – Você é minha. Logo, sim, estou com muito ciúme, muito.

Ela tinha os lábios bem próximos aos meus quando terminou de falar, as mãos firmes em meu pescoço. Encarei seus olhos quentes e senti meu corpo vibrar.

: - Ele olha, mas você tem. – Mordi seu lábio inferior. – Eu sou tua, só tua. – Mordi de novo. – E eu te amo.

: - Hmmm, assim até me convence.

Fechou os olhos enquanto se apertava mais a mim. Eu iria beijá-la para provar o que havia dito mais uma vez, se a cena seguinte não tivesse acontecido rápida demais. Em questão de segundos Dinah estava entrando pela porta do nosso quarto, não sei da onde que ela surgiu e nem queria saber, o que eu sei foi que me afastei de Camila tão rápido que bati com o joelho na ponta da cama. Porra, que dor. Estava ofegante e nervosa, esfreguei o joelho com força enquanto Camz se mantinha de pé perto da porta do banheiro, no rosto uma expressão assustada, como se tivesse visto uma alma penada. Pálida, seus olhos quase saltando da face.

: - Tudo bem por aqui?

Dinah perguntou desconfiada, sua mão guardando o Iphone no bolso do jeans que usava. Sentei-me na cama ainda esfregando o lugar que bati.

: - Aham, eu só bati o joelho na cama. Mas fora isso, tudo ótimo.

Sorri amarelo e passei meus olhos por Camila.

: - Coloca gelo nisso pra não ficar roxo.

Dinah se aproximou para sentar-se ao meu lado, seu rosto com um ponto de interrogação enorme.

: - Acho melhor a gente comer logo antes que a comida fique fria.

Senti que Camz estava fazendo um esforço enorme para que sua voz saísse normal. Uma vontade de rir de toda aquela situação me fez levar uma das mãos até a boca.

: - Lauren, está tudo bem mesmo?

Camila negou com a cabeça e andou até o carrinho com o nosso almoço, onde eu comecei a rir desesperadamente. Dinah ficou me olhando com os olhos arregalados, tenho certeza que ela estava pensando que eu deveria começar a me tratar antes que o problema ficasse pior.

: - Está tudo bem, é que... – Segurei o riso na garganta e respirei fundo. – Só estava lembrando de umas coisas com as meninas. – Menti.

: - Você não pode deixar de tomar o seu remédio, sinceramente.  

: - Nem posso rir em paz mais, eu em.

Resmunguei me levantando e ouvi Dinah gargalhar. Não tinha como a situação ficar mais constrangedora que aquilo. Fui até Camila e parei de pé ao seu lado enquanto ela se concentrava em destampar todos os pratos. Pressionei os lábios.

: - Ajuda? – Pergunte inocente e a vi cerrar os olhos.

: - Não. Fique o mais longe de mim possível, Jauregui, por favor.

Sussurrou com uma aparência dolorosa e eu ri baixinho, negando com a cabeça antes de puxar o carrinho com a comida para o lado da cama.

 

Camila POV.

Eu ainda estava assustada com a situação que vivemos, só de pensar que mais um pouco Dinah daria de cara com Lauren colocando a língua na minha boca, minhas bochechas ardiam. Depois de toda aquela vergonha e de comermos até enjoar, saímos para mostrar o pouco que conhecíamos da cidade para DJ. Ela tirou foto de tudo e mais um pouco, pulando e gritando no meio da rua quando via algo de interessante, rendendo boas gargalhadas a Lauren e eu.

E por falar em Lauren... Santo Deus! Usava sua calça jeans branca, all star branco, uma blusa vermelha coladinha ao corpo e um casaco preto comprido até o meio de suas coxas. Os cabelos presos em um nó frouxo no alto de sua cabeça e em seu rosto aquele maldito ray-ban preto que a deixava linda ao extremo. Suspirei enquanto andávamos lado a lado, Dinah andando na nossa frente para continuar sua sessão de fotos. Lauren estava alheia ao meu olhar, suas mãos nos bolsos do casaco e sua cabeça virada para o lado contrário, olhando o Rio Sena ao nosso lado. Minhas mãos estavam coçando para entrelaçar nossos dedos, mas me segurei.

Aquilo tudo pra mim era como um sonho, um sonho lindo que eu estava lutando para não acorda. Estava tudo tão perfeito e caloroso, Lauren estava me amando e eu não pude evitar de sorrir abertamente ao me lembrar. Mordi o lábio inferior quando desviei meus olhos e ouvi sua voz.

: - Qual é a graça?

Perguntou-me com um sorriso no canto dos lábios.

: - Hmm, nada. – A olhei. – Não posso sorrir mais?

: - Claro que pode. – Retirou uma das mãos do bolso do casaco para afagar meu cabelo rapidamente. – Pode e deve. Eu amo o teu sorriso, você fica mais linda ainda quando está com ele no rosto.

Sorri sem graça, passando meus olhos por Dinah para verificar se ela estava longe o bastante para não nos escutar.

: - Você não se aguenta, não é? – Ri negando com a cabeça.

: - Não, não me aguento. Não sei como passar mais de dez minutos sem te elogiar e fico boba com a capacidade que você ainda tem de corar sob eles.

Desviei meus olhos de seu rosto e desejei por um momento que ela retirasse os óculos para que eu pudesse ver a intensidade em seus olhos verdes. Amava-os.

: - Não sei como lidar muito bem com elogios, ainda mais quando eles saem da sua boca. É, sei lá, é meio difícil de acreditar que você está comigo, sabe? É meio difícil não pensar que tudo isso é um sonho e que logo vai acabar. Às vezes penso que não ouvi direito quando você disse que me ama, que sou sua garota, que você não quer mais ninguém além de mim. – Respirei fundo antes de voltar a falar, o vento frio soprando em meu rosto quando paramos uma de frente para a outra ao lado de um banquinho. – Você é surreal demais pra mim. Sinto-me tão comum, me sentia tão pequena no meio de todas aquelas pessoa no The X Factor, como se eu fosse um ponto sem acrescentar nada. Desejei tanto ter você que agora que tenho não sei como agir, como não me pegar pensando que talvez você esteja confusa e que não saiba que o que realmente quer não está comigo.

Coloquei tudo pra fora sob um mesmo fôlego, meu coração acelerado maltratando o meu peito. Não queria tornar aquela conversa um drama, mas confesso que estava me segurando para não me deixar chorar. Lauren me encarou por um tempo antes de levar a mão até o Ray-ban que usava, o colocando em seus cabelos. Seus olhos verdes me fuzilaram, um brilho fluorescente e intenso. Meu corpo vibrou por conta do tamanho do amor que consegui ver neles. Ela encurtou um pouco nossa distância, ficou perto, mas manteve centímetros seguros para que se Dinah olhasse não pensasse que estávamos prestes a nos beijar. Amaldiçoei aquilo, tudo o que eu mais queria naquele momento era um beijo dela.

: - Camila, eu amo você. – O vento forte e frio jogou uma mecha solta de seu cabelo sobre meu rosto. Quase o segurei entre os dedos para sentir o cheiro. – Tudo o que eu quero está com você, eu só quero você. Por favor, não fique pensando essas coisas quando eu passo o dia te demonstrando e lhe dizendo o que você é pra mim. Não quero que fique se machucando a toa, não faça isso.

Senti que ela queria erguer a mão para me tocar, mas recuou na mesma hora. Era difícil manter aquela distância, mesmo que pouca.

: - Eu sei, me desculpa. Mas sou insegura, sempre acho que não sou boa o bastante e tenho consciência de que devo parar.

: - Você é boa pra mim, eu não mudaria nada em você. – Sorriu abertamente, aquele sorriso transbordando carinho. – Você é a garota mais incrível que eu já conheci, mais doce e mais inteligente. Sinto-me honrada ao extremo por você me amar e por te amar. Dê a você o valor que você merece, amor, e ele é tão grande. Procure enxergar isso. As pessoas não sabem de nada sobre você, eu sei que você às vezes fica mal pelo o que falam de ti, mas eles não sabem nada sobre a Camila maravilhosa que você é, sobre a Camila que é minha e que me fez amá-la intensamente. Tira essas coisas da sua cabeça e continue sendo você mesma, não há nada para ser mudado.

Existe algo melhor no mundo do que receber palavras verdadeiras de conforto da pessoa que você ama?

Mordi o lábio inferior com força e suspirei.

: - Queria te abraçar agora.

Eu disse baixinho em um tom completamente frustrado. Lauren sorriu acariciando meu rosto rapidamente antes de passar seus olhos por Dinah, que tirava fotos do chafariz.

: - Eu também, mô. – Era a segunda vez que ela me chamava daquela forma e a segunda vez que eu me derretia imensamente por aquilo. Vontade de beijá-la e não parar nunca. – Mas infelizmente, você sabe, não quero chamar mais a atenção de Dinah depois de hoje.

: - Tudo bem, eu entendo.

: - Mais tarde eu lhe dou quantos abraços quiser, ok? Prometo.

Sorri terna a dando um leve soco no ombro.

: - Vou cobrar.

: - Ei, as duas mocinhas vão ficar ai de fofoca ou vão terminar de me mostrar Paris? Tenha santa paciência com gente lerda, em.

Dinah negou com a cabeça e nos deu as costas, tornando a andar.

Lauren e eu explodimos em uma risada antes de acompanhá-la. Pelo visto a tarde seria muito, muito longa.  

Voltamos para o hotel mais ou menos umas 19:40, meus pés estavam me matando. Depois de banho tomado e comida no estômago, caímos na cama para assistir um filme. Lauren encostou-se à cabeceira da cama, onde aconcheguei minha cabeça em sua barriga e Dinah a sua na minha. O filme se chamava “Assunto de meninas”.

Estávamos mesmo prestando atenção, parecia ser bem interessante, e acredite... Era. Uma história que se passava em um internato contando o amor de duas internas e seus vários dramas. Fiquei imensamente tensa quando me dei conta de que se tratava de um filme lésbico, não por mim e por Lauren, mas sim por Dinah. Ela parecia mais vidrada que nós duas na tela da TV. Mexi-me desconfortável sobre o corpo de Lauren quando uma cena de beijo deu início, podia sentir minha bochecha arder. Uma de suas mãos estava fazendo uma carícia leve entre meus cabelos, a outra colocada suavemente sobre meu corpo. Ao contrário do que acontecia comigo, Lauren não parecia nem um pouco desconfortável, muito pelo contrário.

: - Hmmm, interessante esse filme, agora sim o negócio ficou bom.

Dinah bateu algumas palmas virando-se de lado para enxergar melhor. Lauren riu baixinho sobre minha cabeça e eu me perguntei se não estava ficando louca.

: - Dinah! – Ri sem graça a dando um tapa no braço.

: - O quê? Vai dizer que está com nojo? Pelo o que me lembro alguém me disse em uma ligação recente que ficou de olho em uma loira no restaurante.

Ah, Dinah, cala a sua boca. Lauren bufou, a olhei a tempo de ver seus olhos se revirarem e uma careta enojada surgir em seu rosto.

: - Vocês estão falando demais, eu estou a fim de ver o filme.

Resmungou. Pronto, pelo visto teria que passar o resto da noite tentando tirar aquele bico enorme que se formou na boca dela.

: - Olha só pra isso, gente. – Dinah era só risos e suspiros animados. – Oh my God! Eu não estou vendo isso.

É, se não tinha como ficar pior, o mundo resolveu ajudar. A cena do beijo avançou para uma cena de sexo e eu não sabia onde enfiar minha cabeça. As mãos de Lauren estavam possessivas em meu cabelo, era um aperto tão forte que se ela continuasse eu reclamaria de dor a qualquer momento. Não sabia dizer se ela estava prestando atenção na cena ou se tinha seus olhos em outro lugar, só sei que sua respiração estava tensa. Queria erguer a cabeça para olhá-la, mas não conseguia me virar pela pressão de seu braço sobre mim.

: - Gente, isso parece bom. Ai, Siope que me perdoe, mas antes de morrer eu ainda vou fazer isso com uma mulher. Desculpa quem pensa ao contrário, mas eu vou fazer ou não me chamo Dinah Jane.

Se Dinah soubesse que Lauren e eu já havíamos feito aquilo e melhor, juntas... Respirei fundo e segurei o riso na garganta, me assustando quando Lauren retirou minha cabeça de sua barriga e se levantou da cama. A vi andar até o banheiro em passos largos, o baby doll apertado que vestia marcando suas curvas conforme ela se movia. Entrou no banheiro e fechou a porta, ergui as sobrancelhas.

: - Lauren não tinha outra hora pra mijar, não?

 Ri da pergunta de Dinah e cocei a nuca, me apoiando sobre o braço esquerdo. Eu sabia que ela havia ficado bolada pelo o que ouviu, mas confesso que estava temendo o nível de seus ciúmes. Acho que vocês sabem disso, Lauren é uma pessoa fodidamente ciumenta, e quando fica ciumenta automaticamente fica grossa, um saco de espinhos. Deslizei o dedo indicador pelo meio de minhas sobrancelhas antes de me sentar na cama, pronta para me levantar.

: - Morreu sentada no vaso, Jauregui? Vai acabar o filme e você nesse banheiro.

DJ gritou me fazendo rir, por mais que eu estivesse temendo as reações de Lauren, me deixei rir de toda aquela implicância.

: - Camila, vem aqui, por favor. Não estou achando meu short que te emprestei, não está aqui na roupa suja.

Ela gritou de volta, sua voz grave e séria. Suspirei.

: - Vai lá antes que ela venha tacando tudo o que encontrar pelo caminho em cima de você, sabe como ela é quando sumimos com as coisas dela.

O rosto de Dinah estava torcido em uma expressão penosa, acho que estava com pena de mim. Eu poderia rir se não estivesse com o coração batendo na cabeça, é claro que ela não estava me chamando por causa de short algum, com certeza iria arrancar o meu couro. Bufei e me levantei da cama escorregando a mão pelo cabelo. Calcei minhas pantufas e me afastei. Puxei uma lufada antes de dar três batidas na porta.

: - Lauren? – Chamei.

: - Entra.

E lá estava aquela voz grossa. Já estava preparando a pinça para passar a madrugada retirando os espinhos que ela soltaria. Girei a maçaneta e entrei, encostei a porta e mal vi quando ela me imprensou contra a mesma. Soltei um pequeno gritinho de susto e encarei seus olhos, verdes quase musgos, escuros o bastante para me alertarem de que a situação não estava boa.

Sua respiração estava forte em meu rosto, seu corpo completamente colado ao meu e suas mãos firmes me mantendo parada entre ela e a porta. O que dizer de sua coxa? Pois é, estava enfiada no meio das minhas pernas me proporcionando uma maldita pressão.

: - Lauren, o que...

Tentei argumentar, mas ela me interrompeu.

: - Shiu! – Desceu a mão até minha coxa direita, erguendo-a até que ficasse na altura de seu quadril. Deus! Eu me sentia fraca. – Fica quietinha.

Ergui a cabeça para puxar o ar que ela me tirou e pousei minhas mãos em seus ombros, tentando empurrá-la em vão.

: - Dinah está aqui, Lauren, ela...

: - Ela não vai ouvir nada se você ficar quieta. – Resmungou com a boca colada na minha bochecha, meu alto controle indo pra casa do cacete. – E eu não vou mandar você calar a boca de novo.

Lembra quando eu disse que ela ficava grossa com ciúmes? É, acontece que eu me esqueci de comentar que adorava quando a tinha daquele jeito.

: - Me solte.

Sussurrei já perdendo o controle de minhas mãos quando elas desceram por suas costas, tocando a pele macia por baixo da seda gelada que lhe vestia.

: - Eu disse pra você ficar quieta. – Apertou minha coxa erguida em seu quadril com força, sua mão livre se enfiando em meus cabelos para me segurar por ali. Fechei os olhos. – Você sabe o quanto estou brava, não sabe?

: - Sei.

Minha voz era puro deleite, eu já não estava conseguindo pensar direito com toda aquela posse que ela mantinha sobre mim. Será que ela sabia que era uma mulher de pegada? Arrepiei dos pés a cabeça quando ela cheirou meu pescoço como se precisasse daquilo para viver, podia sentir seu peito inflando contra o meu.

: - Odeio lembrar que você flertou com aquela garota na minha frente. – Sua mão que estava em minha coxa erguida escorregou para dentro do meu short, tocando minha bunda. Mordi o lábio para não gemer, já não tinha mais razão para nada. – Você flertou com outra bem na minha cara. – Praticamente rosnou quando voltou a olhar em meus olhos. – Preciso dizer quantas vezes mais que você é minha, Camila? Não suporto quando você olha para qualquer outra pessoa.

Perguntou-me sob um fio de ameaça, seus olhos verdes deixando meu corpo em chamas. Segurei outro gemido quando sua coxa subiu mais um pouco entre minhas pernas, me deixando louca. Minhas unhas estavam cravadas em suas costas, eu sabia que ela estava sentindo o prazer do desconforto pela forma que tinha as sobrancelhas erguidas.

: - Eu sou sua. – Disse com a voz fraca, meus olhos abrindo e fechando lentamente. Sua mão maltratava meu cabelo perto da minha nuca, aquela dor gostosa me fazendo suspirar. – Você sabe. E eu não flertei.

: - Não mente pra mim, não faça isso que só o que você consegue é me deixar mais brava.

Que ótimo, Lauren, então fique brava, fique muito brava porque eu estou adorando isso. Rosne, me xingue, me pega com força pelo cabelo, aperta minhas curvas com suas unhas, me mostra que é você quem manda. É claro que eu apenas pensei, não disse. Ainda estava tentando juntar o último pingo de razão que me restava.

: - Não preciso mentir. – Sussurrei quando seus lábios roçaram-se nos meus. Eu estava tremendo, queria mandar tudo para o espaço e me entregar, mas minha cabeça passeava por Dinah sobre nossa cama. A mão direita de Lauren estava cravada na carne abaixo da minha bunda, mantendo minha perna suspensa em seu quadril para que eu não pudesse sair. Ela apertava, arranhava, apertava de novo, maltratava. Ah, caramba! – Lauren, por favor. Solte-me, Dinah...

: - Mas que merda, Camila, fica quieta.

Para me fazer perder o resto de razão que me sobrava, Lauren juntou sua boca na minha com urgência, seus lábios não estavam gentis e calmos, eram desesperados e ferozes. E o que eu achei disso? Eu achei o paraíso. Rendi-me com um suspiro e envolvi meus braços em torno de seu pescoço a puxando mais para mim, forçando-me para baixo para sentir ainda mais a pressão gostosa que sua coxa fazia em meu sexo. Gememos juntas. Ou estava fazendo muito calor dentro daquele banheiro ou eu estava suando por puro prazer. Nossas línguas travavam uma luta insaciável, o gosto doce daquela garota perturbando os meus pensamentos. Enfiei minha mão entre seus cabelos e puxei com força, levando sua cabeça um pouco para trás para que pudesse chupar seu lábio inferior e admirar sua expressão. Vejamos, eu estava quente, não só quente, estava fervendo. Aquela umidade conhecida causada por ela já dando sinais em minha calcinha, podia sentir nitidamente. Eu estava prestes a enfiar minha mão dentro da sua blusa para lhe agarrar um dos seios fartos quando ela se afastou bruscamente, deixando-me tonta.

Estávamos ofegantes, minha boca gostosamente dolorida, minha nuca suada e meu coração querendo sair pela garganta. Apoiei-me na porta e Lauren na pia do banheiro, seu peito subindo e descendo rapidamente. A olhei e seus olhos queimavam, seus cabelos bagunçados e o rosto corado. Que merda ela estava pensando? Vem, me provoca e simplesmente sai? Levei a mão até o peito tentando me acalmar.

: - Você me faz perder o controle, Camila. – Sua voz era rouca e carregada, carregada de posse e excitação. – Por Deus! Você não tem esse direito.

A escutei dar uma risada baixa e nervosa. Esfreguei o rosto com as mãos e me afastei da porta, andando até a pia onde ela estava encostada para jogar uma água no rosto.

: - Some da minha frente. – Eu estava fraca, meu corpo ardendo de desejo e aquela filha da mãe brincando comigo. – Some. Da. Minha. Frente. Jauregui.

Eu disse pausadamente para que ela entendesse, abri a torneira e joguei um pouco de água no meu rosto e pescoço. Ela riu baixinho perto do meu ouvido, beijando-me a bochecha antes de sussurrar.

: - Lembre-se que eu ainda estou brava, amor. Não me provoque ou não saímos desse banheiro hoje, e foda-se Dinah.

A encarei séria e puta dentro das calças pelo espelho, vendo-a me dar uma piscadela antes de se dirigir até a porta e sair.

: - Continue procurando o meu short, Cabello, sabe que eu odeio quando te empresto minhas coisas e você some com elas.

Ainda teve a cara de pau de gritar do outro lado da porta, me deixando dentro do banheiro de frente para o espelho com aquela cara de “Fui deixada na mão.”

: - Fuck you, Lauren.

Rosnei sorrindo para o espelho. Apesar de toda a provação que ela me fazia passar, confesso que amei toda aquela crise de ciúmes. 



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