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História Quando a Chuva Encontra o Mar - Capítulo 1: POV Sebastian Regen


Escrita por: slimdevil

Capítulo 1 - Capítulo 1: POV Sebastian Regen


Fanfic / Fanfiction Quando a Chuva Encontra o Mar - Capítulo 1: POV Sebastian Regen

Eu corria pelos corredores, meus passos ecoando pelo castelo. Precisava encontrar o meu irmão, precisava contar o que tinha descoberto. Tive que brecar, quase caindo quando passei pela sala de música. Abri a porta com tudo para descobrir que estava vazia. Respirei fundo e comecei a correr de novo.
Ele não estava no grande salão, nem na biblioteca. Já tinha procurado pelo castelo todo! E não aguentava mais correr. Parei para tomar um ar, apoiando a mão na parede quando um guarda passou por mim.
"Por favor," falei, fazendo-o se virar para mim.
"Alteza," ele disse, fazendo uma reverência.
"Onde está meu irmão?" Perguntei, com uma mão na barriga. Ainda estava tendo problemas para respirar.
"Não tenho certeza, mas acredito que ele pediu para prepararem seu arco e flecha-"
Ele nem tinha terminado de falar quando eu comecei a correr de novo, dessa vez direto para o jardim. Tive que diminuir meu passo enquanto os guardas que ficavam na porta percebiam que eu estava indo lá fora e abriram para eu passar. 
Senti meus pés afundando na grama um pouco molhada da primavera, mas precisava encontrar meu irmão, precisava falar com ele! A última coisa com a qual me importava eram meus sapatos ficando sujos de terra. Em um momento como esse, não importava se meu terno estava amassado, se minha gravata balançava com o meu movimento.
Quando Charles descobrir.., pensei. Ele vai ficar louco!
"Charles!" Gritei quando o avistei de longe.
Mas já não tinha ar dentro do meu pulmão para tanta corrida e me faltou ainda mais para conseguir fazer minha voz chegar até ele.
Não aguentava mais, tive que parar para respirar direito. Me apoiei nos meus joelhos, tentando me recuperar quando o vi olhando em direção ao castelo. Levantei os braços, tentando fazê-lo me ver.
E consegui! Fiz um sinal para ele vir até mim quando percebi que tinha me visto. Ele não se apressou, guardou suas coisas com calma, tirou flecha por flecha do alvo e depois veio até mim.
"Sebastian, você está bem?" Ele me perguntou quando chegou perto o suficiente para ver que eu mal estava respirando.
Levantei uma mão para fazê-lo esperar eu ter ar o suficiente para falar.
"Estou bem," disse quando finalmente tinha me acalmado. "Mas você não tem idéia do que eu vi hoje!"
"O que você viu, Sebastian?" Charles me perguntou com um tom que já mostrava que não tinha a menor vontade de ouvir.
Está bem, vou admitir. Às vezes eu exagero em algumas coisas. Pode ser que eu tenha feito um alarde algumas vezes na minha vida por coisas pequenas. Mas não naquela hora. Naquela hora o assunto era sério.
"Eu estava passando pelo escritório do papai quando vários guardas saíram de lá carregando caixas e caixas de cartas," eu disse.
"Preciso entrar em pânico porque papai usa o correio?" Ele perguntou, ainda sem acreditar de que eu estava falando de algo importante.
"Charles," eu me coloquei na sua frente e segurei seus dois ombros, fazendo ele olhar para mim. "Eram cartas da seleção!"
Eu pude ver nos seus olhos quando ele percebeu do que eu tava falando. Pude ver uma mistura de surpresa e até de certo medo.
"Você tem certeza?" Ele perguntou com cautela.
"Sim, absoluta," concordei com a cabeça. "Um dos guardas me contou."
Ele ficou pensativo, olhando à nossa volta por respostas.
"Você sabe se é para mim ou para você?" Me perguntou.
Dei de ombros. 
"Pode ser qualquer um dos dois," ele disse, ainda pensativo. "Você tem 18 anos, mas eu tenho 19. Tivemos que adiar ano passado, mas poderia muito bem ser a sua seleção."
Voltamos a andar em direção ao castelo.
"Acha que a gente deve perguntar para o papai?" Perguntei.
"Não, deixa ele vir nos avisar," Charles disse e eu concordei com a cabeça.
"Pensa só," eu disse, "nos próximos dias, quase todas as meninas de idade apropriada vão à loucura quando ver essa carta na porta de casa!"
Charles mal sorriu com a idéia, mas eu ria. Eu achava engraçado imaginar toda essa tradição de novo. Era esquisito, até. E dava um pouco de medo.
Poderia ser a minha seleção. E eu teria que abrigar 35 meninas diferentes no castelo enquanto elas batalhavam pelo meu coração.
Essa parte era boa. Mas e a parte em que todo o meu futuro seria resolvido alí? E se eu mandasse a garota certa embora e tivesse que me contentar com uma errada no final?
Eu definitivamente queria que essa seleção não fosse minha. Boa sorte, Charles, pensei e sorri para mim mesmo. 
Achava que íamos ter que esperar muito para descobrir o que ia acontecer. Mas assim que passamos pelas portas, um guarda se aproximou da gente.
"Príncipe Charles, Príncipe Sebastian," ele fez uma reverência. "O rei gostaria de falar com os senhores em seu escritório."
"Obrigado, Ridley," meu irmão disse. "Bastian, pode ir, vou guardar minhas coisas e te encontro lá."
Concordei e me diriji até as escadas, onde passei por uma das criadas que costumava se ocupar de visitas. Ela carregava toalhas e tecidos de vestidos. Toda a seleção já estava tomando conta do castelo e as últimas pessoas a saberem éramos eu e meu irmão. Por que eles faziam isso? Achavam que a gente ia se revoltar e ir contra?
Estava para bater na porta do escritório do meu pai quando ouvi minha mãe atrás de mim.
"Por onde você andou que está sujando todo o chão de terra, Sebastian?" Ela me perguntou.
Virei-me devagar para ela, já fazendo uma careta pela reclamação dela. 
"Você não vai entrar no escritório de seu pai assim!" Ela andou até mim, tomando cuidado para não pisar nas pegadas que eu tinha deixado. "Vá se trocar, por favor?"
"Tá bem," eu disse, já começando a andar em direção ao meu quarto.
Mas ela ficou parada alí, com o rosto esperando meu beijo. Quando percebi, voltei até ela e a beijei, revirando os olhos. Ela, em compensação, ficou satisfeita e foi atrás do meu pai.
Não demorei muito para jogar meus sapatos no banheiro e pegar um par novo, mas quando entrei no escritório de meu pai, Charles já estava lá e concordava com a cabeça com o que meu pai falava.
"E dessa vez não será aleatório," ele dizia. "Cada menina será escolhida a dedo para ter certeza de que nenhuma estará aqui sem ter alguma chance de ganhar."
"Sebastian," Charles virou para mim.
"Charles," eu disse e então virei para o meu pai, "pai."
"Sebastian, eu estava explicando para seu irmão que estamos organizando a seleção desse ano."
"Ouvi dizer," disse. "E é para mim ou pra ele?"



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