História Porque eu quero ver gente e quero ver luzes. - Morrer ao seu lado, que jeito divino de morrer.

porque eu quero ver gente e quero ver luzes.

(é que temos a capacidade de amar os incrédulos duma vida.)

Cinereo.

Para Olexandra, porque, de algum modo, você me inspirou.

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                ChanYeol é aquele tipo de idiota que acha que a vida é para quem vive, que tem ideologias idiotas, um maço por acabar no bolso e um sorriso decente nos lábios. É daqueles que bate na porta dos outros à uma hora da madrugada porque não aguenta mais a vida ou tudo que o cerca e quer ir embora. Ir para qualquer lugar e para todos eles. ChanYeol é daqueles que os pais já estão fartos de aguentar e que é expulso de casa no mínimo uma vez por semana.

                SeHun é pobre, pobre de tudo e pra tudo, daqueles que não tem um tostão furado mas tem falta de vergonha na cara o bastante para pegar emprestado a bicicleta do vizinho, colocar ChanYeol na atrás, e se mandar. Se mandar com uma mochila com algumas peças de roupa e um lençol. Ir sem saber exatamente pra onde está indo.

                Porque ChanYeol queria ver gente e queria ver as luzes então SeHun pedalou o mais rápido possível porque o vento batendo no rosto dá aquela sensação de liberdade que a gente não consegue ter nunca e aquela ar de cidade em decadência dava um gosto de felicidade que era único. Então ele pedalou até o topo da serra onde pudesse ver todas as luzes da cidade.

                Aquele tipo de lugar que era tudo e era nada, porque não tinha nada ali, mas tinha tudo que eles precisavam, então quando ChanYeol se jogou da bicicleta, abriu os braços e começou a gritar There Is A Light That Never Goes Out do The Smiths, SeHun se sentiu completo. Extasiado. Porque ChanYeol não preenchia SeHun, ele transbordava, e a diferença era gritante.

                Porque SeHun era tão fodidamente apaixonado por ChanYeol.

                E aquilo era felicidade. Era dançar ao som baixo do celular vagabundo e rir, rir das pessoas lá embaixo levando suas vidas medíocres, rir dos céus e de deles mesmos por serem só uma piada de deus. Felicidade foi dormir em cima de um lençol e tentar contar todas as estrelas, foi quando, em um impulso, ChanYeol selou os lábios rosados de SeHun.

“Oh please don’t drop me home, because it’s not my home It’s their home and I’m welcome no more.”

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