História Outra vez. - Uma noite chuvosa...

“O que será que ele vai me perguntar?... Arghh, eu deveria relaxar um pouco a minha postura, huh?” pensou Baekhyun, que agora estava sentando na poltrona frente à de Chanyeol, que apenas continuava a anotar alguma coisa em sua caderneta.

-Tudo bem Byun Baekhyun, eu vou ser sincero já que nos “conhecemos”... A minha real vontade é de te colocar pra fora de meu consultório e nunca mais ver sua cara. Mas infelizmente você é dinheiro também, e eu realmente não posso desperdiçar um cliente que está disposto a pagar tanto pelas consultas... Mas que fique claro que será apenas uma semana. Na verdade, cinco dias... Afinal, eu não atendo de fim de semana. –disse Chanyeol, finalmente levantando o rosto de sua caderneta para por fim fitar Baekhyun.

O menor realmente queria apenas se levantar e estapear Chanyeol... Então quer dizer que ele era apenas uma fonte de dinheiro? Nada além disso?! No entanto, respirou fundo e assentiu com a cabeça.

-Tudo bem Sr. Byun, me fale o porquê de você estar aqui. –falou Chanyeol, mais uma vez abaixando a cabeça e anotando algo em sua caderneta.

“Sr. Byun?! Tsc, agora vai até fingir que não somos amigos?!” pensou Baekhyun, incrédulo. Com raiva, ajeitou-se melhor na poltrona e começou.

-Tudo bem “Sr. Park”, eu vou te contar o porque de estar aqui. –disse, ironizando ao dizer o nome do outro. –Primeiro, eu terminei com meu namorado... Quer dizer, ele terminou comigo. –pode ver Chanyeol parar de anotar e levantar mais uma vez a cabeça, fitando-o surpreso. –Por que está fazendo essa cara de “Meu Deus, não pode ser!”? Ele terminou comigo, o que tem de tão incrível nisso?

-Eu não estou fazendo cara de nada... Apenas continue a falar Bae... Digo, Sr. Byun. –falou Chanyeol, revirando os olhos.

-Não me interrompa outra vez, Chanyeol. –resmungou Baekhyun, pela segunda vez ajeitando-se na poltrona. –E então, temos o segundo problema... Preciso admitir que esse está me dando muito mais dor de cabeça do que o primeiro. Sabe, tem uma pessoa... Eu beijei essa pessoa. –Baekhyun pode observar Chanyeol fuzilá-lo com o olhar, parando de anotar qualquer coisa que estivesse anotando. –Na realidade, eu só dei um selinho nessa pessoa. Um mínimo encostar de lábios entende?... Pois bem, essa pessoa fez uma tempestade enorme em copo d’água! Só foi um selinho e a pessoa está transformando em algo enorme... –resmungou bufando.

-Sabe... Talvez essa pessoa tenha razão em ter ficado tão irritada com esse “selinho”. –disse Chanyeol, ainda fuzilando o menor com o olhar.

-Não vejo motivos para isso. Diga-me então a “razão” dessa pessoa. –resmungou Baekhyun, apenas retribuindo o olhar do outro.

-Com quais intenções você deu aquele selinho? –rebateu Chanyeol, sorrindo de lado ao ver Baekhyun ficar desconcertado diante da pergunta.

-Eu... Ahn... F-foi pra causar ciúmes no meu namo... Quer dizer, no Kyungsoo. –respondeu, revirando os olhos. –Mas ainda assim, isso não é motivo para a pessoa ficar chateada! –exclamou rapidamente, tentando contornar sua situação.

-Essa pessoa se sentiu usada, Byun Baekhyun. Afinal, além de você apenas tê-la visto como um mero “objeto” para causar ciúmes, você ainda fez isso com ela sendo que estava comprometido... Imperdoável, Sr. Byun. –falou Chanyeol, balançando negativamente a cabeça, enquanto voltava a anotar coisas em sua caderneta.

-O que eu tinha com o Kyungsoo se quer poderia ser chamado de relacionamento, Chanyeol! E além do mais... Imperdoável? Tsc, quem ia à minha casa e fazia coisas estranhas comigo como massagem diretamente em meu corpo sem se quer pedir minha permissão?! –exclamou Baekhyun, começando a ficar irritado.

Pode ver Chanyeol levantar o rosto e o fitar completamente incrédulo.

-O q-que?! Massagem diretamente no corpo sem se quer pedir sua permissão?! –repetiu, fechando os olhos e respirando fundo para não perder a calma. –Eu fiz massagem nos seus ombros, o que tem demais nisso! Só estava querendo ajudar, se você viu aquilo com outros olhos o problema é seu! Argh, que diabos!

-Ahh, você só fez uma simples massagem? Então porque seus dedinhos estavam perigosamente descendo pelo meu peito? –rebateu Baekhyun, cruzando os braços e arqueando uma de suas sobrancelhas.

-O que?! Yah, Byun Baekhyun! Que diabos, meus dedos se quer mexeram em você, eu nem... Nem no seu peito eu encostei seu maluco! –Chanyeol realmente estava incrédulo. Aquilo havia sido apenas uma massagem, da onde o outro estava tirando tanta baboseira?

-“Maluco”? –repetiu Baekhyun, abrindo a boca num perfeito “O” de indignação. –É assim que você fala com seus pacientes? Park Chanyeol, que tipo de profissional você é?! –exclamou mais irritado ainda.

-Eu sou um tipo de profissional que não deveria estar atendendo você! Sou um terapeuta de casais, que diabos eu estou fazendo... E além do mais, você veio falar dos seus problemas, não de nós dois! -Chanyeol estava indignado... Era pra isso que Baekhyun queria ser atendido?!

-“Nós dois” também está incluído nos meus problemas, Park Chanyeol. –disse Baekhyun, retribuindo o olhar do outro.

“Você quer brincar comigo? Tudo bem, vamos jogar então, Byun Baekhyun. Vou te fazer entender na prática o que está acontecendo aqui.”

-Você se sente bem quando eu faço isso? –indagou Chanyeol, levantando-se de sua poltrona e aproximando-se do menor, deixando o rosto bem próximo do dele. –Se sente normal quando eu fico tão próximo assim? –continuou, colocando um dos joelhos na poltrona ao lado do corpo de Baekhyun e levando ambas as mãos até sua cintura, segurando ali com firmeza.

-O-o que está fazendo? –indagou Baekhyun, indo cada vez mais para trás, ou seja, se afundando cada vez mais na poltrona. Seu coração estava acelerado... Seu corpo arrepiado e sua mente uma total confusão.

Chanyeol então se aproximou da orelha do outro.

-Te incomoda o fato de eu estar em contato com você, né? –sussurrou, podendo ver Baekhyun engolir seco. –Agora imagina que eu estou fazendo tudo isso para causar ciúmes em outra pessoa... Como você se sentiria, huh? –Então se afastou da orelha do mesmo para fitar seu rosto. Baekhyun parecia prestes a ter um ataque, fitando Chanyeol sem saber o que dizer ou fazer.

Porém, antes de se quer pensar em alguma resposta, ouviram a porta do consultório ser aberta.

-Dr. Park, o casal de amanhã disse que... –no entanto, a funcionária não terminou a frase. Deixou ela morrer na boca ao ver a posição que Chanyeol estava com Baekhyun... Próximo a ele, segurando em sua cintura e com os rostos quase que colados. –D-desculpa! –exclamou, arregalando os olhos e fechando rapidamente a porta.

-Espero que você tenha entendido como eu me sinto. –murmurou Chanyeol, que em momento algum tirou os olhos de Baekhyun. Depois daria um jeito de se explicar com sua recepcionista. O menor abaixo de si se quer parecia estar respirando, então suspirou fundo e saiu de perto dele, tirando as mãos de sua cintura e o joelho da poltrona. Voltou a se sentar em sua poltrona, pegando novamente sua caderneta e folheando-a, como se procurasse algo.

E finalmente, pode ouvir Baekhyun se pronunciar.

-V-você está louco, Park Chanyeol! São duas coisas completamente diferentes, você... Argh, n-nos vemos amanhã! –resmungou Baekhyun, levantando-se daquela poltrona e saindo o mais rápido possível daquela sala. Não sabia como continuar com aquilo... Precisava sair dali, para no mínimo, conseguir acalmar seu coração.

-Bem que eu achei que iria chover hoje... –murmurou Luhan, deixando um relâmpago do lado de fora do seu apartamento iluminar seu rosto. Estava de frente a janela, observando os pingos de chuva que escorriam pelo vidro enquanto segurava a caneca de chocolate quente, com os pensamentos à mil.

“... Ultimamente minha vida anda tão confusa... Talvez eu realmente devesse me mudar, né? Quer dizer, eu gosto daqui e tudo mais, mas...” pensou, olhando para trás e observando seu apartamento arrumado e limpo. “É complicado dar de cara todos os dias com Sehun. E também não é como se eu pudesse simplesmente pedir pra ele se mudar ou coisa assim... Eu gosto do fato de estarmos voltando a nos falar mais, como há quatro anos, entretanto... Está se tornando perigoso. Eu infelizmente acho que vou acabar qualquer hora fazendo algo que irei me arrepender depois... E isso vai afastar ele... Como afastou na outra vez.”

Tomou um gole do chocolate quente e foi até o quarto, onde pegou um cobertor e seguiu para a sala, sentando-se no sofá e se cobrindo, enquanto pegava o controle e ligava a televisão, passeando pelos canais até achar algum filme desconhecido que “parecia ser legal”.

Estava compenetrado em um filme de ação, quando se assustou com o barulho da campainha tocando. Confuso por não estar esperando visita, colocou a caneca em cima da mesa de centro e retirou o cobertor, se levantando e caminhando até a porta, onde colocou a mão na maçaneta e a abriu.

Só se surpreendeu quando viu Sehun ali.

-Sehun? O que faz aqui? –indagou, arqueando uma das sobrancelhas.

-Ah, oi... Bom, eu... Eu posso ficar um pouco aqui? Digamos que o Minseok tenha trazido um “amigo” pro meu apartamento e... Acredite, eu não quero ficar lá. –respondeu, xingando mentalmente o irmão por ter feito tal coisa.

Luhan por um lado reprimiu a risada, afinal, podia muito bem imaginar o que Minseok e o “amigo” estavam fazendo no apartamento, e bem... Não seria muito bom para Sehun presenciar isso. E por outro, queria espancar o irmão do mais alto. Afinal, ele fazia todo um show impedindo-o de ir ao encontro com Sehun, mas no final estava aos beijos com outro cara? Não entendia, simplesmente não entendia... Porém, apenas respirou fundo e murmurou:

-Pode entrar.

E assim que dera passagem, Sehun entrou, podendo finalmente fechar a porta. Sem saber muito bem o que fazer, parou olhando para o mais alto, que observava calmamente o apartamento.

“Eu deveria oferecer a ele algo? Ou talvez fosse estranho? N-não, se ele quiser algo ele que me diga. Não vou oferecer nada, sim, isso é o melhor a se fazer.” Concluiu ainda travado no meio do apartamento.

-Luhan? O que está fazendo? –indagou o castanho, confuso.

-Ah... Nada, nada. Vamos, sente-se. –respondeu, guiando Sehun até o sofá e fazendo-o sentar-se ali consigo. –Eu estava vendo esse filme... É bem interessante. –disse novamente se cobrindo com o cobertor e pegando sua caneca na mesa, voltando a tomar o delicioso chocolate quente.

“Tão típico de você... Não oferecer um pouco do cobertor, nem do chocolate quente... Por que eu ainda me surpreendo?” pensou Sehun, revirando os olhos e voltando-se para o filme. Já havia assistido, por isso não prestou muita atenção.

-Nem crie tantas esperanças... Sabe essa garota? O amor do personagem principal? –disse, apontando para a menina na televisão. Assim que Luhan assentiu, continuou. –Ela morre no final... Uma morte trágica. –finalizou, dando de ombros.

-Yah! Oh Sehun! Que diabos, o quão estraga prazeres você pode ser?! –exclamou Luhan, dando-lhe um tapa no braço. –Se você não percebeu, eu ainda não tinha assistido o filme e gostaria de ter me surpreendido com a morte dela no final!

-Erghh, e isso lá é motivo pra me bater? Seu maluco... –resmungou Sehun, levantando a manga da blusa e dando-se de cara com a marca avermelhada do tapa.

-Ah... D-desculpa Sehun. A culpa é sua por ser “boca aberta” demais, mas... Foi mal, eu não medi a força... –disse Luhan, aproximando-se preocupado com a marca vermelha.

-Tudo bem, eu... –falou o castanho, deixando as palavras morrerem ao ter seu olhar de encontro com o do menor. Luhan estava tão perto de si, tão bonito...

Só foi despertado de seus devaneios ao ver o outro desviar constrangido o olhar e se afastar.

-V-você quer um pouco? –indagou, estendendo a caneca em suas mãos para Sehun. Queria mudar de assunto... Aquela proximidade toda de segundos atrás lhe deixava completamente sem saber o que fazer ou dizer.

-Não, pode ficar... –respondeu, afastando a caneca com as mãos. Porém, Luhan mais uma vez a empurrou em sua direção, fazendo-o arquear uma das sobrancelhas, confuso.

-Se eu estou oferecendo é pra você aceitar. Pare de retrucar e só tome logo... –resmungou, fuzilando o maior com o olhar, o que fez Sehun rir.

-Tudo bem, eu vou aceitar então. Obrigado. –disse, pegando a caneca e dando um gole naquele chocolate quente. Não estava mais tão “quente” assim, mas ainda estava gostoso... Iria dar outro gole, mas sentiu Luhan simplesmente lhe tirar a caneca das mãos.

-O que você está pensando? Em acabar com meu chocolate quente? Não, não, não! Se você quiser, compre as coisas e faça um por si próprio. –resmungou, tomando com raiva o chocolate quente.

Estava realmente bom... E Sehun estava com fome.

-Luhan... Por favor... Faz um pra mim... –pediu, aproximando-se do menor e apertando-lhe a bochecha.

-Não, eu já disse que não. –retrucou o ruivo, afastando com pressa a mão do mesmo de sua bochecha.

-Lembre-se que eu te emprestei meu blazer... Você me deve uma. –disse, tirando a expressão pidona do rosto.

-Você emprestou porque quis, e além do mais... Que diabos foi aquilo mais cedo? Quanto chilique... Eu estava de toalha, oras! –exclamou, lembrando-se do ocorrido.

-Isso... Eu... Argh, aliás, pare de atender as pessoas só de toalha! Que diabos, você... Use roupas, aish! –resmungou, engolindo seco ao lembrar-se de como Luhan estava diante de si.

-Você é uma criança mesmo... O que eu tenho você também tem e ainda assim eu estava de toalha! Tanto chilique pra nada. –mumurou, revirando os olhos e levantando-se do sofá, caminhando até a cozinha.

-Aonde você vai? –indagou Sehun, levantando-se e seguindo o ruivo.

-Vou fazer seu chocolate quente... Você não pediu? Agora eu vou fazer, ué. –respondeu o ruivo, dando de ombros enquanto abria os armários e colocava os ingredientes sobre o balcão.

-Você vai fazer? Mas há segundos atrás você disse... –disse Sehun, que foi interrompido pelo outro.

-Fique quieto... Apenas me deixe fazer seu chocolate quente. –resmungou Luhan, finalmente começando a misturar os ingredientes e preparar o tão esperado chocolate quente.

Sehun então apenas sentou-se numa das cadeiras dali, observando em silêncio Luhan. O ruivo terminou de misturar tudo e levou até a panela, despejando o conteúdo ali e colocando no fogo.

-Você não se incomoda que seu irmão te trate dessa forma? –indagou Luhan, ainda de costas para Sehun.

-Uhm? Ah... Se eu disser que não me incomoda, estarei mentindo... No entanto, meu irmão já me ajudou com algo que mais ninguém ajudaria, sem me questionar, se opor ou me julgar... Eu tenho uma grande dívida com ele. –respondeu, dando de ombros.

-Mesmo assim, se eu estivesse no seu lugar... Eu não acho que iria suportar tudo calado. –murmurou Luhan, lembrando-se de como Minseok podia ser um grande canalha.

-Eu sei que ele faz muita merda e quase sempre pisa na bola, mas... É um bom irmão. Quer dizer, eu não nego que ainda estou me segurando pra não fazer algo com ele por saber que ele te beijou, mas... –falava, mas foi interrompido por um grito de Luhan. -Luhan? Que foi? O que aconteceu?! –exclamou, aproximando-se preocupado do menor.

-Eu queimei meu dedo, fui pegar a panela e... –no entanto, Luhan deixou as palavras morrerem em sua boca ao ver o maior rapidamente pegar o dedo que havia queimado e levar a sua boca, passando com calma a língua pelo mesmo. Sentia que seu coração iria sair pelo peito de tão rápido que batia, não estava conseguindo pensar direito e suas pernas bambeavam. Engolindo seco, murmurou – S-Sehun?

Só então o castanho parece ter notado o que fez, mas não fez nada com pressa, retirou com calma o dedo de Luhan de sua boca e olhando para o mesmo, disse:

-Você tem que tomar cuidado... Foi só seu dedo, mas algo podia ter acontecido... –murmurou, aproximando-se do ruivo, que se mantinha estático. –Você precisa ter mais... Mais cuidado... –continuou murmurando, até estar com a boca próxima o suficiente da do mesmo, já roçando os lábios. –Luhan. –finalizou, fechando lentamente os olhos e iniciando um beijo calmo, que rapidamente tornou-se algo mais faminto. O ruivo de primeira não estava nem conseguindo entender o que acontecia, mas apenas esqueceu-se de qualquer razão e correspondeu o beijo. Sehun sentiu o mesmo usar a mão que não tinha o dedo queimado que ainda segurava, levando-a até seu pescoço e segurando com firmeza ali.

Luhan sentia-se como se uma explosão de sentimentos estivesse acontecendo dentro de si. Cada parte de seu corpo formigava, se arrepiava e mal conseguia se manter de pé. Suspirou em meio ao beijo ao sentir Sehun passar ambas as mãos pelas laterais de seu corpo, até pararem em sua cintura e segurarem ali.

O maior então deslizou as mãos até suas coxas, segurando-as com firmeza, ajudando-o a se sentar em cima do balcão. Ouviram algo cair, provavelmente os ingredientes que estavam ali em cima antes de Luhan.

-Você vai limpar tudo depois. –murmurou o ruivo, rindo ao separar os lábios, com os rostos ainda bem próximos.

-Sim... –disse Sehun, mordendo-lhe o lábio inferior. –Eu vou limpar... –continuou, agora beijando o local que antes havia mordido, como um “pedido de desculpas” por ter feito aquilo.

Sorriu em meio ao beijo que iniciou, enquanto ainda segurando a cintura do ruivo, o fez se aproximar de si e entrelaçar as pernas em volta de seu corpo. Sentiu uma sensação ótima quando os dedos gelados de Luhan tocaram-lhe o corpo quente por debaixo de sua blusa, dedilhando toda aquela região, como se quisesse gravar cada pedacinho de si.

Sehun então separou o beijo, agora traçando uma série de beijos por seu maxilar, até finalmente chegar a seu pescoço, onde pode ver a pele do mesmo arrepiar. Sorriu e ouvindo os suspiros de Luhan, chupou-lhe uma parte daquela região.

-Sehun-Ah! –exclamou Luhan em meio a um gemido. Que diabos Sehun estava fazendo consigo?! Iria enlouquecer antes mesmo de qualquer coisa.

-Eu só quero ter certeza que qualquer um vai saber que você não está disponível... –murmurou o castanho, sorrindo satisfeito ao ver que mais tarde sem dúvidas ficaria uma marca ali. Voltou-se então novamente para os lábios de Luhan, iniciando um novo beijo com o mesmo.

-Você é mesmo... –tentou falar o ruivo, entre o beijo – Muito possessivo... –finalizou, rindo e aprofundando o beijo, sentindo Sehun explorar cada local de sua boca com a língua.

Desceu com calma as mãos por toda as costas do maior. Sentia saudades daquilo, sentia saudades daqueles beijos... Sentia saudades de Sehun.

-Eu senti falta disso... –sussurrou o maior, separando o beijo e seguindo até sua orelha. –Você não tem ideia de como brinca comigo... –continuou, mordendo o lóbulo do mesmo e vendo ele se deliciar com a ação, deixando alguns suspiros sair de sua boca. Então, saiu daquela região e voltou-se mais uma vez para seu rosto, segurando em seu pescoço e colando as testas. –Não tem ideia de como consegue me enlouquecer... –continuou sussurrando, observando com admiração os lábios avermelhados de Luhan. Sentiu o ruivo levar as mãos para sua cintura e o puxar para mais perto ainda, deixando a boca em seu ouvido.

-Sehun... Antes de qualquer coisa, eu preciso desligar o fogão. –disse rindo ao ver que o fogo ainda estava ligado, com o chocolate já completamente queimado.

-Hum... Depois, depois... –murmurou Sehun, passando os braços em volta do menor, impedindo que ele fizesse qualquer movimento.

-Yah, Hunnie!... –reclamou Luhan, tentando sair sem qualquer sucesso... Até porque estava rindo, e logo não tinha se quer vontade de fazer algum esforço para sair daquele abraço.

-Huh? Repita... Repita e eu penso em te deixar sair. –falou Sehun, fitando Luhan, que retribuía seu olhar.

-Hunnie...? É isso que você quer ouvir? Tsc, deixe de ser bobo, Sehun... Agora me deixe sair, sim? –disse o ruivo, finalmente recomponde-se de seus risos e conseguindo sair de cima do balcão, pronto para seguir até o fogão e desligá-lo.

Mas mal deu três passos e já sentiu Sehun dar-lhe um abraço por trás, enquanto traçava uma série de beijos por seu pescoço.

-Não sou bobo, eu só gosto de te ouvir falar isso... –murmurou, descendo uma das mãos pela lateral do pequeno corpo, até parar em sua coxa direita, incomodado com aquele tecido que lhe impedia de sentir a pele nua do ruivo.

-S-Sehun... O fogão... Eu... –disse Luhan, novamente começando a rir da infantilidade do outro... Afinal, ele não iria embora. Só iria desligar o fogão! Portanto, ainda rindo, começou a andar até o fogão, mesmo que Sehun ainda estivesse agarrado em suas costas.

-Ninguém liga pro fogão, Luhan. –falou ele, rindo também enquanto tentava a todo custo receber novamente a atenção do outro.

-Sehun... –disse o ruivo, finalmente desligando o fogão e virando-se de frente para o outro, que sem perder tempo algum, depositou um selinho em seus lábios. –Eu não vou sair correndo pela porta.

-Hum... Vai saber né. –falou Sehun, apertando ainda mais o corpo do ruivo contra o seu e iniciando um novo beijo. Fez então Luhan entrelaçar as pernas em torno de sua cintura, e segurando suas coxas, seguiu com o menor ainda lhe beijando para o quarto. –Qual é... –tentou falar entre o beijo. –O seu quarto... –continuou, já que não conhecia o apartamento de Luhan.

Pode ver apenas o loiro apontar para uma porta branca no corredor, sem parar de beijá-lo ou de fazer suas carícias.

No entanto, antes mesmo de entrar na porta, sentiu Luhan puxar uma de suas mexas com força, enquanto lhe mordia o pescoço. Sehun não aguentou segurar o gemido, foi até a parede e o apoiou ali, desabotoando com rapidez sua camisa, descendo para a agora região nua e distribuindo diversos beijos e mordidas por ali, deixando um rastro de saliva por onde passava.

-S-Sehun... –murmurou Luhan, mordendo o lábio inferior para tentar não deixar os gemidos escaparem. –Cama... Vamos para a cama... –conseguiu finalizar, juntando todas suas forças e fazendo algo que realmente não tinha vontade de fazer... Afastou Sehun para longe de si, ainda ofegante, podendo ver o outro da mesma forma. Sorrindo, colocou ambos os dedos no cós da calça do maior, sentindo a pele do mesmo arrepiar-se com o contato, e então, o puxou para dentro do quarto, até a cama, onde o fez deitar-se.

Luhan ainda estava com a camisa desabotoada no corpo, o que fez Sehun engolir seco ao botar os olhos naquela pele macia e alva, pronta para ser marcada por si.

O ruivo então ficou de quatro em cima de si, começando calmamente a retirar sua blusa, tirando botão por botão, enquanto com a sua boca brincava com o pescoço do maior. Gostava de fazer tudo de forma lenta, pois era engraçado ver como Sehun ficava ansioso para que aquilo tudo acabasse de uma vez.

Terminou de desabotoar sua camisa, mas não fez nada na região que agora estava nua. Apenas desceu com a mão até o cós da sua calça e prendeu um dos dedos ali, ameaçando hora descer e hora não, junto do sorriso travesso em seus lábios.

-Luhan, pelo amor de Deus, da pra parar de brincar? –resmungou Sehun, fuzilando-o com o olhar. Sentia seu membro pulsar dentro daquela boxer... Luhan realmente estava retirando o pouco de sanidade que lhe restava.

-Eu gosto de te ver ansioso... Hunnie. –sussurrou o ruivo na orelha do maior, que apenas engoliu seco pela segunda vez ao ouvir aquilo. Luhan sorriu e voltou-se para a boca de Sehun, indo até a mesma, prestes a beijá-lo. No entanto, fora impedido pelo mesmo que apenas segurou seus braços e trocou as posições, dessa vez ficando por cima.

-Você está me tirando do sério... –murmurou, descendo com beijos por todo seu maxilar e pescoço, passando pelo ombro e finalmente chegando ao peito nu, fazendo o que mais tivera vontade de fazer desde que começara com aquilo; marcar aquela região.

Distribuiu beijos e mordidas, lambendo Luhan em todo local possível daquela região. Levantou a cabeça e viu o ruivo que gemia de forma baixa, tentando ao máximo reprimir um gemido mais alto. Sorriu com aquilo e segurou uma de suas coxas, apertando com força a carne enquanto mais uma vez deixava uma área daquela região marcada.

-Yah, S-Sehun... –falou meio a um gemido – Isso é maldade... –continuou, segurando uma das mechas do outro, forçando-o a parar de brincar com aquela região e olhar para si.

-Não é maldade... –murmurou Sehun, aproximando-se de si, enquanto apertava com força sua cintura. –Só estou retribuindo o que você me fez passar segundos atrás. –finalizou, sentindo Luhan arranhar suas costas, não conseguindo reprimir um gemido baixo.

O ruivo então se sentou na cama, fazendo o outro também se sentar frente a si. Levou novamente um dos dedos até o cós de sua calça, no entanto, antes mesmo de poder começar a brincar, sentiu Sehun aproximar-se de si e morder-lhe o lábio inferior.

-Eu senti sua falta... Muito mesmo. –murmurou o maior, deixando um sorriso malicioso apossar-se de seus lábios, enquanto iniciava um beijo com o ruivo, que apenas olhava fixamente para si.

Ainda beijando, sentiu Luhan lhe fazer deitar-se na cama, para ficar de quatro sobre si, onde levou com pressa uma das mãos até o cós da sua calça, desabotoando-a e tirando-a dali, sem demoras.

Saiu então dali e abriu as pernas de Sehun, sentando-se entre as mesmas. Fixando o olhar no maior que apenas mantinha uma expressão ansiosa no rosto, levou os dedos até a boxer preta e a puxou para baixo, engolindo seco ao ver o membro já ereto do outro pular para fora.

Segurou-o em uma das mãos e aproximou os lábios da glande, passando devagar a língua sobre a mesma, podendo ver Sehun gemer e arquear as costas.

-L-Luhan... Vai logo... –pediu, em meio a um gemido.

-Humm... –falou o menor, deixando sua respiração atingir a glande, justamente para ver o corpo todo do outro arrepiar-se. Vendo que também não estava em condições de continuar “brincando” com o castanho, sorriu e abocanhou a ponta do membro, para por fim, colocá-lo todo na boca.

Começou a sucção, indo devagar para frente e para trás. Deliciava-se com os gemidos roucos de Sehun, com os pedidos dele para que fosse mais rápido. Sentiu então o mesmo levar uma das mãos até seu couro cabeludo, onde segurou uma das mechas, tentando ditar uma forma mais rápida para Luhan fazer aquilo.

Pode ver o menor levar ambas as mãos até as laterais de suas coxas e arranhar a região, fazendo um gemido mais alto sair de seus lábios. Sabia que se aquilo continuasse, iria logo chegar a seu ápice... Portanto, mesmo que não quisesse, fez com que Luhan largasse de seu membro e se afastasse dali, completamente confuso.

-Eu fiz algo de errado? Eu... –tentou falar o ruivo, mas foi interrompido pelo maior que rapidamente o fez se deitar na cama, dessa vez ficando por cima, com o rosto completamente próximo do seu.

-Muito pelo contrário. –sussurrou, sorrindo e depositando um selinho nos lábios do mesmo, para por fim retirar a calça e a boxer de si e sentar-se entre as pernas dele. Abriu-as o máximo que pode para então levar três dedos a sua própria boca e molhá-los com saliva, até achar suficiente e retirar dali, levando até a entrada do menor e inserir um dos dedos.

De primeira pode ver Luhan fechar os olhos e morder o lábio inferior, talvez numa tentativa de guardar a dor para si próprio. Respirou fundo e debruçou-se pelo corpo miúdo a sua frente, distribuindo beijos por todo o rosto do mesmo.

-Desculpa... –murmurou, podendo ver o ruivo abrir os olhos e olhar para si.

-Tudo bem, não se preocupe. –disse, forçando um sorriso nos lábios.

No entanto, deixou o mesmo desaparecer assim que sentiu o segundo dedo entrar, não podendo evitar um baixo grito escapar, tanto pela surpresa como pela dor.

Só achou que iria enlouquecer ao sentir Sehun levar a mão livre até seu membro, iniciando uma masturbação ali. O prazer começou a misturar-se com a dor, reprimir os gemidos estava fora de cogitação.

Sentiu o terceiro dedo penetrar em si, mas não gritou de dor nem nada. Sim, era desconfortável, mas a masturbação em seu membro era algo que merecia muito mais sua atenção do que aqueles dedos em si.

-Você está apertado... –murmurou Sehun, tentando alargar o menor.

-Hum... Só vai logo, Oh Sehun... –resmungou o ruivo, movimentando-se nos dedos do outro, como um aviso para que ele pudesse iniciar a penetração de verdade.

O castanho não perdeu tempo. Retirou rapidamente os dedos dali, parou de masturbar o outro e cuspiu em sua própria mão, passando-a por sem membro, numa tentativa de lubrificá-lo para facilitar mais.

Posicionou-se então e lentamente entrou em Luhan, precisando fazer o máximo que pode para conter um gemido ao sentir seu membro já dentro do ruivo.

Pode ver Luhan deixar uma expressão desconfortável tomar conta de seu rosto, afinal, aquilo não se comparava com os dedos. No entanto, após algum pequeno tempo, começou a sentir a dor ser substituída pelo prazer, e então, novamente começou a se movimentar.

Sehun, ainda com medo de que estivesse machucando o outro, começou de forma lenta, contendo-se para não acelerar seus movimentos... Ouvir Luhan gemendo também não ajudava muito. Portanto, começou a ir mais rápido, e sorriu ao ouvir o ruivo se pronunciar.

-V-vai mais rápido... S-Sehun... –pediu, tentando falar em meio a seus altos gemidos.

-Como quiser. –respondeu, indo mais rápido e podendo ouvir o barulho dos corpos se chocando. Só conseguiu ouvir Luhan gemer arrastado ao acertar sua próstata. Estava estocando cada vez mais rápido e sentiu o ruivo arranhar-lhe toda a costa, enquanto mordia com força toda a região do seu ombro e pescoço, completamente enlouquecido de tanto prazer.

Sentiu Sehun agarrar-lhe a cintura e estocar ainda mais fundo, fazendo todo seu interior estremecer. Sentia-se arrepiar só de ter o mesmo gemendo rouco em seu ouvido, o que o deixava ainda mais excitado.

-L-Luhan... –falou, arfando. –F-fique de quatro... –pediu, deixando um rastro de saliva por todo o ombro do ruivo.

O menor não o questionou. Apenas virou-se de frente para si, beijando-lhe de forma desajeitada por conta dos gemidos que ambos ainda soltavam. Afastou-se por fim de si, saindo de seu membro e ficando de quatro, como lhe fora pedido.

Sehun engoliu seco com a visão que estava tendo. Sentiu o membro latejar só de ver Luhan daquela forma. Sem perder mais tempo, foi até o mesmo e novamente o penetrou, fazendo outra vez os movimentos de vai e vem tão rápidos e profundos.

-S-Sehun-Ah! –gemeu Luhan, segurando com força o lençol da cama, já que dessa vez não tinha o outro para morder. Sentiu Sehun levar ambas as mãos até suas coxas, podendo dessa forma estocar com mais rapidez.

Luhan iria sem dúvidas alguma enlouquecer. Levou então uma das mãos até seu próprio membro e começou a se masturbar, gemendo cada vez mais alto pelo tanto de prazer que estava tendo.

-S-Sehun, eu... –murmurou, sentindo que seu ápice estava cada vez mais próximo. E então, após sentir o maior estocar-lhe novamente o ponto sensível, gemeu alto e acabou gozando, podendo ver o lençol abaixo-se de si ser completamente sujo.

Ter seu membro sendo apertado pelo interior de Luhan daquela forma fora a gota d’água. Bastaram apenas mais algumas estocadas para que Sehun também se desmanchasse dentro do menor.

Saiu de dentro de mesmo, e junto a ele, caiu deitado na cama.

-Sehun... –murmurou Luhan, tentando normalizar sua respiração.

-Luhan, nunca... –disse Sehun, segurando-lhe a cintura e fazendo-o se aproximar de si, colando os corpos e sentindo o mesmo afundar a cabeça em seu peito. –Nunca mais se afaste ok? É só isso que te peço... –finalizou, beijando-lhe o topo da cabeça, enquanto fazia um carinho em seu braço.

O ruivo não pode deixar de sorrir com aquelas palavras, passando um dos braços envolta de Sehun e apertando ainda mais aquele abraço. Sentiu o outro segurar-lhe o queixo e o fazer levantar a cabeça, para que o olhasse em seus olhos, com os rostos completamente próximos.

E como esperado, Sehun o beijou. Dessa vez de forma doce e calma, enquanto fazia um carinho completamente relaxante em seu cabelo. Afastou seus lábios e podendo ver Luhan que retribuía seu olhar, murmurou:

-Eu te amo.

Não deixou de sorrir ao ver o mesmo corar com aquelas palavras, e rindo, deu-lhe um selinho nos lábios, dizendo:

-Acho melhor tomarmos um banho... Huh?

-C-claro... Banho... Ok. –concordou Luhan, ainda processando as três palavras que acabara de ouvir de Sehun.

Minseok estava cansado. Seu “amigo” havia acabado de ir embora do apartamento e não negaria que havia sido ótimo tê-lo ali. No entanto, lembrou-se que tinha prometido que hoje iria à casa de Jongdae... Respirou fundo e depois te ter tomado seu banho, colocou uma roupa qualquer e pegou algumas bolachas no armário, comendo-as enquanto saia de casa.

Sabia que Sehun havia saído... Olhou então para a porta do apartamento de Luhan e estreitou o olhar. “Não acho que ele seria tão cara de pau para pedir pra ficar ali...” pensou, tentando afastar aqueles pensamentos e seguindo para o elevador, onde desceu até a entrada e saiu do prédio, caminhando tranquilamente até seu carro e adentrando o mesmo.

Apesar da casa de Jongdae ser realmente longe de sua, tudo ficava muito mais fácil com o carro. Então sem demoras alguma chegou à residência e estacionou perto da mesma. Saiu do automóvel e seguiu até o portão, tocando a campainha que tanto já havia tocado.

De primeira ninguém viera lhe atender como de costume. Portanto, arqueando uma das sobrancelhas, tocou pela segunda vez.

E finalmente pode ver Jongdae saindo rapidamente de dentro da casa, com uma expressão de surpresa.

-Minseok? O que faz aqui? –indagou, caminhando confuso até o portão.

-Ahn... Semana passada não marcamos de nos encontrar hoje? Eu já comprei os ingressos do cinema como você havia falado... –respondeu, dando de ombros.

-Ah, é verdade! Desculpe, eu havia me esquecido! –exclamou Jongdae, dando leves tapas em sua cabeça, xingando-se mentalmente por ser tão esquecido. –Er... Desculpe Minseok, mas acho que não vou poder ir...

-O que? Por que não? –perguntou confuso e surpreso. Jongdae sempre comparecia nos encontros que marcavam... O que havia agora?

-Ahn, eu... Eu estou com um amigo em casa. Não acho que vou poder ir... A não ser que você não se importe que ele vá conosco. –sugeriu, esperançoso que Minseok aceitasse.

“Amigo? Que diabos de amigo é esse?” pensou Minseok, reprimindo uma expressão emburrada.

-Ta bom, chame ele. Mas eu não vou comprar mais um ingresso. –resmungou, respirando fundo.

-Ok! Espere só um minuto, eu vou lá buscar ele. –disse Jongdae, sorrindo e virando-se para por fim caminhar novamente para dentro de sua casa.

-Eu não vou desperdiçar os ingressos... Agora que você marcou vai e ponto final. –murmurou Minseok, tirando os ingressos do bolso e os observando em sua mão. –Jongdae não tem muitos amigos que eu saiba... Quem é? –perguntou-se, confuso.

Depois de um curto tempo, pode ouvir a porta da sala ser fechada. Olhou para frente e deu de cara com Jongdae e a pessoa que era supostamente seu amigo... Um garoto baixinho, de cabelo platinado e pele alva.

Só pode semicerrar o olhar ao ver Jongdae se aproximar e o garoto segurar-lhe a mão, caminhando basicamente grudado a si até o portão, onde destrancaram e saíram, ficando frente à Minseok.

-Seok, esse é Suho, meu amigo... E Suho, esse é Minseok. –falou Jongdae, apresentando ambos com um sorriso alegre no rosto.

-Ah, então você é o Minseok... Prazer. –disse Suho, estendendo a mão para o outro, que apenas olhou desconfiado para sua mão e com um sorriso antipático, disse:

-Ok, olá Suho. –e então, deixando no “vácuo” o aperto de mão, virou-se e seguiu para seu carro, adentrando o banco do motorista enquanto resmungava coisas sem nexo.

-Meio esquisito ele, huh? –murmurou Suho,voltando sem jeito a mão para o lado de seu corpo.

-Ahn... Não se preocupe. Ele só não está acostumado com você... Ele é legal, eu juro. –disse, forçando um sorriso enquanto ia junto ao loiro para o carro, abrindo a porta traseira para que ele se sentasse ali, enquanto seguiu para o banco do passageiro, acomodando-se no mesmo.

O caminho todo fora um completo silêncio, nem um dos três ameaçava dizer alguma palavra.

“Essa criatura ainda tem coragem de pedir um aperto de mão meu... Ah ta que eu vou encostar em você!” pensou Minseok, olhando de relance para Suho pelo retrovisor. O mesmo apenas mantinha um olhar calmo e pensativo, enquanto olhava pela janela as ruas em que passavam.

Por conta do silêncio, a viagem pareceu muito mais longa do que realmente era. Mas por fim, pararam de frente ao cinema e após estacionar, desceram do carro, indo calmamente até o cinema e o adentrando.

-Vou comprar uma pipoca grande pra nós três... E três refrigerantes, ok? –falou Jongdae, já retirando o dinheiro do bolso.

-Ah, não precisa. Pode comprar dois refrigerantes, eu divido o meu com você. –disse Suho, sorrindo.

Jongdae pode ouvir claramente Minseok deixar um suspiro irritado escapar, mas resolveu ignorar isso, afinal, iria gastar menos se comprasse só dois refrigerantes... Não era uma má ideia. Portanto, seguiu para o local de compra, deixando ambos sozinhos ali.

-Não custava nada ter apertado minha mão mais cedo... –murmurou Suho, olhando para o outro.

-Eu tenho direito de me recusar a fazer isso. –resmungou Minseok, revirando os olhos.

-É questão de educação, Minseok. –rebateu, bufando com a infantilidade do outro.

-Você realmente vai ficar me enchendo? Que inferno, eu estou com cara que está a fim de conversar? –disse, fuzilando Suho com o olhar.

-Criança... –murmurou o loiro, revirando os olhos.

-O que você disse? –exclamou Minseok, indignado.

No entanto, antes que Suho pudesse responder, calaram-se ao ouvir Jongdae se aproximar.

-Comprei tudo! Podemos ir, huh? Na realidade o filme já começou... Estamos um pouquinho atrasados. –disse rindo.

-Tudo bem, vamos então. –falou Minseok, dando de ombros e pegando a pipoca de sua mão, comendo com raiva os grãos enquanto caminhava para dentro da sala do cinema, sendo seguido por Suho e Jongdae. Como previsto, tudo estava escuro, já que o filme já estava passando.

Foram até uma das fileiras e sentaram-se nas cadeiras. Minseok recusava-se a sentar ao lado de Suho, portanto, deixaram Jongdae no meio de ambos.

-Você não me avisou que era um filme de terror... –murmurou Suho, arregalando os olhos com a cena que viu, colocando a mão na boca para reprimir um grito.

-Aqui, segure. –falou Jongdae, estendendo-lhe a mão, onde o loiro não perdeu tempo e entrelaçou seus próprios dedos com o castanho. –Se ficar com medo é só apertar... –disse sorrindo.

-Obrigado. –murmurou Suho, sorrindo mais confortável agora.

Só assustaram-se ao ouvir um barulho de latinha de refrigerante ser amassada ao seu lado. Olharam para o local e deram de cara com Minseok, que continuava olhando para o filme com uma expressão irritada, juntamente com a lata amassada em suas mãos.

-Tudo bem? –indagou Jongdae, confuso.

-Eu vou embora. Depois nos vemos. –falou Minseok, largando a lata no porta copos e se levantando.

-Seok, o que foi? –indagou Jongdae, segurando-lhe confuso o pulso.

-Eu disse que depois nos vemos. Tchau. –resmungou, largando o aperto de seu pulso e finalmente saindo daquela sala de cinema, caminhando com uma irritação enorme dentro de si até seu carro.

-O que ele tem? –perguntou Suho, também confuso.

-Não sei, ele... Suho? –chamou Jongdae, vendo o outro esconder o rosto atrás de seu braço assim que uma cena de terror havia começado.

Luhan acordou com a luz solar batendo-lhe no rosto. Sentia-se bem... Na realidade, muito bem. Sorrindo ao sentir o cheiro que tanto gostava, abriu lentamente os olhos, dando de cara com um Sehun que ainda dormia, abraçando-lhe de forma possessiva.

Lembrou-se de cada toque da noite passada, e sorrindo, passou com carinho a mão pelo rosto do maior.

Porém, uma pergunta tomou conta de sua mente.

“Espere... Estamos... N-namorando? Quer dizer, fizemos sexo, ele disse que me amava... Então... Não, espere. Ele não me pediu em namoro. Droga, o que foi que aconteceu? Calma, eu estou ficando confuso...” pensou, levantando-se rapidamente da cama e ficando sentado na mesma. “E se ele só me usou? E se aquele eu te amo fora nada além de uma mentira? E se... Meu Deus! O que eu faço?!” pensou, olhando para Sehun que ainda dormia. Portanto, desesperado, colocou-se a levantar da cama e sair logo dali, mas fora impedido pelo maior, que segurou seu pulso e o puxou novamente para perto de si.

-Onde pensa que vai? –indagou, já de olhos abertos, deixando um sorriso brincalhão ser direcionado para Luhan.

-E-eu ia fazer o café da manhã... –respondeu, engolindo seco.

-Me leva junto então... Eu vou te ajudar. –falou Sehun, também se sentando na cama e depositando um selinho no surpreso Luhan.

-Ok... –murmurou o ruivo, não podendo deixar de sorrir ao receber aquilo. Levantou-se então da cama e sentindo Sehun lhe abraçar por trás, seguiu com o mesmo agarrado dessa forma a si até a cozinha, onde abriu a geladeira e pegou um suco de laranja e ovos. Colocou-os no balcão e pegou os pães, colocando-os na torradeira.

-Eu havia esquecido como você fica lindo quando acorda, Lu... –sussurrou Sehun, dando-lhe um beijo no pescoço, para por fim largar o abraço e sair dali, seguindo até o outro lado do balcão e apoiando os cotovelos ali, para apoiar a cabeça nas mãos e observar calmamente Luhan preparar a comida.

-Além dessa vez, você só havia me visto acordando outra vez... Há muito tempo. –falou Luhan, fritando os ovos.

-Mas eu ainda me lembro da sua cara amassada misturada a expressão de desespero pelas chamadas perdidas de seus pais... Mesmo que tenha sido há quatro anos. –disse Sehun, sorrindo.

“Ok... Não acho que ele tenha me usado ou dito “eu te amo” apenas por dizer. Mas ainda assim me pergunto se estamos namorando... Quer dizer, seria estranho eu perguntar, né?” pensou, olhando para o maior, que apenas retribuía seu olhar.

-Sehun, eu... –murmurou, mas foi interrompido pelo outro.

-Luhan, você vai queimar os ovos. –avisou Sehun, rindo enquanto caminhava até o mesmo e desligava o fogo. –Eu ainda preciso limpar a bagunça que fiz ontem, né? –indagou, dando um beijo na bochecha do ruivo.

Luhan então olhou para onde supostamente estaria a bagunça que Sehun havia provocado ontem, ao colocar Luhan em cima do balcão e fazer todas as coisas ali caírem.

-É... Eu que não vou limpar. –disse rindo junto e fechando os olhos para aproveitar o carinho que recebia por debaixo da camisa. Sehun passeava calmamente com os dedos por toda sua barriga.

-Posso te perguntar uma coisa? –indagou o castanho, parando de dedilhar sua barriga, para agora levar as mãos até sua cintura e segurar com firmeza ali.

-Pode... Claro que pode. –respondeu Luhan, sorrindo com o contato.

-Por que não me contou antes sobre o beijo que teve com meu irmão? –falou, agora fitando o menor.

-Hum... Digamos que eu estava com medo da sua reação. Por isso eu... Eu... Aceitei o trato que ele me propôs. –disse o ruivo, dando de ombros.

-Um trato? Que tipo de trato? –perguntou Sehun, confuso.

-Ele não iria te contar nada se eu “desse em cima de você”. –respondeu Luhan, podendo ver a surpresa tomar conta da expressão do outro. –Inicialmente era isso, mas... Ficou parecendo uma palhaçada depois. Eu comecei a ter que fazer tudo que ele mandava só pra que não contasse pra você... Por isso me irritei e acabei resolvendo contar por conta própria. –falou, não pretendendo esconder nada de Sehun. Queria que o mesmo enxergasse que o irmão não era esse “santo” que achava que era.

-O que ele te mandou fazer? –indagou Sehun, estreitando o olhar.

-Ahn... Por exemplo, no dia que eu me atrasei para nosso jantar... Na realidade eu não estava me arrumando. Eu me atrasei porque ele me mandou fazer o jantar, do contrário iria contar pra você... –respondeu, respirando fundo, irritado ao se lembrar do acontecido. Minseok havia jogado sujo consigo.

No entanto, ficou confuso ao sentir as mãos de Sehun saírem de sua cintura e ele sair da cozinha, seguindo para a sala.

-Sehun? Ei, Sehun! Aonde você vai? E o café da manhã? –falou, seguindo ele.

-Eu preciso ver meu irmão. –disse o mesmo com os dentes e punhos cerrados, apenas saindo do apartamento e fechando a porta dali, deixando Luhan confuso e sozinho no meio da sala.