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História Welcome To Real Life - Dont you cry!


Escrita por: jongfuckin

Notas do Autor


Minha dica de musica: Find a Way - Safetysuit, Anywhere But Here - Safetysuit, Hey There Delilah - Plain White T's. ^^ (não foi betada, perdoem qualquer erro!)

Capítulo 1 - Dont you cry!


Já faz algumas semanas que eu não paro pra pensar no meu passado-recente. Você, meu caro leitor, se acomode na sua cadeira. Espero que minha história não lhe canse e lhe faça desistir na metade. Já faz um tempo, querido leitor, que eu não penso sobre meu passado, simplesmente porque sinto uma dor aguda no peito quando o faço.

Dois anos atrás, eu era exatamente como sou hoje; um perdedor. Apesar de orgulhar meus pais com as notas no colégio e ser um belo exemplo de garoto, eu não me sentia bem comigo mesmo. Se você quer saber, meu caro, continuo assim. Eu não sou de ter muitos amigos, nunca fui. E foi por esse exato motivo que eu me afundei em redes sociais. Lá sim, eu tinha muitos amigos. O fato é que me socializar teclando é muito mais fácil do que me socializar falando, gesticulando feito um idiota, mostrando meus dentes irregulares enquanto sorrio. É difícil, meu caro.

Foi num dia típico que eu o conheci, nessas redes sociais. Provavelmente, se eu tivesse o conhecido no colégio, na rua ou em qualquer outro lugar, não teria uma história pra lhe contar agora.

Apesar de tudo isso, eu gosto de chamar a atenção. Gosto quando recebo atenção. Eu estava pedindo por atenção e foi ele quem me deu. Eu não sabia que uma simples atitude carente da minha parte faria da minha vida um furacão.

 

“Eu estou chateado porque gosto de você.” Seus dedos digitaram rápido no teclado, o coração batia forte dentro do peito. Arrependeu-se do que digitou assim que clicou em “enviar”. Não queria demonstrar afeto, pois odiaria se machucar. Estava com ciúmes?

Sim. Apesar dos poucos dias de convivência, Sehun estava mesmo com ciúmes.

 

Eu acabei machucando-o alguns dias depois de assumir que estava gostando dele da maneira que estava. Eu era estúpido e, como já citei, obcecado por atenção. O magoei e ele me magoou de volta. Era difícil conseguir ficar muito tempo sem conversar com ele. Mas eu agüentei, simplesmente, por ser estúpido. Não nos falamos por dias e, céus, eu ficava mais magoado a cada dia simplesmente por saber que ele estava sendo feliz e vivendo sem mim, enquanto eu mergulhava num rio de solidão cada vez mais profundo.

Ah, meu caro, esse é só o começo de uma história que, no fundo da minha alma, ainda não acredito que tenha acabado. Quem sabe do futuro, não?

Passaram alguns meses até que nossa história começasse de verdade. Magoamos-nos muito, você compreende? Eu decidi me afastar, mas ele simplesmente me puxou para sua teia novamente. E dessa vez, eu não conseguia achar um modo de me desprender de todo aquele sentimento...

 

“Quando vou poder te ligar?” Era o que dizia a mensagem, na tela do seu celular. Sehun sentiu-se nervoso. Era tão tímido, como poderia conversar com alguém que gostava tanto? Nunca fora bom nessas coisas. Eles conversavam muito bem. Digitando. Sehun não sabia o que iria dizer depois do “alô” e isso fazia com que suas mãos suassem e seu coração falhasse uma batida. 

Foi em uma noite qualquer que Sehun recebeu a tal ligação. Já haviam combinado tudo, ainda assim se sentia nervoso. Iria falar – F-A-L-A-R – com ele pela primeira vez. Sentiu uma pontada na barriga quando seu celular vibrou. Poderia vomitar. O celular vibrou por alguns segundos até parar. Sehun simplesmente não teve coragem de atender e, pouco tempo depois, seu celular vibrou de novo. Só uma vez. Mensagem.

“Me atende!”

Sehun sorriu de lado. Céus, odiava todo aquele nervosismo.

“Então me liga...”

Não demorou muito para que o celular começasse a vibrar novamente. E não era uma mensagem. Sehun respirou fundo, olhou para o nome chamando, respirou fundo mais uma vez. Acabou por não atender. Se sentia estúpido e covarde. Mas simplesmente estava dominado por todo o nervosismo do mundo. Mais uma vibração única.

“¬¬”

Sehun riu. Um riso nervoso. Não respondeu à mensagem, apenas esperou. E como já imaginava, seu celular começou a vibrar novamente. Seu coração batia tão forte dentro do peito. Respirou fundo pela milésima vez naquela noite e pressionou o botão verde do aparelho.

- Oi. – Que estúpido. Só “oi”.

- Oi. – O outro também estava nervoso; confessara isso à Sehun minutos antes. Fez-se o silencio, Sehun não sabia o que dizer. Ouviu uma pergunta, vinda do outro e, em seguida, um riso.

No meio de tanto nervosismo e perante o desconhecido timbre de voz, não entendeu a pergunta.

- O que? – O outro repetiu e, mais uma vez, Sehun não entendeu. – O que?

- Doeu me atender? – Ouviu um grito do outro lado da linha, silabicamente separado e soltou um riso nervoso mais uma vez. Era estúpido por sentir-se assim?

- Sim.

 

Eu me lembro, meu caro, que conversamos durante três horas e meia. Quando faltava assunto, simplesmente gargalhávamos. Me lembro exatamente que ele via TV enquanto falava comigo e ficava trocando de canal compulsivamente simplesmente porque também estava nervoso pelo fato de conversar comigo. Depois de uns minutos de conversa, eu já não estava tão tímido. Ainda assim...

Depois da nossa primeira ligação, não chegamos a completar dois dias inteiros sem trocar mensagens. Eram vinte e quatro horas digitando. Isso, é claro, quando aquele pequeno dorminhoco não acabava pegando no sono, no meio das nossas conversas. Eu me sentia em paz conversando com ele, meu caro. Era como se só ele pudesse me entender. Me decifrar.

Não pense que nosso relacionamento era apenas flores, por favor. Nós brigávamos muito. Simplesmente porque eu não era seguro de mim mesmo e acabava tendo mais ciúmes do que o normal. Ele namorava... Depois de muita pressão da minha parte, querido leitor, viramos namorados de sms. Parece estúpido, meu jovem, mas, para mim, era tudo. Chamá-lo de namorado me fazia explodir de felicidade. E eu sei que, no fundo, ele também gostava. Porque ele gostava de mim, compreende?

Então, foi depois de um tempo que namoramos de verdade. O namoro com aquela chinesa estúpida terminou e ele se entregou à mim, totalmente. Eu não poderia estar mais feliz.

Oh, claro, me perdoe, querido leitor. Não lhe dei detalhes sobre isso. Pois bem, eu sou da Coréia do Sul e ele mora na China. Compreende como nossa relação estava fadada à não ser tão possível assim? Além do mais, ainda vivemos em uma sociedade antiquada e somos dois homens. Dois homens completamente apaixonados um pelo outro.

De qualquer forma, caro leitor, espero que não esteja se cansando da história, pois ainda posso lhe contar muitas coisas. Queres saber mais? Eu lhe contarei. Que tal uma bebida? Ah sim... Eu também gosto de vinho.

 

Sehun roncava baixinho com o celular entre os dedos. Havia dormido enquanto conversava com o seu pequeno chinês. Dormir com o celular na mão já era de seu feitio, já que não o soltava um minuto sequer. Dormir enquanto falava com seu namorado também já era quase normal – ainda que isso deixasse o outro irritado. O celular vibrou em suas mãos, sem que ele sentisse e fizesse menção de acordar para ler e mensagem que havia acabado de chegar.

“Eu queria que você tivesse acordado aí. (Nem sei mais, depois da minha melação, fico tímido hahaha) mas queria muito mais você acordado aqui. Não, até poderia ser dormindo, contanto que fosse aqui do meu lado. Por mim tanto faz. Acho que você aqui em momentos como esse que eu não consigo dormir e fico meloso, seria bom demais!”  

 

Eu ainda me pego acariciando o celular, esperando que ele me mande uma simples mensagem dizendo que sente minha falta, caro leitor. Eu não consigo superar o fato de a vida me castigar tanto.

 

“Você não tem idéia do que eu to sentindo por você nesses últimos dias...”

Sehun sentiu seu coração bater mais forte, tipicamente, assim que leu o que a mensagem dizia.

“O que você tá sentindo?”

De certo modo, era uma pergunta retórica. Porque sabia exatamente o que o outro sentia; ele se sentia da mesma forma.

“Não sei explicar, mas é que antes, por mais que eu te amasse demais, eu ainda tava "dividido" e agora e só você, e, cara... Isso é muito bom... Sei lá. Quero continuar assim, sempre! Ser só teu, ser fiel à você... Te amar cada vez mais. Sou muito apaixonado por você.”

 

Você tem alguma noção, meu caro, de como me dói tocar nesse assunto? De como sinto saudades de ler esse tipo de coisa numa noite típica? Porque só parávamos de conversar quando dormíamos e isso me fazia mais feliz que o normal.

 

“Acho que se existe essa parada de uma pessoa nascer pra outra, isso é o nosso caso. Você me completa.” Sehun não pode conter um sorriso ao ler a mensagem mais doce que já recebera do chinês. Do seu chinês. Do seu namorado.

 

Nós tínhamos um futuro planejado para nós. Tínhamos certeza que aconteceria, meu caro. Ah, sim. Tínhamos, sim. Você já se viu na situação de não saber mais o que fazer da sua vida, porque tudo o que planejou foi ridiculamente apagado e você não tem mais pelo que lutar? Eu me vejo assim. Perdido. Respire, meu caro, estamos na metade da historia, creio eu. Respire e continue lendo.

Nós teríamos filhos, moraríamos num prédio perto da praia e teríamos um cachorro gordo para nos atrapalhar quando estivéssemos fazendo sexo. Nós riamos ao telefone, pensando em como seria o nosso primeiro encontro.

 

“Não acredito que estou a alguns metros de você!” Sehun digitou rapidamente em seu celular e olhou para os lados, em busca do seu pequeno chinês.

O outro, por sua vez, brincava. Se escondia atrás de um pilar enorme no aeroporto e, apesar de também estar muito, muito nervoso, se divertia. Já avistara Sehun e se perdera no rosto perfeito do coreano.   

 

Nós trocávamos fotos, meu caro. E nos víamos através da WebCam praticamente toda semana. O problema é que eu estava mais nervoso que o normal quando o vi. Ainda mais nervoso do que quando nos falamos pelo telefone, pela primeira vez.

Decidi que passaria as férias na China, ao seu lado, e assim o fiz.

 

- Você é mesmo baixinho! – Sehun abraçou seu namorado mais uma vez, aquele dia. Não sabia ao certo quantas vezes já o havia abraçado; simplesmente não se cansava.

- Você que é um gigante. – sentiu um leve cutucar nas costelas e ouviu um riso.

Amava tanto estar perto de Luhan... Definitivamente, o chinês era o seu ponto de paz. Seu ponto de equilibro. Seu tudo.

- Sehun? Posso saber por que porras você ainda não me beijou?

-x-

- Gosto de ficar assim com você. – comentou baixinho enquanto passava os dedos entre os cabelos claros do namorado deitado sobre seu peito. – Depois de tanto tempo só com vontade.

Luhan sorriu sem que Sehun visse e se encolheu no colo do maior.

- Eu sou muito sortudo por ter o melhor namorado, sério. Você é a melhor coisa da minha vida. – deixou que escapasse dos seus lábios finos enquanto apertava a cintura de Sehun.

 

Você ainda está lendo, meu caro? Eu espero que minhas lembranças não estejam o aborrecendo, mas não sei uma forma exata de lhe contar tudo isso. É complicado demais até para mim. Eu me lembro de tudo, sabia disso? Exatamente de tudo o que passei com o meu pequeno e lindo chinês. E a saudade que sinto dele é quase palpável, simplesmente porque os dois anos que passei junto dele foram os melhores da minha vida, até agora.

O que me restou foi esse buraco sem fundo. Eu continuo caindo, caindo, caindo e nunca chego ao final. Meu sofrimento não tem final, porque nós não tivemos um.

Digo, não tivemos um final digno. Dentro de mim, tenho a certeza de que tudo isso não passa de um “vestibular do amor”, como meu próprio chinês fofo dizia. Acabamos nosso namoro porque devíamos, porque nossa família e a sociedade julgavam o que tínhamos como algo errado.

Você acha, meu caro? Você acha que amar pode ser algo errado?

Se amar é errado, por favor, meu caro, não esteja certo. Nunca.

Amor é o sentimento mais puro e mais limpo que eu já tive o prazer – e o desprazer – de experimentar. É bom e ruim. É doce e salgado. É forte e frágil. É aço e cristal.

Depois que o deixei escorregar por entre meus dedos, eu não tenho mais absolutamente nenhuma vontade de me relacionar com alguém. Ah, sim. Claro, leitor, ainda me sinto atraído por pessoas, ainda tenho vontades. Mas nenhuma vontade supera a minha vontade de tê-lo mais uma vez em meus braços e poder sussurrar que o amo, próximo ao ouvido.

É complicado, você compreende? Amar. Amar é complicado.

Você já pensou em fugir de casa, meu caro? Bom, eu já. Talvez arrumar uma casinha na China e arrastar Luhan para morar comigo. Já pensei em me matar também. E você, leitor? Oh, mesmo? Cortar os pulsos não é algo inteligente à se fazer, sabia?

Talvez eu me jogasse de um prédio.

 

“Eu só tava pensando que a gente passou daquela fase angustiante, que eu acho que é a paixão, aquele sentimento conflitante, sei lá. E a gente parece tá tão em paz, nossa relação tá tão calma, boa, confortante, segura, completa, madura, que eu penso que é bem assim o amor.”

 

Eu lhe disse, não disse? Luhan também me amava, meu caro. Amávamos tanto um ao outro.

Eu não entendo como podíamos ser julgados simplesmente por nos amarmos assim, por querermos ficar juntos até que nossa barba – branca – parasse de crescer e estivéssemos à sete palmos abaixo da terra.

Você entende, leitor? Ah... Como sinto falta do meu anjo, Luhan.

Oh, então você ainda não parou de ler? Sinto tanto por isso, acabei tomando seu tempo pra contar uma história que seria só minha se eu não me sentisse tão sozinho e desamparado. Adivinhe, meu caro: estou me afundando em letras. Em versos, em poemas, cartas sem destino. Vejamos pelo lado bom da coisa; não conhecerei ninguém seguindo esse caminho. Continuarei na minha zona de “conforto”, sozinho. Observando casais de mãos dadas nas ruas, fazendo carinho no celular, esperando por algo. Qualquer coisa.

“Luhan!” Sinto vontade de gritar esse nome para o mundo. Quem sabe o meu pequeno chinês me escute, lá de onde ele está, e me seqüestre. Me leve pra longe de todos que estão contra o nosso amor. Contra o futuro que construímos juntos num passado que ainda me cheira à presente.

Luhan... Como o amo! Como sinto sua falta!

Leitor, me sinto totalmente enraivecido por deixar-lhe assim... Poderia ficar por aqui e bater um papo contigo a noite toda, mas tenho cartas para escrever. Tenho estórias para inventar, tenho que fugir dessa história trágica e real em que vivo.

Você está decepcionado, meu caro? Oh, não fique! Deixemos combinado que quando eu definitivamente achar que esta história teve um final definitivo, eu volto para lhe contar. Será ainda melhor se o meu final for feliz, você não acha? Eu também.

Então, fica combinado assim. Por enquanto, meu caro, engula minha saudade. Engula minha ânsia de voltar para o meu pequeno chinês, Luhan. Engula minha sede do gosto dele.

Você acha que eu posso agüentar essa saudade e esperar pelo meu final feliz, leitor querido? Sinceramente, só sinto vontade de esperar pelo dia em que meu celular irá vibrar e será ele, dizendo o quanto me ama.

Por enquanto, meu caro, engula minha dor e minhas lagrimas que escorrem descontroladamente pelo meu rosto, neste momento. Tudo bem contigo, leitor? Certo... Não consigo perceber se você está chorando, mas se estiver, por favor, não chore! O único miserável que deve chorar sou eu.

Obrigado, meu caro, por permitir o meu desabafo. Obrigado por sentar-se e me ouvir. Você acaba de conquistar um espaço no meu coração – por mais que ele já não valha tanto, considerando que está fortemente ferido e quebrado.

Você, meu caro, é amado por alguém? Então corra, abrace-o, beije-o, diga o quanto o ama. Porque você, leitor, é sortudo pra caralho.

Vou seguir o meu caminho. Se cuide, sim? Quem sabe não nos cruzamos por aí e eu lhe conte o final verdadeiro dessa minha história trágica.

 

I'm a thousand miles away, but […] tonight you look so pretty. Yes, you do. Times Square can't shine as bright as you, I swear it's true. […] Don't you worry about the distance, I'm right there if you get lonely, give this song another listen, close your eyes… Listen to my voice it's my disguise, I'm by your side.


Notas Finais


Essa fic é /pasmem\ baseada em fatos reais. Se eu ainda usasse o tumblr, provavelmente escrevia sobre ela lá e não mudaria os personagens. Tô usando essa fanfic como uma forma de desabafo, então não me julguem. Momento fraco meu, decidi colocar HunHan no meu lugar e no de alguém que me marcou muito, enfim, não estou ~usando~ ninguém, estou só desabafando.
Ah, sim. A parte do encontro, nas férias, não é real. Mas gostaria que fosse. O resto aconteceu mesmo hehehe
Obrigada por ler!! <3
Kissu~


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