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História Hyuuga - Capítulo X - Decisão do Tribunal


Escrita por: Emeraude

Notas do Autor


Oi!
Peço mil e uma desculpas pelo atraso, mas este capítulo não foi nada fácil de escrever. Ufa! Como nunca fui a uma audiência no tribunal, para este capítulo tive que de me basear em duas séries: "Liberdade 21" (Portuguesa) e "Na Barra dos Tribunais" (Americana).
Espero que gostem, pois dei o meu melhor! ^^
Bjs

Capítulo 10 - Capítulo X - Decisão do Tribunal


Gaara estava de pé diante da janela do escritório. Tinha o nó da gravata vermelha desfeito e olhava com ar ausente, pensativo, através dela, a paisagem que a linda cidade de Konoha lhe oferecia.

Hinata Hyuuga. Desde que ela se tinha ido embora há algumas horas atrás que não conseguia parar de pensar nela. O que é que ela tinha de tão especial para isso ter acontecido?

Na verdade, ele achava que era tudo. Tudo nela o fascinava. Desde a primeira vez que a vira, aquele momento em que entrou tímida por aquele mesmo escritório adentro na companhia de Naruto Uzumaki, o seu amigo de longa data.

Pousou a mão direita no vidro, inclinando-se um pouco para baixo. Fechou os olhos e encolheu a mão, formando um punho, e bateu com ela no vidro com força.

A quem ele estava a enganar? Há já algum tempo que se havia apercebido que os seus sentimentos para com a Hinata iam muito além da amizade.

Naquele dia em que o Naruto dera um selinho nela, ele só queria saltar-lhe em cima, porque uma parte de si sentira ciúmes. E agora o abraço que ela lhe tinha dado…fizera com que as suas defesas fossem a baixo. Gostara. Não o podia negar. Mas…o beijo na cara…esse é que foi a última gota de água. Nunca ninguém lhe havia feito tal gesto. Transmitido tanto agradecimento quanto aquele. Aos poucos, ela estava a entrar no seu coração e ele estava a permiti-lo.

Abriu finalmente os olhos. Olhava, desta vez, para o seu próprio reflexo, enquanto libertava um pouco a tensão que depositara na mão que estava pousada no vidro.

Estava apaixonado. Completamente apaixonado por Hinata Hyuuga. A única pessoa que lhe estava interdita.

Suspirou.

- Agora…só me resta desejar que este processo termine logo. – voltou a fechar os olhos e desta vez com um pouco mais de pressão – Não sei por quanto tempo hei de aguentar! – respirou fundo – Está decidido. A primeira coisa que eu farei, quando tudo isto terminar, será confessar-lhe os meus sentimentos. – deu um meio sorriso – Ou não me chame Gaara no Sabaku.

[…]

Hinata estava nervosa por causa da audiência no tribunal. Tanto que até começara a roer as unhas, enquanto andava de um lado para o outro, usando apenas uma t-shirt rosa claro e umas calças leggins brancas, pelo quarto da Ino. Era a primeira que ela iria ter em toda a sua vida!

- Ai, Hinata! Podes parar de roer as unhas por um segundo? De caminho sou eu que estou nervosa!

- Desculpa, Ino…

Percebendo-se do que estava a fazer, Hinata relaxou um pouco e sentou-se na cama da amiga, que estava na cabeceira a limar as unhas. Ao contrário da Hyuuga, esta usava uma blusa sexy de dormir branca.

Como Hinata havia saído da casa dos Uchihas e, como seria estranho ela estar em casa dos rapazes, a Ino, a secretária do Gaara, não se importara de a abrigar em sua casa, apenas por algum tempo. 

Tinha de confessar. Estava a gostar muito da sua companhia. Pela primeira vez estava a experimentar o que era ter uma amiga, alguém do mesmo sexo, já que o único amigo que sempre estivera do seu lado havia sido o Sasuke.

- Ainda continuas a pensar no tal julgamento, não é verdade?

Hinata abaixou a cabeça.

- Sim. Eu sei que não me devo preocupar, mas…tenho medo…

Ino sorriu e, num gesto de companheirismo, pousou a mão esquerda sobre as dela, que estavam juntas sobre o colo.

- Não o tenhas. Se o Gaara disse para não te preocupares, então é porque tudo irá correr bem.

Hinata acenou afirmativamente.

- Acho que tens razão, Ino. O Gaara tem sido incrível! Ele é mesmo um óptimo advogado.

Ino olhou para aquela carinha toda risonha toda a vez que falava do chefe e ergueu a sobrancelha direita.

- Tens razão… - tossiu um pouco – Hinata. Tu por acaso gostas do Gaara? – Hinata corou, fazendo a Yamanaka rir-se à desgarrada. – Eu sabia!

- Ino…! - disse, Hinata, toda emburrada.

- Mas… - refez-se da sessão de riso – e o Naruto? Como é que ele fica no meio dessa história? É que sabes.... – aproximou-se dela e sussurrou – eu pensava que tu e ele eram namorados e tal…

- Não! – levantou-se feito uma mola – Eu e o Naruto não somos, nem nunca fomos namorados! – respirou fundo e voltou a sentar-se – Somos só amigos. Apenas bons amigos.

- Mas vocês têm uma relação especial, não é verdade?

- Sim. Não posso negá-lo, já que ele foi a pessoa que me fez ver quem eu sou realmente. Que se interessou pelo meu caso. Ajudou-me muito. Fez com que conhecesse o Gaara, a ti… - levou uma mão até à Ino que, derretida, a agarrou. – Com que tudo isto fosse possível, entendes? No entanto… - abaixou a cabeça triste – as pessoas tendem a ver o contrário. O Gaara também já me perguntou se éramos namorados, pergunta à qual eu respondi logo que não! – soletrou cada palavra. O que mais queria era encerrar aquele assunto.

Ino piscava os olhos surpreendida. A Hinata por vezes conseguia ser muito objectiva. Por isso, decidiu mudar de assunto.

- Ok… - com o dedo indicador direito, afastou um pouco uma madeixa do cabelo para o lado. – Mas quando é que começaste a amar o meu chefe? O que ele tem que o Naruto não?

- Ino!

Hinata estava super corada.

- Desculpa! – olhou para cima e levou a mão esquerda à boca. – Saiu.

«Quando ela fica assim, toda coradinha e chateada, é tão fofinha!», pensou, Ino, com um sorriso rasgado na cara, que se encontrava escondido pela mão.

[…]

O grande dia chegara por fim. O dia do tão esperado julgamento.

A família Uchiha se preparava para sair. Não queria chegar atrasada ao tribunal.

- Tenho mesmo que ir? – perguntou, Sasuke, aborrecido. Por ele, nunca que iria.

- Sim! – respondeu a mãe ríspida, enquanto dava um jeito na gravata preta com riscas cinzas do marido. – Quantas vezes tenho de te dizer o mesmo? Vamos todos! – sorriu, alisando o fato de Fugaku. – Neste momento – rodou o pescoço do marido com o braço esquerdo e, com o direito, o pescoço de Sasuke. Depois fez sinal para que o Itachi se aproximasse, fazendo com que ele também se juntasse àquele abraço. – temos de estar mais unidos do que nunca!

 […]

Naruto vai ter com a Hinata assim que esta chegou ao tribunal. Este estava mais bem vestido que o habitual. Trocara as roupas desgastadas de trabalho por um terno preto e uma camisa branca novinhos em folha. Quanto à Hinata, esta usava uma camisa de linho branca e um fato, casaco e saia, de corte recto violeta.

- Olá, Hinata. - olhou para o que ela tinha vestido – Uau! Estou a ver que hoje nos esmeramos!

- Olá, Naruto. – ficou sem graça - Obrigada. Foi a Ino que me emprestou o fato. – também olhou para ele - Tu também não estás nada mau.

- Sim. – sorriu – Não podia fazer feio durante o julgamento, já que sou uma das testemunhas.

Hinata sorriu.

- Obrigada, Naruto. – agarrou-lhe nas mãos de forma carinhosa – Obrigada por tudo. Estás a ser um amigo cinco estrelas! Não sei o que seria de mim, neste momento, se não fosses tu e o Gaara. - lançou um breve olhar para o interior do edifício. - Por falar nele, já chegou?

Uma estranha sombra passara pelo olhar do Uzumaki, mas depressa esta desapareceu assim que a vira a olhar para ele com cara de quem esperava uma resposta.

- Um….acho que não. Estou aqui cá fora há uns quinze minutos e ainda não o vi entrar. Deve estar atrasado. – Hinata mordeu o lábio inferior nervosa. – Mas não te preocupes. Não tarda ele estará aí.

Nesse momento, enquanto Naruto tentava tranquilizar a amiga, os Uchihas chegavam ao local. Saíam do carro de cabeça erguida, à excepção do elemento mais novo, já que este estava ali contra à sua vontade.

Assim que passaram por eles, Fugaku e Mikoto a olharam de cima a abaixo, mostrando assim todo o desprezo que sentiam pela Hyuuga.

- Olha lá a pirralha. – murmurou, Mikoto – Que raiva!

- Calma, meu amor. Tudo se vai resolver. – deu-lhe um selinho para a tranquilizar. – Vamos?

Mikoto concordou e, juntos, subiram as escadas em direcção à porta principal do tribunal. Itachi e Sasuke iam atrás deles, mas antes, um lançara a Hinata um olhar divertido e um sorriso bastante cínico, enquanto o outro, um olhar abatido, como se lhe estivesse a pedir perdão.

- Foi impressão minha ou o filho mais novo estava com ar abatido?

- É… - suspirou. Ainda estava um pouco magoada com o Sasuke, mas, com aquele olhar que ele lhe lançara, soube logo o tormento pelo qual ele devia estar a passar. – Mas foi aquele sorriso do Itachi… - arrepiou-se – que me deixou nervosa.

- Porquê?

«Porque ele é um psicopata?». Mas não quis dizê-lo em voz alta. Decidiu, então, mudar de assunto.

- Esquece.

Naruto estranhou, mas nada disse. Não a queria deixar mais nervosa do que estava.

- Gaara! – exclamou assim que o viu – Agora é que tudo vai correr bem. Chegou aí a tua salvação!

Hinata virou-se para trás e ficou feliz por ver o seu advogado, que chegava um tanto ofegante à beira deles. E, pelo que Hinata pôde constatar, vinha com a sua fatiota oficial: terno preto, camisa branca e gravata vermelha. Se bem que só o tinha visto com aquela gravata naquele dia em que o abraçara.

- Olá aos dois e desculpem o atraso. Vamos subir? – todos acenaram que sim e, educado, o advogado deu passagem a Hinata – Primeiro as senhoras.

[…]

O juiz entrou na sala, usando uma grande batina negra, e se sentou na sua cadeira de frente para a multidão. Os arguidos e os seus representantes estavam, cada um, por trás da sua respectiva mesa, cada uma em seu lado. Fugaku e Orochimaru à esquerda, e Hinata e Gaara à direita. Por trás deles, as pessoas que tinham vindo assistir.

- Dou início à audiência.

Depois do juiz ter batido com o seu martelo duas vezes na mesa, o procurador de justiça passou a falar sobre o caso.

- Senhor Uchiha, por favor, levante-se. – Fugaku fez o que lhe ordenara, enquanto ele pedia ao escrivão que escrevesse o que viesse a ser dito naquele tribunal a partir daquele momento. – Senhor juiz, este homem está aqui presente perante vós a ser acusado de três crimes contra a integridade física e psicológica da menina Hinata Uchiha. É, portanto, acusado de assassinato do clã Hyuuga, de maus tratos e, por último, de tentativa de roubo.

Depois das devidas apresentações do caso, passou-se a ouvir primeiro os arguidos e depois as testemunhas, que eram a Mikoto, o Itachi, o Naruto e…Sasuke.

Sasuke nem queria acreditar. Como é que ele podia ser testemunha, se por vontade própria nem queria estar naquele tribunal?

- Sasuke Uchiha, queira fazer o favor de se levantar? Se não daremos o depoimento das testemunhas por encerrado.

Sasuke bufou. Sem alternativa, levantou-se e, quando passou pelos arguidos, olhou de um lado para o outro. O pai o fuzilava com o olhar, esperando que ele tivesse a decência de o defender; e Hinata o olhava receosa.

Engoliu em seco. O pesadelo que ele queria evitar estava prestes a acontecer.

- Gaara. – sussurrou, Hinata, à parte – Qual foi a tua ideia de chamares o Sasuke para ser testemunha?

Gaara sorriu.

- Tem calma, Hinata. Eu sei o que estou a fazer. Se há pessoa que sabe o que se passou dentro daquela casa, é ele. Não é verdade?

Hinata, como sabia que ele tinha razão, decidiu ficar calada.

Entretanto, Sasuke sentou-se na devida cadeira, ficando diante dos presentes.

- Sasuke Uchiha. – o procurador estendeu-lhe uma bíblia, a qual ele pegou e pousou nela a mão direita. – Promete, perante este tribunal, dizer a verdade e somente a verdade?

«É agora ou nunca!».

- Prometo!

Deu-se início ao depoimento do Sasuke, que, um pouco a medo, lá conseguiu responder ao interrogatório de Orochimaru, mas quando chegou a vez de Gaara, a história foi outra.

- Senhor Uchiha. É verdade que o réu e a sua esposa exploravam a minha cliente, obrigando-a a trabalhar no duro em casa, ao invés de lhe darem amor tal como devia ser uma adopção normal?

- Sim. – notava-se que estava angustiado – Vivi isso de perto, porque a Hinata sempre mo contava. Eu não queria que ela o fizesse, mas eram ordens dos meus pais e eu não podia fazer nada contra isso.

- Protesto, Meritíssimo! – objectou, Orochimaru – Quem me diz que não estão a manipular a testemunha? Porque pelo que eu sei, o senhor Uchiha e Hinata são amigos.

Ouviram-se burburinhos da assistência.

- Silêncio! – ordenou o juiz, batendo com o martelo até o burburinho cessar. - Protesto indeferido.

- O quê?!

- O Sasuke Uchiha pode ser amigo da menina Hinata, mas é filho do réu aqui presente. Por isso, senhor Orochimaru, não volte a contestar uma decisão minha!

Sabendo qual era o seu lugar, enquanto ajeitava o nó da gravata no colarinho da camisa, o advogado sentou-se.

- Prossiga o interrogatório, Senhor Sabaku.

- Obrigado, Meritíssimo. Afinal só tenho mais uma questão em mente. Um assunto que eu quero que a testemunha em questão mo esclareça. – virou-se para Sasuke – Senhor Uchiha. Estou curioso. Fiquei a saber que alertou a minha cliente, a menina Hinata, de forma indirecta, para que esta não assinasse qualquer documento que seu pai, o senhor Fugaku, lhe pudesse dar para a mão. É verdade?

- Sim.

- Mas, por lhe ter dado a dica, sabia exactamente o conteúdo do tal documento, não?

- Protesto! – Orochimaru levantou-se, indignado – Nota-se que o senhor Sabaku está a amedrontar a testemunha, fazendo-a coagir aos seus caprichos.

- Protesto indeferido. – virou-se para Gaara – Prossiga.

Orochimaru roía-se todo. Se Gaara continuasse com o seu interrogatório, eles estavam feitos! Mas, também, não podia fazer mais nada. O juiz já não estava a gostar de ter tantas interrupções da sua parte.

- Onde é que nós íamos? - prosseguiu, Gaara – Ah! Já me lembro. Estava a perguntar-lhe se sabia qual era o conteúdo do dito documento. Aquele que aconselhou à minha cliente a não assinar.

Sasuke, antes de responder, lançou um olhar nervoso na direcção do pai e depois na da Hinata. «Tens de ter coragem, Sasuke! Tu prometeste falar a verdade e somente a verdade! E um Uchiha nunca volta com a palavra atrás!».

Respirou fundo.

- Sim. Eu sabia do que se tratava esse documento. Se não estivesse certo disso, não teria pedido à Hinata que me prometesse que não o iria assinar.

- E… - Gaara olhou-o nos olhos, como se quisesse saber todos os seus segredos – como é que o soube?

- Ouvi…

- Não estou a ouvir, senhor Uchiha. Por favor, diga mais alto! – pediu, à medida que ia aumentando o tom de voz.

- Ouvindo atrás da porta! – respondeu, Sasuke, obedecendo a Gaara.

- Silêncio! – ordenou de novo o juiz – Ai daquele que volte a falar! Isto aqui é um tribunal e não uma feira! – soltou um longo suspiro – Prossiga…

- Como já o disse, sabia de que documento se tratava, porque…porque sem querer ouvi uma conversa que os meus pais estavam a ter no escritório.

Sasuke passou a relembrar o dia em questão e, quando terminou de o fazer, Orochimaru voltou a protestar.

- Protesto! O senhor Sasuke tem provas do que diz?

O juiz olhou para a testemunha à espera de uma resposta.

- N-Não…

- Meu caro. Sem provas, não posso considerar o que acabou de dizer como algo válido.

- M-Mas… - Sasuke estava desesperado, até que se lembrou de algo – Eu tenho uma prova. – agora todas as atenções estavam centradas nele – Se revistarem o escritório, poderão ver que o que digo é verdade.

- Não vai ser possível, Sasuke. Porque eu já o tenho aqui comigo.

- Como?!

Desta vez foi Fugaku quem se levantou indignado.

- Senhor Orochimaru, por favor, controle o seu cliente.

Orochimaru obrigou, então, Fugaku a se sentar e a se acalmar.

- É verdade. – foi até à sua mesa e pegou num papel, que o levantou para que toda a gente o visse – Isto aqui é uma fotocópia do dito documento. – foi até ao juiz e a entregou – Como pode ver, Meritíssimo, isso serve de comprovativo para o que a testemunha acabou de afirmar, não? – deu um meio sorriso, vitorioso pela sua última jogada.

O juiz torceu a boca, aceitando aquilo como uma prova.

- Tudo bem. Faremos uma pausa. Irei-me retirar para decidir a sentença.

O som do martelo, uma vez mais, se fez ouvir.

[…]

- Tem calma, Hinata. – Gaara pegou nas mãos dela, massajando-as com carinho – Usamos todas as nossas armas e tenho a certeza de que vamos vencer esta batalha.

- Achas? – Gaara acenou afirmativamente com a cabeça – É… - sorriu – Sabes, ao falares-me assim, nem pareces o mesmo de antes. Objectivo e implacável. – disse com um pouco de rouquidão na voz.

Gaara ficou encabulado. Passou a mão pela nuca e deu um sorriso matreiro.

- É…acho que vou considerar isso um elogio.

Nesse momento, Naruto chegou ao pé deles, pousando uma mão no ombro do amigo.

- E aí, Gaara?

- Naruto. – disse a contra-gosto, mas virou-se para ele e sorriu. – Então, o que achaste da minha performance?

- Melhor do que supunha. Amigo, fazes jus à tua fama!

- Lá nisso tens razão, Naruto. – interveio, Hinata, um pouco mais animada – O Gaara é um óptimo, óptimo advogado! – levou uma mão na direcção do jornalista e este pegou nela. A outra estava ainda entre a de Gaara. – Obrigada aos dois. Seja qual for o resultado, quero que saibam que vos estou muito agradecida do fundo do meu coração. Tentarei de alguma forma recompensá-los e…

- Nada de recompensas. Se fizemos o que fizemos foi porque gostamos de ti, Hinata. E não gostamos de injustiças. – sentenciou, Naruto, olhando de lado para o outro lado, para os Uchihas, que pareciam não estar a gostar do rumo das coisas, pois os estavam a mirar com raiva. 

[…]

- Ai, filho…tenho um mau pressentimento. – Mikoto já estava sentada na companhia do filho mais velho. Com ódio, apertou com força a mão direita. – E tudo por culpa daquele seu irmão ingrato!

De seguida, ela e Itachi viraram a cabeça para o outro lado, para a esquerda. Era lá que estava o Sasuke que, com medo da reacção da mãe quanto ao seu depoimento, se tinha ido sentar para bem longe dela.

Nesse mesmo instante, o juiz entrou na sala e, como tal, todos os presentes se levantaram, incluindo Mikoto e os filhos.

Finalmente iria se ler a sentença.

Estando o juiz e todos os presentes sentados, passou-se a dar início à leitura.

- Quero que os arguidos façam o favor de se levantarem. O senhor Uchiha e a menina Hinata Uchiha. Vou dar início à leitura da sentença. – ajeitou os óculos no nariz e começou a ler um papel que tinha à sua frente. - Após ouvir as testemunhas e inteirar-me dos factos apresentados nesta audiência, eu, o juiz da comarca de Konoha, declaro o senhor Fugaku Uchiha... - Todos estavam ansiosos pelo veredicto. – Culpado!

- Não! – gritou, Mikoto, que depois começou a chorar compulsivamente sobre o ombro de Itachi.

- Como tal, cumprirá uma pena de 10 anos pelas acusações que lhe foram deferidas neste mesmo tribunal. E, quanto à menina Hinata, esta já não terá qualquer vínculo ao clã Uchiha, passando assim a usar o sobrenome Hyuuga e a gerir a fortuna, pertencente a esse mesmo respectivo clã, que se encontra depositado no banco. E está por terminada a sessão! – bateu duas vezes o martelo – Podem levar o réu.

Enquanto Fugaku debatia-se ao ver-se a ser agarrado e levado para fora do tribunal por dois guardas, Hinata festejava a sua vitória.

Quando ouvira a sentença, a primeira coisa que Hinata fez foi dar um pulo de alegria e abraçar o advogado, enlaçando-lhe com os braços o pescoço.

- Ganhámos! Ganhámos! Eu nem acredito!

Gaara sorriu, embora estivesse surpreso com tal reacção por parte dela.

- Eu bem te disse que tudo iria correr bem.

- Parabéns, senhorita Hyuuga! – exclamou, Naruto, que chegou por trás dela e, pegando-a pela cintura, elevou-a no ar.

- Isto não vai ficar assim!

Foi a última coisa que Fugaku dissera, antes de sair da sala do tribunal na companhia dos guardas em direcção à prisão.

Mikoto, desolada, foi atrás, seguida por Itachi, que não aguentava ver a mãe naquele estado.

Sasuke foi o único Uchiha que ficou naquela sala. Por um lado estava contente por Hinata, mas por outro…o que será da vida dele dali por diante? Nem queria pensar. O melhor era dar os parabéns à amiga e ir-se embora. Já dera o seu contributo.

A passos lentos, aproximou-se do trio de amigos, que estava bastante animado, e assim que chegou ao pé deles, estendeu uma mão na direcção de Hinata.

Apercebendo-se da mão, Hinata virou-se para a pessoa que a estendia. Os dois se olharam olhos nos olhos, para desconforto dos outros dois.

Era estranho estar assim, frente a frente, do rapaz que sempre considerara o seu melhor amigo, porque agora dava-lhe a sensação de ser um perfeito estranho para ela.

- Um… - começou por dizer, Sasuke, perante aquele estranho desconforto que estava a sentir. – Apesar de já não nos falarmos há algum tempo…mesmo assim…eu não te quero mal. – deu-lhe um sorriso tímido – Por isso, em nome da nossa amizade, ou da nossa antiga amizade, vim aqui dar-te os meus parabéns. Apesar de estar mal pela minha família, sei que se fez justiça e que isso mesmo te está a fazer muito feliz. Eu fiz a minha parte. – olhou mal humorado para Gaara – Apesar de me terem apanhado de surpresa, pois nem era a minha intenção vir a este julgamento. Mas o que importa é que tudo acabou bem. - a sua atenção estava de novo em Hinata – Como já o disse, fez-se justiça. Se tu estás feliz… - sorriu, enquanto lhe estendia de novo a mão direita – eu também estou feliz.

Hinata, apesar de tudo, não foi capaz de não se sensibilizar com tal gesto. Notava-se que estava a ser sincero. Apesar de ele a ter magoado, Hinata sabia que ele não lhe desejava mal. Nem ela a ele. Esperava mesmo que, depois daquilo, também ele conseguisse fazer alguma coisa pelo seu futuro.

Sorriu.

- Obrigada! – apertou-lhe a mão e a segurou firmemente – Boa sorte, Sasuke.

Sasuke deu um sorriso de lado. Havia entendido a mensagem.

- Posso…? – perguntou, dando a entender que queria lhe dar um beijo na cara.

- Sim.

E assim o fez. Sasuke dera um passo na sua direcção e, inclinando o tronco para a frente, conseguira dar-lhe um beijo suave na sua face esquerda.

Apesar de não dizerem nada, Gaara e Naruto não gostaram nem um pouco deste beijo. Estavam com uma pontada de ciúmes por ele ter tanta liberdade para com ela.

Assim que ele se foi embora, Hinata virou-se para os amigos.

- Já podemos ir. – alargou o seu sorriso – Vamos celebrar!

- Tens a certeza que estás bem, Hinata? – perguntou, Gaara, preocupado.

Hinata soltou um pequeno suspiro.

- Sim!

- É assim que se fala, Hinata!

Os três, após Hinata e Gaara arrumarem as suas coisas, saíram da sala. Mas, quando estavam a sair do tribunal, do edifício em si, e a descer as escadas, Naruto recebeu um telefonema.

- Era a Konan. – avisou assim que desligou o telemóvel – Ela quer saber pormenores do julgamento. E os quer para agora. Com urgência. Ela quer que o caso esteja na primeira pagina do jornal de amanhã.

Hinata riu-se.

- Vai lá, Naruto. Se não vai ser pior para ti.

- Eh, eh, eh…vai mas é ver se eu estou na esquina!

Naruto havia notado um tom de gozo na voz do amigo e não tinha gostado.

Depois, quando ele já não estava mais com eles, Hinata virou-se para o advogado.

- Gaara. Não achas que foste um bocadinho mauzinho para com o Naruto?

Gaara virou a cara para o lado. Fingiu estar indignado.

- Até tu, Hinata…? – os dois caíram na gargalhada – Mas…fora as brincadeiras, vamos festejar? Agora és uma pessoa rica e…livre!

- Sim, vamos!

Educado, Gaara deu-lhe o braço direito, o qual ela envolveu com as duas mãos, deixando-se guiar por ele até ao carro deste.

Gaara estava certo. Ela era agora uma nova pessoa. Rica e livre. A fortuna não lhe dizia nada, mas era sempre um acréscimo na sua vida, mas a liberdade…essa sim! Era tudo o que ele sempre havia almejado ao longo dos anos.

É…podia-se dizer que, finalmente, se fizera justiça! 


Notas Finais


Gostaram? Posso dizer que foi bem mais comprido do que o costume. hehe Mas o próximo, prometo que ainda vai ser mais emocionante! xD
Não deixem de comentar! ^^
Bjs


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