História Cinzas - Capítulo Único

 Luhan era muito apegado a Xiumin, muito mesmo, os dois não se distanciavam um minuto se quer. Luhan estava sentindo coisas estranhas com Xiumin, sempre que o mesmo se aproximava, ele sentia um formigamento em suas partes intimas e borboletas no estômago, era amor?

Luhan acreditava que não era amor coisa nenhuma, e sim uma nova fase em sua adolescência. As pessoas sempre diziam que adolescentes tendem a ter sentimentos por pessoas do mesmo sexo uma vez na vida ou talvez duas ou três vezes, sua mãe mesmo dizia que isso. Só que o que o seu filho não sabia era que ela estava mentindo, queria que Luhan acreditasse nessa “fase” da vida e tentasse abandonar os sentimentos por Minseok, mas estava sendo um pouco impossível. Sua mãe já teve uma apaixonite na adolescência

 Já Minseok encarava Luhan como o melhor amigo que toda pessoa gostaria de ter, Luhan abraçava-o, secava suas lágrimas quando estava chateado ou triste com algo, mas Minseok nunca percebeu que sua aproximação causaria isso no melhor amigo, nunca passou em sua cabeça. Minseok não ligava para namoros ou pra menininhas ou menininhos, se ele tivesse amigos isso é o que importava e o que importa.

— Um dia minha mãe disse que se apaixonou por uma amiga de escola – contava Luhan.

— E o que aconteceu? – perguntou Minseok.

— O destino foi cruel Min, agora ela está no céu.

 Minseok olhou sério e queria chorar com aquela historia, realmente estava desapontado com destino, por que o destino era tão cruel com as pessoas?

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 Luhan agora já tinha seus dezessete anos, ainda tinha seu Minseok por perto. Mas agora tudo estava piorando, não era mais difícil, era hiper difícil. Deduziu que estava apaixonado por Minseok só que o mesmo não percebia e agradecia aos Céus por isso, será que se contasse iria mudar os laços de sua amizade?

Ele não sabia a resposta a única saída seria contar e ver o que acontece, Luhan não tinha coragem.

 Luhan, Minseok e toda sua classe estavam a caminho de uma cachoeira, estava na metade do caminho e paravam pra comer ou beber alguma coisa e Minseok estava morrendo de cansaço então Luhan pegou-o em seu colo e colocou em suas costas e continuaram a trilha até a cachoeira. Luhan era forte e carregaria seu pequeno em suas costas, ele não era pesado como dizia.

 Minseok sempre dizia que era gordo e obeso e sempre ficava com as loucuras de comer um dia sim e outra não, mas Luhan como bom amigo não deixava fazer as loucuras.

— Já estamos chegando – anunciou o professor de ciências — Só mais um pouco gente.

 Luhan olhou de canto de olho e viu um Minseok dormindo sobre suas costas com um bico lindo nos lábios, riu com aquele pequeno dorminhoco, perfeito pensou Luhan.

E todos ali foram andando mais quarenta minutos até chegar no lugar mais desejado pela turma; a cachoeira era um lugar limpo, ar limpo comparado com a cidade que moravam. Sem nenhuma sujeira, a água era totalmente cristalina e dava pra ver a areia dentro da água, todos pararam e respiraram aquele ar e olhavam as árvores gigantes ao redor.

— Min – chamou o amigo.

 Colocou Minseok no chão, o pequeno começou a coçar os olhos e bocejar, quando abriu os olhos viu as árvores gigantes com uma cor bem forte verde, com folhas totalmente intactas sem nenhum arranhão, totalmente verdinhas e belas. Minseok estava fascinado com tanto verde a sua frente. Olhou para frente e viu a água cristalina e queria nadar como uma criança naquela água limpa.

— Depois faremos uma trilha por dentro dessa floresta, quem quiser é claro – avisou o professor.

  Todos juntos colocaram uma pano enorme na grama e começaram um piquenique ao som da cachoeira, todos cochichavam algo, mas a maioria das vezes escutavam o som daquela água toda indo de encontro ao chão. Minseok achou aquilo barulhento demais e estranho, mas ficou fascinado com tanta beleza em um lugar só.

 Depois de todos comerem e fazerem uma pausa, o professor chamou toda a galera para fazerem a trilha, todos os meninos queriam ir, principalmente Luhan menos Minseok, ele não queria ir, sentia algo estranho.

— Vamos Min, vai ser legal, vamos conhecer tudo que essa paisagem tende nos oferecer – explicava Luhan numa tentativa falha de levar o amigo junto consigo.

— Fica comigo Luge, por favor – pediu com um bico nos lábios.

 Mas Luhan não ficou Luhan foi, ele realmente queria conhecer mais daquele lugar gigante. Minseok ficou e chorou, não estava sozinho, estava ele com mais algumas garotas que também não queriam ir, estava com medo muito medo.

 Depois de muito tempo, todos voltaram, menos Luhan. O professor voltou chorando e os colegas voltaram preocupados, sem esperanças, procuraram por todo lugar, mas não acharam o amigo.

 Minseok, ele sabia, não queria que Luhan fosse, mas o amigo era teimoso.

 Suas lágrimas começaram e não pararam mais, todos chamaram a policia florestal para resolver aquele caso, mas nada de Luhan aparecer. Minseok estava mais preocupado do que o normal, o que aconteceu? Aonde ele está? Era o que pensava. Queria de toda forma entrar naquela trilha perigosa e gritar o nome de seu amigo o mais alto possível.

 Não tinha mais jeito, pensou Minseok.Ou tinha?

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 Xiumin já tinha seus vinte e cinco anos, era casado, vivia uma vida infeliz, mas a única coisa preciosa que tinha agora era seu filho que se chamava Luhan também em homenagem ao seu amigo que se foi.

— Papai, pra onde estamos indo? – perguntou Luhan Jr.

— Para o topo da montanha, ainda tenho algo para fazer – explicou.

 Minseok segurava uma caixinha preta e trilhava com seu filho rumo à montagem. Chegou lá já um pouco cansado, e lembrou-se de quando Luhan carregava-lhe em suas costas, era bom e confortável, mas Luhan não estava mais ali.

 Chegou ao topo da montanha e o ar já batia no rosto de ambos e nos cabelinhos cacheados de Luhan Jr.

 Minseok pegou a caixinha, e pensou antes de fazer o ato.

“Eu te amei tanto, mas só você não percebeu Luge” – foi o que Minseok pensou. Abriu a caixinha preta com detalhes de ouro e espalhou as cinzas de Luhan pelos ares da montanha.