e dizem que quem dá pena não dá asas.
[aos poucos a gente vai vendo que as pessoas dão pena de ver, de sentir, mas, principalmente, de ouvir.]
X
Ninguém entendia mas Luhan sabia, sabia porque XiuMin passava horas, dias, na frente daquela janela pequena, as marcas sob os pequenos pés quase como se fizesse parte do cenário. Luhan e XiuMin eram irmãos, são irmãos, a gente acha. Crê que seja.
"As pessoas."
"Sim, as pessoas."
XiuMin nunca falava mais do que algumas poucas palavras, mas Luhan entendia, entendia o que ninguém via, o que ninguém ouvia. Porque XiuMin era louco e ninguém parava para prestar atenção no que um louco tinha a dizer, ninguém parava pra nada.
Então Luhan sentava, perto da janela também, as costas na parede fria e os dedos encolhidos dentro da meia.
"Um garoto."
"Pequeno?"
"É."
"Sozinho?"
"É."
"Eu?"
"Nós."
"Garotos."
"Garoto."
No fundo Luhan e XiuMin eram um porque XiuMin só existia porque Luhan queria que ele existisse e, no fundo, bem no fundo, Luhan sabia que também era louco. E aos poucos a gente nota que Luhan e XiuMin dão asas e, as pessoas, pena.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.