1. Spirit Fanfics >
  2. Carnage >
  3. XI. the things which are not seen are eternal

História Carnage - XI. the things which are not seen are eternal


Escrita por: VenusNoir

Notas do Autor


For all things are for your sakes, that the abundant grace might through the thanksgiving of many redound to the glory of God. For which cause we faint not; but though our outward man perish, yet the inward man is renewed day by day. For our light affliction, which is but for a moment, worketh for us a far more exceeding and eternal weight of glory; while we look not at the things which are seen, but at the things which are not seen: for the things which are seen are temporal; but the things which are not seen are eternal. (2 Cor 4:15-18) ¹
-
Penúltimo capítulo de Carnage. ): Entendem agora porque eu demorei tanto a escrever? Porque eu sou besta e me apego às minhas long-fics e dar um fim a elas é tão... sdkjvhskjs </3 Quando começo uma história que consegue me envolver e me tragar dessa forma, geralmente quero escrevê-la pra sempre, mas isso é um delírio sem sentido e incoerente, porque ao mesmo tempo eu quero terminar logo pra poder me dedicar a outras histórias. E?????? Compreendem meu dilema? Aff </3
E além disso, Carnage tem leitoras maravilhosas, fofas, e eu não quero perder vocês AI QUE QUE EU FAÇO PRA VOCÊS LEREM TUDO O QUE EU ESCREVER DAQUI POR DIANTE E DAÍ A GENTE NÃO SE LARGA NUNCA MAIS?
Tá, vou parar de paumolecência, embaixo vou deixar o link da soundtrack nova e da girl!version de Carnage, pra quem ainda não viu. E desculpa pela demora em responder os reviews de vocês, omg, essa semana vou me organizar e dar amor de volta a vocês!!!! Obg, pessoal, vocês são show

Capítulo 12 - XI. the things which are not seen are eternal


O caminho do céu nos leva através do inferno. E amiúde o percurso é confundido com o destino a que conduz. Kyungsoo se mortificou por noites a fio, perdendo o sono e vendo sua fé (aquela, aflita e irremovível, que punha em Baekhyun) vacilar. No amanhecer, indagava-se, temeroso das respostas, não se tinha valido a pena renunciar a seu antigo eu, fraco e deformado, e sim se agia corretamente ao esperar tanto de quem tinha tão pouco a dar. Não podia evitar. A seus olhos, Baekhyun era merecedor de nada menos que isso. Ninguém mais o fazia, Kyungsoo, no entanto, iria acreditar nele e esperá-lo até que ele estivesse bem para voltar. Até que Kyungsoo, não resistindo mais, deixasse a memória rota dar cabo de todas as lembranças. Até que seu organismo murchasse a uma única célula. Até o derradeiro fim. De repente, essa melancólica devoção parecia natural e certa. Era a paixão de outrora – lasciva, compulsiva, instintiva – se expandindo, se purificando, se harmonizando, se aquietando e revelando o que no fundo guardara o tempo todo. Um gérmen de verdadeiro amor abnegado.

 

Se um sentimento como esse não fosse devotado a Baekhyun e se pertencesse à outra pessoa invés de Kyungsoo, seria tão belo e forte. Mas, sendo direcionado a Baekhyun e vindo de Kyungsoo, era naturalmente mesquinho, apesar de abnegado. Um amor conspurcado, mesmo sendo puro. Um amor de demônios egoístas e narcisistas. Só enxergam a si próprios, só enxergam um ao outro. E enxergam inteiramente, com olhos magnânimos e coração sempre disposto a perdoar.

                                           

Kyungsoo não tinha pretensões de salvá-lo, de curá-lo com seu amor que tudo vence e que tudo suporta. Kyungsoo era sensato. As ilusões que por ventura cultivara acerca de Baekhyun, estas se desfizeram há muito. Kyungsoo sabe que ele é doente, que suas dificuldades não se limitam a remédios que ele costumava misturar com álcool, à cocaína que ocasionalmente cheirava, ou ao cristal, ou a qualquer substância ilícita desse gênero. Pouco tinham a ver com seus hábitos censuráveis – que, antes de ser o problema, eram sintomas; em nada se relacionavam com sua personalidade, sua índole, que, dir-se-ia, era por essência pérfida e imoral. Kyungsoo jamais pusera os pés onde Baekhyun fora levado, mas o que seus pais haviam lhe dito, quase parafraseando as palavras do médico que o recebera, só confirmava o que Kyungsoo suspeitara. O transtorno de Baekhyun não era comportamental, não era espiritual – que bobagem cogitar essa possibilidade! –, tinha forte fundo emocional, porém, não ficava nisso. Era neurológico, de modo que alterasse profundamente o funcionamento de seu cérebro. Pelo menos fora assim que Kyungsoo, leigo no assunto, entendera. Ademais, tinha raiz biológica e hereditária. Até onde haviam podido investigar, tratava-se de uma moléstia familiar. Fazia muito, muito sentido.

 

Durante os meses em que ficaram sem se ver, Kyungsoo tinha vivido outra vida, diferente em tudo da vida que abandonara de vez. Ao deixar a cidade interiorana em que nascera e crescera, livrou-se da última pústula de remorso velado que ardia em sua consciência. Há milhas de distância de casa, a culpa não o alcançava. Não havia sinal de Deus, e Dele Kyungsoo não mais sentia falta. O passado jazia nas recordações as quais pouco visitava. Não era mais um cristão, nenhuma parte de si. Aqueles dias em que desejara ardentemente ter com o Senhor, consagrar-se missionário, viajar à África em missão, aqueles dias foram tingidos de sépia, eram imagens longínquas, negativos roídos por traças, analepse de uma existência que ele não estava certo de ter sido o protagonista. Kyungsoo finalmente tornou-se Kyungsoo. E quem afinal era Kyungsoo? Difícil dizer.

 

Kyungsoo é a pessoa que agora abraça o tronco de Baekhyun e afaga os cabelos no topo da cabeça arruivada que descansa em seu peito. É a pessoa que, de olhos semicerrados, aspira o aroma que de seu amante recende, livre de qualquer traço de nicotina ou álcool. Que se sente enfim tão feliz e grato. Sereno como as águas das profundezas de um oceano sábio e tranquilo. O gosto da pele macia e sarada de Baekhyun dançava em seus lábios. Em seu colo, ele dormia um sono leve. Nenhum lençol ou roupa cobre seu corpo, e nesse momento ele parece tão bonito e poderoso, um pequeno deus que derrotou o mundo. Não é cura, não. Cura soa como algo miraculoso, meio sobrenatural. A mudança em Baekhyun é real e tangível. Se deu à custa de recursos humanos, de sua própria diligência, dedicação e força de vontade. Porque era um condenado e era só se limpando que teria uma chance.

 

Quem diria? Baekhyun havia se regenerado.

 

X

 

O trem deslizou sobre os trilhos numa rasante violenta, tão veloz que fez vibrar a terra, um bando de pássaros se alvoroçou e levantou voo, cobrindo parte do céu numa nuvem negra. Baekhyun abriu os olhos assustado, despertando repentino e em sobressalto. Ergueu-se, apoiando nos cotovelos e olhou em volta. Não sabia como havia ido parar ali, não fazia ideia do dia ou da hora ou que lugar era aquele. Raciocinando rápido, chegou à conclusão de que, seguindo os trilhos, iria dar numa estação qualquer; graças a esse pequeno detalhe, não estava totalmente perdido.

 

Sentia a cabeça latejar, seu corpo inteiro doía. Estava de ressaca, provavelmente – era seu palpite. Não tinha certeza, não tão cedo. Não descartava a possibilidade de ter levado uma surra, mas de quem e por quê? Se tivesse sido isso, de certo encontraria hematomas e sinais que confirmariam sua suspeita. Iria se examinar mais tarde, o mais importante era dar o fora dali o quanto antes. Pôs-se de pé com dificuldade, sem muito equilíbrio. A pior dor era a que se instalara em seu peito. Um peso massacrante e de mau agouro o arrastava de volta para anos idos, provocando uma impressão tão vívida e intensa que Baekhyun era capaz de sentir o toque gélido daquela faca afiada que encostara no pescoço de zŭ fù. E o ar de súbito se tornou rarefeito. Seu queixo tremia, seus olhos, umedecidos, assistiam ao nítido filme de sua infância. Nunca iria se libertar daquilo, iria? Estava permanentemente preso ao trauma, era só um fantoche miserável do passado. Suas ações, das mais instintivas às mais conscientes, eram consequência do que se lhe havia passado.

 

Num instante, seus vícios e temores emergiram, subindo à tona numa rapidez vertiginosa, borbulhando impiedosos, irados e descontentes. A necessidade de acender um cigarro nunca fora tão imperativa e urgente, nem a de fazer sexo de um jeito imundo-carniceiro, de cheirar longas e grossas carreiras de pó, de injetar heroína, que há muito não usava, em cada veia boa, precisava fazer tudo isso logo, tudo simultaneamente, do contrário, iria desaparecer, sucumbir no vazio, ir embora pra lugar nenhum sem dar notícia, sem deixar rastro. Novamente olhou em volta, o suor frio escorrendo em sua fronte. Não achou nada que servisse. Paralelo aos trilhos, havia mato e várias árvores cerrando o horizonte. O céu cinzento e o sol de fim de outono. Um piar de pássaros distantes, o rumor do vento se esgueirando entre as folhas. Nicotina não, álcool não, corpos se oferecendo para trepar não, seringa não, nada que servisse a um propósito de destruição.

 

A não ser a Tokarev no cós de sua calça. Assim que se deu conta de que ela estava ainda ali, Baekhyun a puxou e a examinou com uma expressão perturbada. Estava carregada – ele não tinha dúvidas de que, apertando o gatilho, uma bala mortal escaparia de seu cano. Para atingir o que, não decidira. E não foi mais a infância a caotizar sua mente, e sim o que acontecera há poucos dias. Wu Fan e Park Chanyeol... Um às suas costas, outro à sua frente. E o que eles faziam, no auge de sua perfídia. É claro que zŭ fù enviaria mais violadores, vendo que seu mal não bastava; ele iria enviar uma horda de assassinos, estupradores, homens maus no encalço de Baekhyun. E eles se iriam banquetear e rasgá-lo em mil pedaços. Assim como tinha feito. Baekhyun não iria esperar por eles passivamente.

 

De qualquer forma, Wu Fan e Park Chanyeol foram só sucessores de zŭ fù. Baekhyun devia procurá-los e eliminá-los? Adiantaria?

 

Não, quanta ingenuidade. Nada repara o malfeito, o amortece ou o aplaca. Baekhyun prendeu o cano da arma entre os dentes. Sua superfície era oleosa, quase escorregadia. Ele riu, irônico. Então esse é o limite entre a vida e a morte. Um disparo. Um dedo que se posiciona no gatilho. E pronto. Tão simples. E por isso mesmo não devia acabar assim. Fácil demais. Baekhyun não desejava vingança, tampouco concordaria em se eliminar, oferecendo-se em holocausto para uma causa fracassada. Ademais, precisava viver. Em nome de algo que lhe permanecia desconhecido.

 

Ainda perturbado, decidiu guardar a Tokarev, afastá-la de suas vistas. Por enquanto, era muito perigoso tê-la em suas mãos, era perigoso tê-la ao alcance também, contudo, não podia simplesmente esquecê-la ali e fingir que ela não devia estar consigo. Só com ela poderia se defender da horda que estava por vir.

 

Seu pai segurara armas, as havia usado para fins letais, havia atingido pessoas e as assassinado usando pistolas como a que estava em seu poder. Zŭ fù fora um matador. Seu pai agia por vingança e ódio, seu tio-avô por dinheiro. E quanto a Baekhyun? Qual seria seu intento? Defender-se, só isso?

 

Esperava em breve descobrir. Voltaria a seu apartamento para procurar respostas, as quais de fato encontrou. Como Kyungsoo demonstrou, Baekhyun segurava armas para ser ferido por elas.

 

X

 

Por favor, não deixe de ler                                                                  Jan 05 (33 days ago)

Kim Junmyeon

to me

 

Olá, Kyungsoo-ah. Não sei se você ainda usa esse e-mail, mas, como ninguém, nem mesmo seus pais, sabe com certeza onde você está, só havia essa possibilidade de comunicação. Não temos seu número, seu endereço ou qualquer sinal de seu paradeiro. Me pergunto qual sua intenção ao se esconder assim. É medo? Não, não pode ser, estou certo de que você não é um covarde. E, se fosse esse o caso, você teria desaparecido muito antes. Asseguro que não foi por mim que eles souberam, mas o que você fez já é assunto comentado à boca-pequena antes dos cultos, e eu lamento muito por isso, por não poder poupar seu nome da boca dos maliciosos e salvaguardar sua reputação. Não tenho o que fazer a não ser me calar. Eles não estão espalhando mentiras.

 

Espero que você não se irrite novamente comigo por eu estar “te importunando”, como você disse da vez anterior. Minha intenção não é passar uma lição em você, tampouco lembrá-lo de que você apenas está colhendo o que semeou. A maldade alheia e a vergonha de seus pais são os frutos da sua desobediência, Kyungsoo, mas não cabe a mim te disciplinar. Faça isso você mesmo, agora que está por sua conta e risco. E não, não pretendo provocá-lo. Com toda a sinceridade de meu coração, lhe digo que sentimos muito sua falta. As reuniões da célula não têm mais o vigor de outrora, agora que estamos sem você. Sehun-ah é quem as preside, mas ele mesmo reconhece que não é a mesma coisa. Você e sua vivacidade, dedicação e virtudes não serão esquecidos, nem podem ser substituídos.

 

Estamos de braços estendidos, aguardando sua volta. O bom filho a casa torna, Kyungsoo-ah. Você é o filho pródigo e nossa Igreja é o pai sempre pronto a acolher aquele que desertou. Nada que você tenha feito lhe tornará indigno de perdão. Arrependa-se sinceramente e você será acolhido e bem tratado como sempre foi. Essa sua incursão ao mundo material não vai preencher nenhum vazio, não vai conferir sentido algum à sua existência. Só prostrados diante do Senhor Nosso Deus é que encontramos o verdadeiro propósito de nossas vidas. Este é adorá-Lo, obedecê-Lo, ser fiel a Ele. Esse mundo é mau e perverso. Não há nada aí para você, Kyungsoo. Atenda nosso apelo: por favor, volte.

 

Estou preocupado com você. Da última vez que nos encontramos, quando eu fui a sua casa assim que soube que você arrumava as malas para partir, surpreendendo a todos com sua decisão repentina, você me recebeu com desgosto e falou coisas cruéis, difamou seus irmãos e tentou me colocar contra Jongdae. Por que fez isso? Não acho que tenha sido ciúme, acho mesmo que você falava pela boca de um demônio. Me escandalizou que você tenha esse juízo de Jongdae. Você acha mesmo que ele guarda algum sentimento do tipo, Kyungsoo? Como pôde ofender tão grave e levianamente um cristão reto e justo, que nada fez para merecer esse tipo de desconfiança? Mesmo não acreditando em uma palavra do que você disse, eu fui ter com ele. Você me disse que ele surrou Baekhyun por vingança, já que Baekhyun tinha feito o mesmo a mim. Isso ele não negou. Fiquei decepcionado, sim, mas ele lamenta ter perdido a cabeça e está arrependido, o que já é um começo. Mas quanto às motivações sob as quais você insiste que ele agiu... Por favor, Kyungsoo, tenha dó. O quão envenenado está você? Jongdae é temente ao Senhor e, com a graça Dele, um dia encontrará uma mulher virtuosa e igualmente fiel a Deus e fará dela sua esposa e com ela terá filhos, uma descendência. Caminho que um dia você e eu também seguiremos, se O Pai escuta nossas orações, o que estou certo de que ele faz.

 

Quanto a Sehun, ele ainda não se recuperou das ofensas que você jogou contra ele quando ele entrou em seu quarto e você, irado e ensandecido, o expulsou, berrando injúrias e inverdades. De todos nós, Kyungsoo, é ele quem mais ora por você, sem descanso. Você está constantemente em nossos pensamentos e não cansaremos de clamar ao Altíssimo para que Ele tenha misericórdia de sua alma tão perturbada.

 

Eu tento compreender o que se passou com você, meu querido dongsaeng. Você se tornou outra pessoa e a mudança pela qual passou foi tão profunda que nós mal lhe reconhecemos. Soube que você anda bebendo e fumando muito, além da conta. Cuide da sua saúde, Kyungsoo-ah, a física, mas sobretudo a mental. Reflita novamente, essa vida é adequada pra você? Às vezes penso que tudo começou com o retorno de Kim Minseok. Não sei porque acho isso, mas é uma impressão insistente. Você viu o estado dele, assim como todos nós. Aquela noite em que ele subiu ao púlpito foi tão embaraçosa, todos nós ficamos perplexos e sem ação quando percebemos que ele estava prestes a ter um ataque de ansiedade lá em cima. Você tinha o sonho de ir às missões como ele. Será que você ficou muito afetado com o testemunho de Minseok, que afinal nunca foi compartilhado com a Igreja? Pouco sabemos do que ele fazia lá, a não ser pelos relatórios, orais e escritos, que ele passava ao meu pai, todos muito sucintos. Se tiver sido ele a ter deflagrado isso tudo, fico feliz de avisar que ele está bem. Voltou à África e está bem. Não é que ele tenha sofrido um trauma terrível, é só que a experiência foi de tal modo intensa que ele já não se sente apto a viver aqui. Descobriu que seu lugar é na África, e sua missão lá se tornou definitiva.

 

Quanto ao resto de nós, Chanyeol ainda sofre pelo término de seu namoro. Yejin, porém, mudou-se para a França e raramente temos notícias dela. Temo que Chanyeol nunca se recupere totalmente. Ele mal frequenta a Igreja e tem feito coisas censuráveis, se envolvido com as pessoas erradas e parece sem norte e sem chão. Já tentamos ajudá-lo, mas ele não aceita o fato de que precisa de ajuda. É arrogante e soberbo. Diz para nós não nos metermos em sua vida, que é de interesse só dele. Por ele também oramos com o joelho no chão.

 

Jongin e Sehun estão bem. Eu também. Quando contei a Jongdae o que você havia me dito, ele ficou muito abalado, Kyungsoo. Via-se logo que você não podia ter falado a verdade. Jongdae é um amigo leal, em que posso confiar qualquer segredo, com quem posso contar em qualquer circunstância. Assim funciona uma amizade abençoada por Deus. Amizade, Kyungsoo, nada mais. Depois que você abandonou a igreja, nossa relação se estreitou e foi ele, ninguém mais, que me aconselhou e serenou meu coração, ele e Nosso Senhor, claro, pois eu realmente não poderia ter encontrado consolo sozinho. Seu afastamento me afligiu muito.

 

Lembra de quando quase toda a Igreja foi aos Estados Unidos, inclusive nós, acompanhando nossos pais, para aquele congresso presbiteriano? Quando você tinha onze anos e eu estava para completar treze? E você de repente sumiu, deixando todo mundo alarmado, e só apareceu no dia seguinte? Eu fiquei muito angustiado, Kyungsoo. O tempo todo eu orei para que você fosse encontrado logo, são e salvo. Até você ser encontrado, não comi, nem me levantei do chão. É assim que me sinto hoje. Ainda que eu soubesse que você está morto, que não há mais esperanças, que não adianta orar, que você é um caso perdido, eu não deixaria de orar por você. Porque, como hyung, é o que eu posso fazer no momento. Se pudesse, faria mais. Farei o que estiver ao meu alcance. Jamais estarei pronto para abrir mão de você ou de qualquer um de meus dongsaengs. Eu amo você, como amo a todos eles.

 

Que Deus esteja contigo.

 

Com amor,

Junmyeon.

 

X

 

RE: Por favor, não deixe de ler                                                              Feb 10 (1 day ago)

Do Kyungsoo

to me

 

Junmyeon, por favor, não me importune mais. Você já não entendeu que eu não quero mais contato com nenhum de vocês, o que tenho de fazer para que você entenda isso de uma vez por todas? Não estou interessado nas suas lições de moral, tampouco me importo se você ou quem mais for se ajoelha e reza por mim. Suas orações são direcionadas ao vazio. Não há ninguém para ouvi-las. Aceite que eu não vou voltar para a Igreja, que eu não estou arrependido, que o que você espera nunca vai acontecer.

 

O destino de Kim Minseok me é indiferente, e eu não dou a mínima se ofendi Oh Sehun ou Kim Jongdae. Quanto a esse último, você acredita mesmo nas mentiras que ele contou? Ah, se você soubesse o quanto ele é dissimulado... Certamente não colocaria a mão no fogo tão facilmente. Mas vá em frente, defenda-o, continue se cegando para a verdade, fique ao lado dele, deixe que ele se torne seu melhor amigo, faça isso. E depois me avise quando ele te surpreender com um beijo, não na bochecha ou na testa, como seria aceitável para dois melhores amigos cuja amizade foi abençoada no céu pelo próprio Deus e Jesus Cristo, e sim em seus lábios sujos de tanta tolice que você vomita todos os dias. Só vou aceitar notícias suas nesse caso, e só mesmo para me divertir às suas custas. De resto, vocês estão mortos pra mim.

 

Sua dedicação tão honrosa como hyung é inútil e idiota. Eu não sou seu dongsaeng, eu não tenho nada com você, eu não sou da sua laia.

 

Adeus.

 

p.s.: não se incomode em responder, todos os seus e-mails e tentativas de contato daqui pra frente serão ignorados.


Notas Finais




Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...